19 de dezembro de 2013

Sobre Adolescência

Foi o texto mais longo que eu escrevi.

Mas não foi o texto que pensei durante mais tempo. Eu tive a ideia original, acho, em agosto ou setembro – e já teve textos que cultivei na cabeça por mais tempo.

Enfim, em agosto ou setembro, escrevi o começo e acabei deixando de lado. Mas ele ficou na cabeça. Semana passada, abri o Word numa trade mais tranquila e fui em frente, em frente, em frente até o final.

Mas, aí, me vi com um problema nas mãos. Estava grande demais para ser publicado numa tacada só, quase vinte mil toques – ou seja, o dobro dos maiores posts daqui. Consultei os leitores nas redes sociais pedindo por opiniões sobre isso e o limão acabou se tornando uma limonada.

Gigantesco, o texto passou a servir para testar um formato que, se der certo, vai ser bem comum na minha vida: o conto dividido em capítulos. Ou a “novelinha”, como eu estou chamando informalmente. Porque meus textos estão ficando cada vez maiores e mais trabalhados e este formato pode ser uma saída. A história se desenvolve melhor, sem cansar o leitor – e de quebra ainda faz as pessoas se envolverem com os personagens ao longo dos dias.

Com essa forma de publicação por intervalos, acabei ganhando tempo para revisar com calma os capítulos, antes de cada publicação. Ou, era o que eu achava. Acabei reescrevendo tudo, desenvolvendo melhor alguns trechos, mexendo em ritmo... Ou seja, lapidando, deixando ele o melhor texto possível. Com isso, ele ganhou mais uns dez mil caracteres.

E, mais importante, ficou como eu queria.

Por isso que este blog anda meio parado. Porque tudo está acontecendo no outro.

O assunto? Caso você não esteja acompanhando, é o tema mais universal possível: o primeiro amor. Criei dois personagens – Mateus e Júlia, com nomes sugeridos no Twitter, porque eu detesto dar nome aos personagens – e os coloquei no Word, jogando o primeiro amor em cima deles.

Porque quando você chega a uma certa idade, o primeiro amor se torna real. Ele deixa de ser perfeito, com frases perfeitas e violinos e se torna o que todo primeiro amor deve ser: desajeitado, confuso, tímido, inseguro... E totalmente apaixonado, mesmo que não se dê conta disso.

Mas, também, quando você chega a uma certa idade, escrever sobre adolescentes é quase tão delicioso quanto ser adolescente. Confesso que nunca havia feito muitos textos sobre isso – os personagens das minhas crônicas são normalmente adultos, às vezes crianças – e me apaixonei. Da mesma forma que me apaixonei por Mateus e por Júlia e suas dúvidas cheias de certeza.

Caso você esteja acompanhando, espero que tenha se apaixonado também. Caso não tenha lido ainda, os links das três partes – com dois capítulos cada – estão abaixo. O final, já escrito e guardado aqui, entra no ar amanhã, no começo da tarde.

E, se vocês se apaixonarem, espero que tenham se apaixonado como eu por esta história. Pois quando você chega a uma certa idade, você também sabe que não adianta nada se apaixonar se você não vai se apaixonar como um adolescente.


Por fim, não deixe de dizer se gostou da história, e do formato. Se você lê mas não tem o hábito de comentar, peço que desta vez faça isso (aqui ou lá). Porque a próxima ideia já está aqui na cabeça. E duvido que ela demore tanto para ser escrita e publicada.


Foi o texto mais longo que eu escrevi.

E um dos que mais me orgulho de ter escrito.

6 comentários:

K.P. disse...

Lembrei de todos os meus "amores" de adolescência. Os correspondidos, os não correspondidos, os impossíveis, os que aconteceram e os que jamais deveriam ter acontecido (ou não, vai saber). E lembrei com carinho e saudade. Obrigada, Rob.

Giovana disse...

Estou sofrendo, torcendo e amando.

Douglas Marciano disse...

Muito bom Rob, a "novelinha" me deu vontade de escrever também.

Bel Lucyk disse...

Rob! Que delícia de texto!
Quero logo que o final seja publicado!
Gostei do formato de capítulos!
bjo

Charlie Dalton disse...

Assim que eu puder lerei a sua minissérie em 6 capítulos.

Pri disse...

Eu li o primeiro capítulo, adorei... mas como estou com problemas de coração, rsrsrs. Prefiro deixar pra ler o restante qdo estiver melhor! ^^