23 de abril de 2010

Uma Vida em Copas: Espanha – 1982

(texto anterior: Argentina - 1978)



É impossível não associar futebol com dor. Pegue a primeira frase do filme Alta Fidelidade (“eu escuto música pop porque sou infeliz, ou sou infeliz porque escuto música pop?”) e troque o “eu escuto música pop” por “eu torço por um time de futebol” e ela continua verdadeira.

Se amar é sofrer, os torcedores de futebol são as primeiras pessoas a descobrir isso, bem antes de terem idade para ver relacionamentos terminarem de forma impiedosa; bem antes de passarem os sábados à noite em casa se sentindo rejeitados; bem antes de terem o coração partido por alguém. Não estou falando aqui dos simpatizantes, mas sim dos fanáticos. Aquelas pessoas que, durante 90 minutos, depositam toda a sua felicidade nos pés de onze pessoas que nem sabem que ele existe.

Eu me tornei uma pessoa dessas em 1982.

Neste ano, eu morava em Manaus. Não sei se já contei isso aqui no blog, mas eu e minha família moramos na capital do Amazonas por dois anos, pois meu pai foi trabalhar lá. Então, se você gosta deste blog, tenha bastante carinho por esta cidade, pois foi em Manaus que aprendi a ler e a escrever, nas mãos de uma professora gordinha e morena chamada Cinelândia – felizmente, a didática dela era muito melhor que o gosto dos seus pais para escolher nomes.

Assim, eu passei o período entre os anos de 1980 e 1982 usando apenas shorts de pano e suando, acima do Equador. Morávamos numa casa que poderia ser chamada de mansão: enorme, com jardim interno e um quintal enorme, palco das minhas aventuras ao lado do meu primeiro melhor amigo, um boxer que foi alugado junto com a casa (não, não pergunte, mas é isso mesmo: ele pertencia à casa) chamado Billy. Na verdade, o Billy não era o meu cachorro: eu era o menino do Billy, e ele me defendia de tudo e de todos, com uma lealdade comovente (para mim) e assustadora (para os outros).

E foi em Manaus que algumas das minhas paixões surgiram.


A cidade que me ensinou a ler.

Aliás, minto: não são minhas paixões, sou eu. Alguns dos elementos que me definem como pessoa surgiram justamente nesta época; como aprendi a ler em Manaus, foi aí que mergulhei fundo no mundo dos quadrinhos. E, por causa da Zona Franca, tínhamos em casa um videocassete e um Atari, numa época em que as pessoas aqui em São Paulo provavelmente estavam apenas começando a ouvir falar disso. E foi ao lado do meu irmão, gravando o Corujão todas as noites (para assistirmos no dia seguinte) e jogando Atari nas férias, que me apaixonei por cinema e por games.

Quadrinhos, cinema, games. São três dos pontos cardeais da minha vida. Faltava apenas um.

E ele surgiu na forma do futebol.

Foi em Manaus que eu me apaixonei perdidamente por futebol. Eu já assistia a jogos em São Paulo, antes de 1980, com meu pai. E adorava, a ponto de detestar com todas as minhas forças um zagueiro do Palmeiras, de cabelos quase brancos, devido a sua especialidade: ficar em cima da linha e impedir os gols dos adversários (somente anos depois eu descobriria que o moço dos cabelos brancos se chamava Rocha). Mas a paixão mesmo começou em Manaus.

E como eu não acompanhava nenhum time local – e não me lembro de ver jogos do São Paulo na TV enquanto morava em Manaus – meu palpite é que o futebol entrou na minha vida de verdade, justamente por causa da Copa da Espanha. O fato de eu ter diversas fotos da época com uma camisa do Brasil apenas reforça isso.

Provavelmente, a grande influência disso veio, novamente, do meu pai. Meses antes da Copa, seu pai faleceu, e isso resultou numa das cenas mais doloridas da minha vida, algo que nunca mais consegui apagar da minha cabeça. Não me lembro se foi quando meu avô faleceu ou se quando descobriram que isso iria acontecer logo e de forma inevitável. Lembro-me apenas do meu pai sentado numa poltrona, de costas para o jardim interno, com a cabeça abaixada, apoiada numa mão.

Eu estava a metros dele e vi a cena por uns três segundos, mas nunca mais a esqueci.

Foi, talvez, a primeira vez em que percebi que meu pai era humano. Até aquele momento, ele era o maior homem do mundo para mim; indestrutível. Mas, durante aqueles poucos segundos, eu nunca havia visto, até então, alguém se sentindo tão pequeno como ele. Lembro apenas de ficar olhando meio assustado, de longe, até minha mãe tocar no meu ombro e dizer:

– Deixe o seu pai sozinho um pouco.

E eu saí da sala, ainda assustado e sem entender direito porque ele precisava ficar sozinho. Não sei se ele chorou sozinho, mas sei que ele está chorando agora enquanto lê, da mesma forma que eu estou chorando enquanto escrevo. E hoje isso faz muito sentido para mim. Hoje eu compreendo que parentes são aqueles que almoçam com você todos os domingos; mas família, mesmo, são aquelas poucas pessoas que choram junto com você, mesmo décadas depois.

Enquanto isso tudo acontecia, o resto do mundo, alheio ao fato do meu avô ter morrido, preparava-se para a Copa do Mundo. Provavelmente, assim como alguém que se divorcia normalmente afoga suas mágoas nos braços de outra pessoa, meu pai, ainda abalado pela perda, mergulhou de cabeça na Copa do Mundo, elegendo-a como seu alento.

E me levou junto nisso.

Mas, cá entre nós, seria impossível ser moleque, gostar de futebol e não se apaixonar por aquele time. A melhor seleção brasileira desde o time de 1970 entrou como franca favorita, com uma constelação de craques de fazer inveja a qualquer país: Zico, Sócrates, Falcão, Júnior, Toninho Cerezo. E, com o futebol que essa equipe jogava, somado ao início da luta pelo fim do governo militar, o país estava realmente unido (“de repente é aquela corrente pra frente, parece que todo o Brasil deu a mão”, cantava a marchinha composta para a Copa de 70 e adotada para a de 82, e que eu sei canto baixinho até hoje), de olho nos gramados da Espanha.


Em pé: Waldir Peres, Oscar, Leandro, Falcão, Luisinho e Júnior.
Agachados: Dirceu, Sócrates, Serginho, Zico e Éder.
Mesmo sem a taça, este é o meu Brasil de 70.

E foi junto com o país inteiro que eu me assustei quando, de repente, tomamos um gol logo na estréia, contra a União Soviética (que eu, criança, chamava de “Ursis”, que é como eu lia o URSS que aparecia na tela). Mas não tive tempo nem de sentir medo, mesmo com o Brasil jogando mal. Aos 30 do segundo tempo, Sócrates empatou, e, pouco antes do final, Éder virou o jogo, no primeiro “gol mais lindo do mundo” que vi na vida.

O resto da primeira fase foi tranqüilo para o time. 4 x 1 contra a Escócia, 4 x 0 contra a Nova Zelândia. Mas não foi tranqüilo para mim. A cada jogo, eu descobria países que nunca havia ouvido falar na vida. Países, idiomas, bandeiras, nomes repletos de consoantes. E nunca me esqueci da risada que minha mãe deu quando eu, estudando uma tabela da Copa, contei a ela que “hoje vai ter o jogo das comidas”, me referindo a Peru X Camarões.

Eu estava totalmente entregue. Eu respirava futebol o dia todo. Assim que acabavam os jogos do Brasil, eu prendia o cachorro na corrente e ficava chutando a bola no quintal, horas e horas, com minha camisa do Brasil. E, sim, era preciso prender o cachorro, pois senão ele destruiria a bola. Era uma das regras da casa: para jogar bola, era preciso prender o cachorro.

E, com o Billy preso e minha bola solta, eu me transformava em Zico, em Sócrates, em Júnior. O gramado do meu quintal era a Espanha, e a torcida não parava de gritar meu nome, a cada drible, a cada passe, a cada chute.

Mas nada do que eu fiz com aquela bola, no gramado da minha casa, chegou perto do que a Seleção Brasileira fez com a Argentina, no primeiro jogo da segunda fase. 3 x 1. Os então campeões do mundo, nossos maiores rivais, caíram de forma incontestável – Maradona, inconformado com o resultado, foi expulso após dar uma voadora no Batista.

Hoje, para mim, isso seria o jogo dos sonhos, mas, naquela época, foi apenas mais um jogo – eu nem mesmo me lembro dos gols. Na época, eu não tinha problemas com a seleção Argentina como qualquer brasileiro que goste de futebol tem. Brasil 3 X 1 Argentina é considerado um dos maiores jogos da história das copas. Mas, para mim, foi apenas mais um jogo do Brasil. Foi apenas mais uma festa.

Medo? Jamais. Aquele time jamais perderia. E isso não aos meus olhos de criança, mas sim aos olhos do mundo todo. E o próximo adversário era a Itália, que fazia uma campanha pífia no Mundial – e nós ainda tínhamos a vantagem do empate.

Mas junto com a Itália, veio Paolo Rossi.

Existem dias que tudo sai errado. Aquele 5 de julho de 1982 foi um desses. Não cabe aqui tentar encontrar motivos. Um grande amigo meu diz que “jogo bonito não ganha taça”, enquanto meu pai fala que o grande erro daquele mundial foi o Telê Santana ter mandando o Serginho se comportar em campo.


Os dois gols italianos haviam sido apenas um susto...

Faz diferença, hoje? Nenhuma.

Mas se os motivos não importam mais, a dor continua a mesma.

Algumas imagens permanecem indeléveis na minha cabeça. Aquela imagem clássica, de Falcão correndo com os braços abertos, veias abertas, comemorando o 2 x 2... Eu me lembro daquilo como se tivesse sido agora, horas atrás. Porque, naquela hora, ainda dava. Naquela hora, a Copa ainda era nossa, porque aquela Copa sempre havia sido nossa.


...porque ainda dava. Ainda era nossa.
Por mais seis minutos, ainda era nossa.

Os gols da Itália haviam sido um susto, e mais nada. Igual ao que havia acontecido no jogo com a “Ursis”. Se você não sabe, a Itália abriu o placar, e o Brasil empatou; a Itália fez 2 x 1, e o Brasil empatou. No gol do Falcão, ainda dava.

Até que a Itália fez 3 x 2. Até que o jogo acabou.

Até que a Copa – a minha Copa – acabou.

Anos depois, fiquei sabendo que, assim que o juiz apitou o final do jogo, meu pai desceu correndo para o terraço, onde tínhamos uma mesa de bilhar, e apagou correndo o 5 x 2 que havia escrito com giz, no feltro verde, antes que eu visse. Mas, na hora, eu não sabia disso.

Eu não sabia de nada. Eu estava transtornado.

Eu não lembro ao certo o que fiz na frente da televisão. Provavelmente minha mente bloqueou algumas memórias. Mas lembro de descer até a sala, ao lado da minha família. E me lembro do silêncio. E me lembro claramente de, ainda usando a camisa do Brasil, colocar o pé no gramado, ao lado do cachorro.

E me lembro de ver a bola na minha frente.

Sei que, com ódio, com lágrimas, com dor, fechei os olhos e chutei com toda a minha força. Antes de ela parar de rolar, ela estava furada entre os dentes do cachorro, se esvaziando aos poucos, da mesma forma que eu. Foi aí que eu comecei a chorar. Foi só aí que eu me sentei no gramado e comecei a chorar compulsivamente, finalmente entendendo que a Copa havia acabado para mim.

Foi a primeira vez, na minha vida, que eu experimentei o gosto da derrota.

Eu queria chorar desde o terceiro gol italiano, mas talvez eu tenha acreditado que começar a chorar seria abrir mão de qualquer esperança. Se eu chorasse durante o jogo, eu estaria selando a derrota. E havia tempo. Eu queria acreditar que o Brasil ainda empataria. Era apenas um gol, e o time havia feito tantos...

E não sei por que me recusei a chorar quando o jogo acabou – talvez meu instinto de sobrevivência estivesse tentando evitar que eu me tornasse uma daquelas pessoas aficionadas por futebol, que sofreria o resto da vida por causa de um esporte.

Se eu chorasse naquele momento, colocaria os pés numa estrada sem volta, e passaria o resto da vida chorando por causa de futebol. Meu cérebro, tentando me salvar disso, lutou desesperadamente para me impedir de chorar naquele momento. Talvez se eu não chorasse naquele momento, o futebol seria apenas um lazer para mim, não uma paixão. E, com isso, eu seria uma pessoa muito mais feliz.

Mas eu já estava irremediavelmente apaixonado e machucado.

Após todos os jogos anteriores do Brasil, eu era um craque, e jogava com a camisa 10.

Após o Brasil X Itália, eu era um menino de seis anos, confuso e desorientado, sem saber o que fazer com aquela dor insuportável que rasgava meu peito e que não diminuía de jeito algum. Por isso eu chorei aquele dia. Chorei desgraçadamente, vendo meu primeiro grande sonho se esfacelar nas mãos de um italiano que eu nem conhecia.


Para o mundo, apenas um centroavante mediano.
Para um menino de seis anos, um monstro. No pior sentido.
Não me lembro de mais nada da Copa, a não ser dos jogadores italianos, dias depois, dando a volta olímpica, com a taça nas mãos. Com a minha taça nas mãos.

Três ou quatro meses depois, meu outro avô, pai da minha mãe, morreu. Sim, eu perdi meus dois avôs num espaço de seis meses. A porra de um câncer filho da puta roubou os dois de mim. Mesmo tendo duas avós maravilhosas, eu cresci sem avô nenhum.

Era hora de retornarmos para São Paulo.

Voltamos no final de 1982. O cachorro ficou lá – foi a minha outra grande perda do ano – mas a dor que eu senti, naquele 5 de julho, veio comigo na bagagem.

E ela ainda está aqui.

(Próximo texto: México – 1986)

(Nota do blog: este texto está fechado para comentários por motivos de spam)

15 comentários:

Brenu S. disse...

Rob,
não tem como não ler um texto desses e não sentir os olhos encherem-se de lágrimas. Gênio não é só aquele que escreve magistralmente ou coloca as palavras certas - e o timing certo das piadas - em um texto (o que você faz muuuuito bem). Gênio, para mim, é aquele em que você se espelha, se identifica e tem admiração. Meu amigo, você é um gênio! Parabéns!

Bia Nascimento disse...

Eu acabo de me proibir de ler o resto dessa saga em horário de trabalho. Fica feio uma assistente de finanças séria como eu chorar enquanto negocia com clientes e fala com o banco no telefone né?
Nada mais a declarar!

PS: Ri muito com “hoje vai ter o jogo das comidas”! hauhauahuauahauhauha
PS-2: Achei legal ler esse capitulo pois você tinha 6 anos. Essa Copa será a primeira que o meu sobrinho que tb tem 6 anos irá lembrar, já que ele tinha só 3 aninhos em 2006 (e que por sinal, foi bem sem graça pois nós tinhamos acabado de perder o meu pai, tb por causa de um câncer desgraçado umas 2 semanas antes). Provavelmente vou ver algumas reações semelhantes com as que você descreveu aqui acontecer na sala da minha casa.

paulonando disse...

Mais uma vez parabéns!
Lindo texto!

Unknown disse...

cara, sabe quando você fica sem palavras?! então! fiquei.
fiquei sem palavras, mas senti aqui, bem no fundinho do meu coração, cada palavra, cada momento descrito.
isso vem se repetindo a cada texto, na verdade. e eu estou gostando! :)

Varotto disse...

Da Copa de 82 tenho muitas lembranças (já tinha dez anos) mas, apesar de ter acompanhado, e até colecionado o álbum oficial (do chiclete Ping-Pong), o fato é que não dou muita atenção para futebol (hoje ainda menos que naqueles tempos).

Mas uma coisa aprendi lendo o seu texto hoje: vovô que me desculpe, mas vou me lembrar de nunca me encontrar com você usando minha camisa da Squadra Azzurra (a única de futebol que tenho). Sabe-se lá qual o seu nível de condicionamento...

P.S.: Tem certeza de que nem a foto no link seguinte pode mudar sua opinião sobre os Azzurri??

http://resources.motogp.com/files/images/xy/2008/MotoGP/n486543_224726_The+Fiat+Yamaha+Paddock+Girls+cheering+up+for+Valentino+Rossi+and+the+Squadra+Azzurra-1280x960-jun9.jpg._original.original.jpg

Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos disse...

Infelizmente só nasci 8 anos depois dessa copa, e peguei uma época de vacas gordas... Até hoje 4 copas, 3 finais, e 2 títulos.

Porém preferia ter visto esse time dos sonhos jogar, do que ver dunga em 94...

Telê, que falta que nos faz!!

A parte sobre o futebol foi tocante, inspiradora, mas a parte sobre perder o avô, fato recente em minha vida, me vez verter lágrimas.

86 vem aí, e o penalty de Zico... Espero essa história como poucas...

Natalia Máximo disse...

Sério, fiquei arrepiada, Rob. É muito mais legal e emocionante revisitar as Copas do Mundo pelos seus olhos de criança.

Wagner Brito disse...

Falae Rob, blz?

Caracas, tu sabe que eu leio teu blog mas não sou de comentar, mas...

confesso que demorei para voltar a ler depois de um certo trecho, devido a carga emocional nele colocada.

parabens!

Anônimo disse...

Concordo com todos aqui, a narrativa é bela e tocante!

Quase toda a nação sentiu imenso sofrimento naquele dia, pois o mestre Telê (quanta saudades! - Deus o tenha!) conseguiu montar e articular uma seleção de craques, comparada somente à de 1970. Teria sido uma espécie de catarse nacional termos ganho aquela Copa.

Mas tivemos foi uma das maiores lições de como lidarmos com adversidades e desilusões.
Foi um baita golpe!

E agora, chegando mais um Copa, iremos passar por fortes emoções, pois ao menos para mim, nossa seleção não inspira confiança e "certos craques" não vão estar lá!

Não há mais espetáculos, raramente se vê jogadas bonitas (como as dos garotos do Santos); raramente vemos shows de bola! Vemos é muita correria, disputas duríssimas, placares magros e jogos que dão sono.

Hoje joga-se "apenas" para levantar o caneco e comemorar.
Claro que é o objetivo maior, mas não sei quanto a voces, ao menos eu, dou pouco ou nenhum valor em levantar a taça vendo nossa seleção ou time, jogando aquele futebolzinho ridículo e feioso, de doer os olhos.

A seleção do Dunga está até "boazinha", mas ainda sou daqueles que prefere ver espetáculos e shows, como a de 70 e 82, do que ver o time ou seleçao levantar a Taça com resultados de 0x0, 1x0 e penaltys.

Meus pêsames pelas perdas que sofreu além da decepção do jogo.
- Abraços!

Lucas Casasco disse...

Eu senti tudo o que já foi escrito antes, fiquei arrepiado com as histórias, comovido e rí também.
A sua capacidade de descrever situações é muito boa, eu conseguia imaginar nítidamente um menino de seis anos correndo pra lá e pra cá chutando a bola e olhando pro nada e abrindo os braços e gritando e achando que realmente era um dos craques da seleção. É claro que as imagens se passaram na minha cabeça meio ao estilo dos desenhos do "Menino Maluquinho" mas acho que isso deu um toque diferente à situação.

Com relação à parada dos avós, eu nunca conheci meu avô paterno e isso teve um impacto desgraçado na minha vida, lembro até hoje (ta, não faz muito tempo) de chorar quase toda noite antes de dormir só por não ter conhecido ele (eu devia ter seis anos nessa epoca, mesma idade que você tinha na copa.)

Gostei do texto, foi realmente muito bom.

Fagner Franco disse...

Puta que pariu!

Puta que pariu, porque eu não estava vivo nesta época e você me fez sentir toda essa dor!

Puta que pariu, aquela taça era nossa!

Puta que pariu, que texto sensacional (e poucas vezes usei esta palavra tão sinceramente)!

Puta que pariu, um dia escrevo assim...haha

Puta que pariu!

Claudia Iarossi disse...

Caraca Rob!
Com este chorei demais!!!!

Lindo!

Kel Sodre disse...

Vish... com esse dei uma choradinha. Umas três vezes... Foram muitas perdas para uma criança, e em muito pouco tempo. Também sofri pelo Billy, que provavelmente passou pela experiência de perder e ganhar e perder donos várias vezes.

Não ligo para futebol, mas confesso que estou gostando muito das suas copas.

Matheus Carvalho disse...

Cara... fui lendo seu texto e fui lembrando de um fato recente e um mais antigo na minha vida de torcedor Cruzeirense, a fatídica final da Libertadores de 2009 e a terrível final do Brasileiro de 98, do 2º gol do Estudiantes até o último segundo de jogo, me recusei a soltar um fio de lágrima que fosse, acreditei, até o fim... no jogo contra o Corinthians em 98 ainda era novo, mas me lembro perfeitamente, depois do jogo, no Mineirão, o Cruzeiro depois de fazer 2 x 0 levar o empate e a torcida corinthiana começou a cantar: "aha, uhu, o Mineirão é nosso!", e aquilo meu deu um ódio que eu tenho até hoje desse time... hahahaha após o apito final, em ambos os jogos, as lágrimas rolaram naturalmente, dolorosas demais... Confesso que nunca chorei por uma derrota da Seleção Brasileira, por vitória já, mas não conta, porque foi choro de alegria, mas a dor que você sentiu, eu senti... eu te entendo, compartilho disso, que não se explica, mas dói demais...

Dani Cavalheiro disse...

Sou apaixonada por futebol, de chorar e roer as unhas e arrancar os cabelos e brigar com o namorado e, e... e tudo o mais.

O seu relato dessa copa me lembrou uma final que assisti recentemente, ano passado. Fluminense X LDU, eu estava no Maraca, vi faltar um gol, só um golzinho, pro meu time ser campeão, mandar a LDU pra puta que pariu e calar a boca de muita gente. Mas não deu. E o namorado, flamenguista, acabou comigo. Eu chorei, briguei, mas continuo torcendo, porque futebol é amor, e amor também é dor e sofrimento, fazer o que.

Belíssimo texto!

Besos