- Alô.
- Oi. Tudo bem?
- Tudo. E você?
- Tudo também. Me diz uma coisa, você entende de pintura,
certo?
- Sim, acho que sim.
- O que é um shashashishador?
- Quê?
- Eu liguei para o pintor e perguntei se precisava comprar
algo além da tinta.
- Ah, que bom. O que ele disse?
- Então, não sei.
- Como assim?
- Ele disse que precisa comprar algo que eu não entendi o
que é.
- Oi?
-É, precisa comprar algo, mas não faço ideia do que seja. Tudo
o que eu entendi é que é um shashashishador.
- Comprar o quê?
- Então, foi justamente isso que eu perguntei para ele. “Comprar
o quê?” E ele repetiu. Shashashishador. Aliás, ele repetiu duas vezes. E ele falou shashashishador nas três vezes. Eu
fiquei sem graça de pedir para ele repetir novamente, ou de perguntar se ele falava português, e disse que ok, eu compro.
- Como é a palavra?
- Shashashishador. Tenho certeza que é isso. Não sei como se
escreve, mas é assim que se fala. Estou repetindo o som, fonema por fonema.
Existe algo na pintura que é usado para shashashishar as coisas?
- Evidente que não.
- Bom, eu pensei em ligar novamente e dizer que tenho perda
de memória recente, e esqueci o que era para comprar. Mas não vai adiantar,
porque eu vou continuar sem entender.
- Fale a palavra de novo.
- Shashashishador.
- Ele disse para que serve?
- Olhe, eu acho que... Eu não tenho certeza disso, mas acho
que ele usou a palavra solvente em alguma parte da conversa. Ou algo parecido
com solvente.
- Solvente?
- Isso.
- Catalisador?
- Isso não é coisa de carro?
- Não, tem na pintura também. E é um solvente.
- Ah, então deve ser isso. Sha-sha-shi-sha-dor. Ca-ta-li-sa-dor. As vogais
batem.
- Bom, então é isso. Nós compramos junto com a tinta.
- Certo. Ele vem no sábado, né?
- Isso.
- Você pode ficar comigo quando eu precisar falar com ele?
Eu não entendo nada do que ele fala.
- Você está exagerando.
- Não, se ele perguntar por onde ele começa, é capaz de eu responder
informando as horas para ele. Eu não falo a língua dele.
- Bem, ok. Eu falo com ele também.
- Beleza. Vou ligar para ele e dizer que vamos comprar o...
Como chama mesmo?
- Catalisador.
- Isso. Que nós compramos a tinta e o shashashishador.
Beleza. Beijos.
- Beijos.
20 comentários:
Juro que quando vi o título, pensei que era um post sobre alguma palavra nova que seu sobrinho tinha aprendido, mas né... ô fase hahahaha
quando estava reformando o ap, eu ligava pro pedreiro e colocava ele pra falar com o vendedor da loja. além de tudo, o "meu" era gago
Eu adoraria ser uma borboleta (mosca é muito nojento) na parede para ouvir a sua conversa com o pintor no sábado mas você provavelmente me mataria esmagada antes dele chegar :D
E pode se acostumar, todos os prestadores de serviço falam aramaico bíblico com a gente.
Beijo
Ô Fase, heim. Boa sorte aí com o amigo Shashashin no sábado. (será que o Google Translator tem essa língua?!)
Natália Máximo, tamo junto! Eu também jurava que fosse alguma palavra nova do sobrinho. rs Mas acho que a gente cometeu um erro básico de conceito pra formar a nossa opinião prévia sobre o texto: desconsideramos que se trata do Rob. haha
Mais uma pra lista de quem achou que era uma palavra nova que o sobrinho do Rob teria aprendido. Não é fácil mesmo...
Rob, grave ess conversa e libera o áudio pra gente. Precisamos ouvir o pintor falar SHASHASHISHADOR. [rindo alto]
esse povo só inventa! pra que comprar um shashashishador???
Nada como aprender novas línguas.
Natália:
Ia te responder afirmando que meu sobrinho não tem capacidade de inventar uma palavra como essa, mas aí lembrei que ele chama "pregador de roupa" de "papaduro", vai saber o porquê.
Enfim... Ô fase.
Beijos!
Rob
R.:
Um pedreiro gago? Dá pra montar um blog inteiro só sobre o sujeito!
Beijos!
Rob
Sil:
Você, como mosca, teria perdido a viagem. O sujeito não veio, os shashashishadores estão aqui ainda!
Beijos!
Rob
Fê:
Acordei cedo e o cara do shashashishador não veio!
Ô fase total.
Beijos
Rob
Kel:
Quando o "fator Rob" entra em campo, nunca é o que parece. É sempre pior.
Beijos!
Rob
Hally:
Já já meu sobrinho vai falar melhor que o pintor! :)
Beijos!
Rob
Lilian:
Prometo que assim que o pintor resolver aparecer aqui, eu tento gravar!
Beijos!
Rob
Michele:
Nem pensei em perguntar isso. Se eu não entendi nem o que cara queria, imagina a explicação sobre o motivo de comprar o negócio?
Beijos!
Rob
Arthurius:
Mais meia hora conversando com o cara e eu posso procurar emprego de secretário bilíngue. :)
Abraços!
Rob
Quando li o título, imaginei que o texto teria algo a ver com salsicha, o que é estranho, porque aqui em Curitiba ninguém fala salsicha, mas vina.
Enfim.
Eu nunca deduziria que shashashishador era catalisador. Tipo, é outra língua.
Camila:
Agora que você disse que eu percebi que tem semelhança com salsicha, sim. Ou não. Como você falou, é outra língua. Totalmente diferente.
Beijos!
Rob
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