Sabe,
Eu não tenho muitas memórias deste ano. Existem dias ou situações que, na minha cabeça, se tornaram um enorme espaço em branco, como se nunca tivessem existido. Ou como se eu estivesse dormindo, não sei. Em algumas delas eu até sei onde eu estava e o que estava fazendo, mas sei apenas porque me contaram. Lembrar mesmo, eu não lembro.
Mas claro que eu tenho o meu quinhão de memórias. Tanto boas como ruins. E muitas delas – se não todas – envolvem você direta ou indiretamente.
Algumas delas podem parecer pequenas. Passear de mãos dadas pela rua, almoçar conversando sobre a vida, dividir a Coca-Cola no cinema. Vasculhar livrarias, comer um doce numa praça de alimentação, entrar num shopping quase fechando para comprar o sapato que você precisava.
E brigas, claro. Todo mundo têm brigas, conosco não foi diferente. Brigas que enquanto acontecem parecem ser gigantescas, mas tornam-se pequenas quando ficam no passado. Brigas que, enquanto acontecem, parecem ser parágrafos e mais parágrafos, mas, que se tornam somente uma pequena vírgula quando se lê o texto inteiro. E acho que esta é a maior qualidade do amor: transformar as brigas em pequenas vírgulas.
Estas são as memórias, ou ao menos algumas delas, que envolvem você diretamente. Sei que elas parecem poucas, como se nós tivéssemos vivido juntos durante pouco tempo neste ano. Mas isso é culpa da minha ausência de memórias. Ou talvez porque tudo realmente tenha passado rápido demais.
E, como eu disse acima, existem as memórias que envolvem você indiretamente. São aqueles momentos nos quais você estava dentro da minha cabeça, mas eu não conseguia pensar direito. E chega a ser contraditório, já que os poucos fiapos de raciocínio que eu tinha nestes momentos eram por sua causa.
Pois era você que – talvez até mesmo sem saber que estava ali dentro – mantinha tudo unido. Aliás, não era apenas você, mas (principalmente) a ideia de você, que dava um mínimo de ordem ao caos, me mostrando que tudo o que podemos fazer com o passado é aprender, para podermos sonhar com um futuro melhor e mais adocicado.
Em todos estes momentos, pensar em você e em algumas de suas palavras e atitudes foi o que me mostrou isso, em momentos nos quais o presente, o passado e o futuro se misturavam de forma totalmente bagunçada dentro da minha cabeça.
Eram momentos nos quais me acusei de forma errada, nos quais me julguei por não estar ao seu lado, e me condenei por não ser mais a pessoa que eu era. Ou que sempre achei que fosse. Não sei ao certo. Mas se hoje estou aqui, devo isso a você. E a você, somente.
Como eu disse no início deste texto, tenho poucas memórias deste ano – e algumas ocasiões, como eu afirmei, eu sei que aconteceram somente porque me contaram. Mas em todas elas você estava ao meu lado. E disso eu tenho certeza absoluta.
Pois quem me conta isso, todos os dias, é o meu coração.
Muito obrigado pela lembrança de ontem, pelo sorriso de hoje e pelo sonho do amanhã. Muito obrigado por permitir que eu seja eu mesmo, numa época em que eu não sabia ao certo quem eu era. Muito obrigado por me incentivar profissionalmente, por me apoiar pessoalmente, por somar e dividir totalmente. Muito obrigado por acreditar em mim e muito obrigado por me mostrar que é possível.
Muito obrigado por tudo.
Amo você, Ana Claudia.
Beijos
Rob
24 comentários:
Me fazer chorar não vale.
Eu acredito em você e quero mais do que tudo que se torne possível.
Obrigada pela carta.
Também te amo, Luv.
Beijos,
Ana Claudia
vocês formam o casal mais lindo do mundo!
Vocês me fazem acreditar que ainda existe amor nesse mundo (Andei meio desacreditada disso nos últimos tempos...)
Beijos,
Bia
Por coisas assim que tenho orgulho em bater no peito e dizer o quanto te admiro, cara!
Belíssimo texto!
Abraço!
Que bonito...
Só faltou a trilha sonora. Mas pode deixar que eu providencio.
Tcherê tcherê tcherê...
E desculpe o tom de piada em um momento assim tão sublime, mas não posso deixar de comentar que quando vi o título desse texto-declaração, o que veio logo à minha mente foi:
"Se ele não ganhar, quem ganha Lombardi?!"
P.S.: a resposta, para quem não é do tempo do Lombardi: "A carrrta, Sílvio!"
E esse definitivamente ganha o Momento OOOOUUUUUNNNNN *_______* do ano. Parabéns ao casal, ao Rob, pelo talento e por ter encontrado alguém tão bacana e especial pra dividir sua vida e à Ana, por fazer bem ao Rob. Muitas, mas MUITAS felicidades mesmo à vocês.
=D
Varotto, esse trollzinho. rs
Prêmio de momento OWN do ano vai paaara: Carta de Rob Gordon para Ana, sua namorada.
Lindo. Ainda existe amor por aí, mesmo que seja para poucas pessoas.
Mas eu fui sincero quanto ao "que bonito"!
E o que vocês têm contra o tcherê???
Rob,
Me fazer chorar no trabalho não é legal.
Hehe...
Lindo...Lindo...
"it's already been sung,
but it can't be said enough
all you need is love"
Gosto muito de vocês dois. Vocês fazem bem pra mim e pra todos ao redor de vocês, tenho certeza (:
Linda carta mesmo. Momento OUNN da semana. Mas concordo com a Mariana Paschoal, pq fazer a gente chorar no trabalho... not cool, mr. Rob Gordon. Not cool.
Ouuuuun! Que lindo, Rob!
Nem conheço vocês dois pessoalmente, mas já os considero demais.
Felicidades aos dois! :)
Varotto, a mesma coisa que tenho contra o "ai, se te pego". :P
#ChampChat
Pow. Chorei. Lindo texto Rob.
Falei que a Ana é especial? ;)
Taí. Bjo pros dois.
Linda, carta, linda declaração e sorte sua Ana Cláudia , por esse super cara ser só seu.
E com o risco de me tornar repetitiva , Rob, eu sou sua fã.
Beijo
E eu não consigo deixar de imaginar a sensação de receber uma carta assim.
Obrigada por compartilhar e nos fazer acreditar que o amor existe sim! E que ele sempre permaneça!
@dari_rizzi
Coisa mais linda de se ler... =)
Ooown que lindo! Vcs tem muita sorte de terem um ao outro :) muitas felicidades pra vcs!
Ando sumido da vida dos dois, mas tenham certeza que sempre espero encontrar vocês por acaso caminhando pelas ruas de Pinheiros à noite. Parabéns ;)
Realmente é foda sentir isso tudo por alguém :-)
Aproveitem, se amem, sejam.
Uma das coisas mais legais aqui, Rob, é como você não tem medo de se abrir. Eu escrevi um texto pra minha mulher na semana passada, no aniversário dela, e outro sobre meu pai (falecido), nesta, e ambos foram partos normais de trigêmeos.
E subscrevo os comentários acima, é muito bom ver que ainda existe amor de verdade.
Carlos leitores:
Agradeço cada um dos comentários postados neste texto. Mas, desta vez, abrirei uma exceção e não responderei os comentários um por um, pois tudo o que eu gostaria de escrever sobre o assunto, no momento, está no post.
Assim, eu gostaria que este texto se sustentasse sozinho. De preferência, para sempre.
Comentários futuros, claro, serão lidos da mesma forma (mesmo sem resposta) como é a política deste blog.
Rob
Olá Rob, te acompanho desde o texto do Al Pacino. Fazia tempo que não lia algo tão original.
Adoro as crônicas que escreve.
Parabéns pelo dom da observação que vc tem.
Um abraço!
Que bom quando a gente está com alguém que nos faz bem, né? Torço pela perenidade de vocês (de verdade). Beijos.
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