6 de abril de 2008

We Can Be Heroes?

Acordei hoje pela manhã disposto a escrever aqui sobre o show do Ozzy Osbourne. E farei isso, mas não nesse post. Isso porque, ainda pela manhã, dei de cara, na internet, com a notícia sobre a morte de Charlton Heston. Claro que a maioria dos portais que publicou a notícia identifica o ator simplesmente como o intérprete de Ben-Hur, mas isso seria o mesmo que dizer que Steven Spielberg é “o cara de Tubarão”. Charlton Heston era muito mais que o intérprete de Ben-Hur.

Claro que o filme dirigido William Wyler acabou sendo seu trabalho mais famoso, mas o ator trabalhou em outras dezenas de produções importantes, de todos os gêneros possíveis, como westerns (Da Terra Nascem os Homens), dramas de época (Agonia e Êxtase), ficções científicas (O Planeta dos Macacos e A Última Esperança da Terra, baseado no mesmo livro que inspirou Eu sou a Lenda) drama (O Maior Espetáculo de Todos os Tempos), outros épicos (Os Dez Mandamentos) e muitos outros.

Mas não quero falar aqui sobre a importância de Heston para o cinema. Nem quero abordar, também, seu comportamento duvidoso na vida pessoal, com opiniões de extrema direita e totalmente a favor do “direito de cada americano de portar armas”. Não quero discutir aqui o ator Charlton Heston, muito menos o homem Charlton Heston. Na verdade, o que está me incomodando – e foi tema de conversa com um amigo – é que, ao menos no que diz respeito ao cinema, toda uma geração de grandes talentos está morrendo rapidamente. Isso é normal, já que estão em idade avançada. O problema é que não surgem substitutos à altura. Pelo menos, não na mesma quantidade.

Apesar de ter sido criança nos anos 80, sempre fui fã de cinema clássico, graças ao meu pai. Cresci assistindo a todo tipo de filmes, independente da época. Então, assim acontecia como meus amigos, meus primeiros heróis eram ser “atuais” (o Superman de Christopher Reeve, o Indiana Jones de Harrison Ford, o Luke Skywalker de Mar Hammill e o Jack Colton de Michael Douglas são alguns exemplos). Mas, diferente deles, eu também tinha heróis “antigos”, que eram desconhecidos da maioria dos meus amigos, que fugiam de filmes antigos. Nessa lista, entrariam o James Bond de Sean Connery, o Capitão Hilts de Steve McQueen, o pistoleiro Chris de Yul Brynner e o Spartacus de Kirk Douglas. Isso falando apenas de filmes de ação. Mas há também os heróis de outros gêneros, como Atticus Finch de Gregory Peck, o Tony Kirby de James Stewart e (porque não?), o Rick de Humphey Bogart.

Sinceramente, a lista dos meus heróis no cinema seria enorme. E, infelizmente, a lista de todos os atores que os interpretaram e estão mortos também seria enorme.

Meus heróis não estão morrendo de overdose. Estão morrendo de velhice.

Isso deixa um gosto amargo na minha boca. Não porque eu confunda os atores com seus personagens – não faço isso até mesmo por força da minha profissão – mas porque meu lado criança continua insistindo em olhar estes atores como os heróis que enriqueceram a minha infância – e, ao menos como eu gosto de pensar, moldaram um pouco do meu caráter.

E todos eles estão morrendo. Todos os meus antigos heróis estão morrendo. Claro que os heróis dos anos 80, aqueles que eu compartilhava com meus amigos ainda estão por aí. Mas, cada vez que um destes velhos atores morre – e foram tantos nos últimos anos – a porrada é forte demais. E, pior, sinto que o momento em que os heróis da minha geração (aqueles mesmos, dos anos 80) nos deixarão está cada vez mais próximo. E eu não sei se ainda estou pronto para isso. Aliás, duvido que um dia eu esteja.

O tempo está passando. Os heróis estão morrendo. E, com pouquíssimas exceções, não surgem novos heróis para ocuparem as vagas. Ou, talvez, por causa da minha idade, eu simplesmente seja arrogante a ponto de acreditar que não preciso mais de heróis para me inspirar, que sou auto-suficiente.

Na verdade, depois de passar alguns segundos olhando para a tela, acho que o grande problema é perceber que se o tempo passa para eles, os meus heróis, o tempo certamente passa para mim. E, mesmo com tudo o que eu aprendi com eles, eu não sou o herói de ninguém, como o mundo faz questão de deixar claro em alguns momentos, especialmente num domingo chuvoso, silencioso e meio triste.

(texto que estava engasgado desde fevereiro, com a morte de Roy Scheider, o Martin Brody de Tubarão, um dos homens que eu passei boa parte dos anos 80 querendo ser quando crescesse)

23 comentários:

Unlucky disse...

Prepare-se.

Os substitutos estão ai:
-Zac Efron e Cia. de High School Musical;
-RBD;
-Rodrigo Santoro;
-Tom Cruise.

melhor parar... está dando nauseas...



mas fica mal não...
no fim, o fim é igual para todos.
e o tempo não para.
sinceramente? pelo contrário, parece q VOA!

Adoro o Champs vinyl..

Bato cartão! Parabens Rob. =))))

P! disse...

Aah, Rob, a vida é assim. Você também vai morrer um dia, eu e todo mundo.
Mais pare de procurar heróis e eternize os que estão mortos dentro de você.

Agora falando de outro assunto, vou te criticar, ok? Sabe, vc vive falando que o que importa são os comentários e tal, mas às vezes a impressão que passa é que vc só liga pro número de clientes que aparece abaixo do seu texto! Eu entro no Champ e vou continuar sempre entrando e comentando independente do que aconteça, mas às vezes eu acho que vc não retribui a "atenção" ou sejá lá o que for, que os "clientes fixos" do Champ tem por vc. É sério, vc faria várias pessoas felizes em pelo menos mandar um "texto legal, parabéns" no blog dos seus leitores. E vc nem dar atenção e tal parece um pouco arrogante, não sei.

Mas vou continuar sempre adorando e lendo os seus textos, independente que vc mande um "blog legal, layout bonito" pra mim, ou não.


:*

Anônimo disse...

Pâmela

Realmente estou em falta com os comentários nos blogs dos leitores usuais do Champ.

E, por mais eu tenha motivos para isso (falta de tempo por causa do trabalho, mal estou conseguindo postar), não vou ficar aqui dando desculpas, não.

Da mesma forma que os comentários dos leitores habituais são muito mais importantes para mim, os puxões de orelha também são.

Quero voltar a comentar nos blogs que leio, sim (e o seu é um deles) e vou fazer de tudo para isso, pode ficar tranquila.

Beijos

Rob

Tatiana C. Mendes disse...

Rob, é mesmo engraçado irmos vendo, percebendo, nossos heróis partindo... Ou simplesmente tornando-se esquecidos, o que também acontece muito. Eu tenho muitos herós, heroinas, na literatura... E também estive reclamando acerca disso estes dias. Eles, elas, se foram, e não existem substitutos... Bem, isso é bem claro. Alguns dizem que ninguém é insubstituível, mas não concordo, na realidade ninguém é substituível, - graças a Deus! Somos únicos e individualidades, se não fosse assim... Quanta chatice!

Mas... mas... às vezes me pergunto: será que não surgem novos heróis ou sou eu quem estou com minha visão tuva presa ao passado? Pois é, não sei a resposta, a minha, claro. Posso falar somente por mim... Espero que você saiba a sua, a resposta...

Desculpe-me pela demora em vir por aqui. Obrigada pela sua visita, que pra mim é sempre uma honra e mais, um prazer. Estou em falta com tanta gente... é minha falta de tempo que está transbordando já, e cada vez mais, ultimamente.

Um grande abraço, meu caro,
Tatiana C. Mendes

Redd disse...

eu tenho comentado a mesma coisa com alguns amigos, não só sobre a grande geração de atores como tb de músicos... a qualidade tá acabando e os poucos jovens q fazem coisa q presta não dão conta do recado sozinhos...

Anônimo disse...

Sei que o POST fala da morte de heróis. Mas ñ tenho como não responder algo sobre esse fulano, sobre a pessoa Charlton Heston.
Alguém que organiza encontros de amantes de armas (NRA) nas cidades onde massacres haviam acabo de acontecer, só para provar que ele tinha a liberdade constitucional para isso... definitivamente... ele que vá direto para o INFERNO. E Chupa SATÃ. (e sim, sou fã do Michael Moore).

Anônimo disse...

Rafael:

"Não quero discutir aqui o ator Charlton Heston, muito menos o homem Charlton Heston."

Estou discutindo personagens. Heston é um trampolim para isso.

E, sim, sou fã do Michael Moore também.

Abraços.

Anônimo disse...

Ah, cara, eu não acho que os heróis estão acabando. Eu não vivi nos anos 80, mas acho que foi uma década igual em qualidade de heróis aos anos 90 ou 2000, e isso não é pra cima, é pra baixo. Os anos 80 tiveram alguns filmes pop legais, mas nenhuma obra prima nem nada parecido. É a década podre, do trash e das coisinhas divertidas. Lembrando que isso não é necessariamente ruim. Muitos dos meus heróis de infância são personagens dos anos 80 também, como o Marty McFly, Ferris Bueller e suas respectivas namoradas com cabelos ao vento que eu insistia em tentar imitar com tic-tacs da Barbie. Sim, eu sou a rainha do brega, queria ter um cabelo anos 80 em pleno século XXI. Enfim, o que eu estou dizendo é que, assim como nos anos 80 deve ter existido um saudosismo dos anos 50 e 60, e eu tenho certeza que esses caras também diziam que a cultura estava em decadência e que não havia mais nada que prestasse em um raio de 20 anos, e isso vai acontecer sempre. Mal posso esperar pra chegar a minha vez, vou lembrar até de Backyardigans.

marifreica disse...

A realidade é que vivemos em um mundo onde a beleza física é mais valorizada que o talento (tanto no cinema quanto na música, infelizmente).

Anônimo disse...

Mas eu ainda defendo que a culpa da falta de substitutos de nivel é unica e exclusivamente de quem faz o casting dos filmes. Se os atores escolhidos para papéis em filmes de destaque fossem bons... Christian Bale (Batman) como exemplo bom e Brandon Roth (Superman) como exemplo ruim.

E, justiça seja feita, se o diretor for ruim e não ajudar o ator durante os filmes aí o negócio fode de vez, o ator fica queimado e o filme fica muito ruim.

A propósito: Superman foi um filme ruim. Gostei só pelo fato de ser Superman. Se fosse outro herói ou um herói "criado" só pare este filme a merda seria muito maior do que foi. Onde temos um filme onde a primeira aparição fodona do herói é melhor que o filme todo? Superman... ¬¬

http://www.youtube.com/watch?v=6LyhTAEPxOw

Cruela Cruel Veneno da Silva disse...

olá.

na quarta feira as portas do banheiro CALCINHAS NO BOX estarão abertas de novo e desta vez, para todo o sempre.

beijos

An@Lu disse...

Engraçado você falar isso. Eu era para ter feito um texto assim quando o fidel deixou o poder.
E nem é que Fidel fosse um herói pra mim. Mas desde que eu nasci ele estava no poder. Assim como o Papa João Paulo II (e eu nem sou católica). Acho que tem a ver com uma questão de estabilidade. Eu nasci no mundo onde Cuba era de Fidel, o Vaticano de JPII, o Oscar joagava basquete e o Lula era o eterno segundo colocado.
E aos poucos a gente vê os nossos alicerces caindo e se sente meio perdido. Estes que eu citei até podem não ser idolos ou heróis, mas eram referenciais.
A gente vai descobrindo que crescer é preder estes pontos cardeais e ainda sim ter que se orientar sozinho.
Muito boa a postagem.

Varotto disse...

Rob que me perdoe, mas eu sempre achei o Charlton Heston um tanto charlatão. A atuação dele naquela cena final do primeiro Planeta dos Macacos chega a ser constrangedora ("seus malditos, vocês conseguiram!"). E minha implicância não é com o final, que acho muito bom, é com a atuação dele mesmo.

E, novamente, quanto ao teor geral do texto e dos comentários tenho mais um comentário. Sou completamente contra a atitude de "no meu tempo é que era bom". Em todas as épocas existem coisas maravilhosas e péssimas (e todos os intermediários entre estes dois extremos). Mas a tendência de quem segue a linha de pensamento mais nostálgica é sempre lembrar só das coisas boas de seu tempo e só ver as mazelas atuais.

Por exemplo: desenhos animados. Por mais que eu ainda goste de pica-pau, pernalonga e seus congêneres. Não existe nenhum desenho da minha época (tenho 36), que eu possa lembrar, que seja melhor do que Bob Esponja ou Padrinhos Mágicos. A diferença na questão da originalidade dos argumentos e qualidade dos roteiros é abissal. Pica-pau é muito bom, mas se formos pensar, tudo se resume a alguém perseguindo outro alguém com coisas engraçadas acontecendo no meio.

A grande maioria das pessoas tem dificuldade de separar pura nostalgia da qualidade real. É óbvio que também sinto nostalgia e, muitas vezes, quando vejo um filme ou desenho da minha infância e adolescência, o que sinto é mais relacionado à lembrança de coisas boas daquela época do que ao filme em si. Isso é normal. A questão é conseguir separar as duas coisas: qualidade x sentimento.

Isso sem contar aquelas coisas das quais você só gostava por ser criança e as quais é melhor nem assistir de novo hoje para não destruir as boas lembranças que você tinha sobre aquilo.

Recentemente comprei uma pilha de um metro de DVDs de filmes dos anos 80 que tinham algum significado para mim. A verdade é que boa parte deles é horrível, porém me trazem lembraças da aolescência. Ninguém vai me convencer de que "Matador de Aluguel" do Patrick Swayze é bom (na verdade é uma bomba), mas ele me traz boas lembranças e eu o comprei.

Outro exemplo, embora em outra escala: Armação Ilimitada. Esse programa foi um divisor de águas da cultura jovem no Brasil e no jeito de fazer TV por aqui. Isso é fato inequívoco. Mas hoje quando assisto, apesar de divertido, acho bastante bobo. Minhas lembranças eram um pouco diferentes da realidade.

E, para terminar, um exemplo extremo de a que ponto a nostalgia cega pode chegar. Uma vez uma pessoa me comentou entusiasticamente como todos os seriados japoneses da época (Jiraya, Changeman, Power Rangers) eram uma merda e que bons mesmo eram Ultraman, Spectreman, etc. Só pode ser piada, né?! Se tem uma coisa que (intencionalmente) não havia mudado até ali era a qualidade deste tipode seriado. Todos eram exatamente a mesma merda. Sim, eu gostava de Ultraman e colegas, mas aquilo era horroroso e só serve como piada (embora possa me trazer lembranças agradáveis de um tempo em que o máximo de preocupação era estudar às vésperas de uma prova).

Enfim, não tenho nada contra cada um gostar do que quiser, mas acho que se ganha mais se você conseguir enxergar os reais motivos disso.

Varotto disse...

Só para corrigir: quando disse sobre o Heston ser um charlatão, eu quis dizer canastrão. Vou demitir o meu revisor!

Ricardo Lubisco disse...

Fala Rob. Você não me conheçe, mas eu te conheço. Quer dizer, conheço as coisas que tu escreve e me sinto muito bem as lendo. Faz alguns meses que descobri esse blog, e visito praticamente de 2 em 2 dias pra conferir as atualizações. Só que nunca havia deixado um comentário. Um dia era por preguiça, outro porque eu via que já tinham uns tantos comentários e o meu não faria diferença.

Mas hoje resolvi escrever. Não sei se foi o texto sobre o Charlton Heston que me fez tomar essa atitude, mas algo me dizia para escrever hoje.

Cara, você tem um baita talento. Muitas vezes raro de se encontrar tanto senso de humor em uma pessoa, e claro, que ela saiba passar isso em um texto.

Só queria te agradecer por deixar os meus dias mais bem humorados. Por refletir sobre momentos da nossa vida, como no texto de hoje, e não pdoeria me esquecer, da raiva perante aquelas pessoas que se tem vontade de pular no pescoço e comer o seu cérebro.

Um abraço de um leitor constante, mas nem sempre presente nos comentários.

Ricardo.

Anônimo disse...

Eu também tenho essa sensação de que o estoque de personagens marcantes não está sendo renovado. É por esse motivo que acho as homenagens "in memorium" das premiações em janeiro e fevereiro uns dos dias mais tristes e nostálgicos do ano.
Gosto é gosto e sua lista de heróis
é mais intelectualizada que a minha, mas a sensação que tive qdo descobri que Jerry Orbach havia morrido eu nunca vou esquecer. Ele foi o pai de uma das personagens com quem mais me identifiquei no filme que eu mais vezes vi na vida. Não, eu não o considero um herói, mas um personagem muito marcante que, para mim, simboliza todas as expectativas que os pais têm em relação a seus filhos.
Na mesma linha de raciocínio, é um choque e tanto qdo percebo que Harrison Ford, por exemplo, já tem bem mais que 60, que Jack Nicholson é apenas 9 anos mais novo que minha avó, que Robert De Niro está mais perto dos 70 a cada minuto e que meu querido Ed Harris, que ainda não foi reconhecido pelos seus trabalhos irretocáveis, tem quase 60 anos!
E como tudo se renova, temos um Christian Bale ou um Joaquin Phoenix aqui e ali para nos consolar, mas nossa relação particular com os membros da "old school" será sempre única e tememos perder parte de nós mesmos qdo eles se forem.

Belíssimo post. Inspirador.

Se cuida, bjs.

Varotto disse...

Como dizia a inscrição da camiseta de um amigo meu:

"Jesus morreu, Freud morreu, Einstein morreu e, eu mesmo, não ando me sentindo muito bem"

Amelie disse...

Quando eu era pequena, eu ficava puta com o meu pai, porque ele só assistia a filmes antigos e achava que tudo que se faz hoje é porcaria. Hoje, tenho que dizer que o velho tinha razão.

Do Chalrton Heston só vi Ben Hur e Planeta dos Macacos, e adorei ambos. E estou com A Ultima Esperanca da Terra aqui, só falta tempo pra assistir.

Entre os heróis que vc citou, os meus preferidos são Indiana Jones e suas marmeladas e Atticus Finch (esse é sem concorrência). Também gosto dos herois meio sem caráter, como os interpretados por Cary Grant em Charada ou His Girl Friday...

Mas bem, pense pelo lado bom: tem um Indiana Jones prontinho pra sair do forno!!!

Adorei o post, vários filmes que eu fiquei com vontade de ver o rever!

Beijos

Kath disse...

Bom, Rob, eu sei que dá uma virada na cabeça ver esses astros partindo. Vi o Marlon Brando morrer e, por mais fã que eu sou do cara (daquelas de babar despudoradamente mesmo, tanto pelo homem lindo que foi quanto pelo ator magnífico), só pude pensar que ele então poderia descansar.
Morrer de velhice é bom, cara, dá uma sensação de que no jogo da vida você ganhou, viu filhos crescerem, netos, deu tempo para a Academia consertar as injustiças (às vezes eles nunca têm tempo suficiente), enfim, não se fio de bobeira, quando você ainda era alguém cheio de vida e talento para florescer, como eu acho que foi o caso do Ledger. O problema mesmo é quando o herói morre de overdose, como assim o cara enfrenta o mundo mas termina vomitado, cagado, numa posição vexaminosa?
Pra terminar, também sou contra esse saudosismo de que outrora era bom. Há coisas boas hoje em dia, no cinema, literatura e música, e às vezes precisamos exatmente desses distanciamento que o tempo oferece para poder perceber isso.
Ah, e chega, nem eu li tudo que escrevi.

Tatiana C. Mendes disse...

Selo aqui, no final da postagem, caso queira...
http://imponderavelmente.blogspot.com/2008/04/tragvel.html

Abraços,
Tatiana C. Mendes

Helen disse...

1º - Rob, PARABÉNS. Além de me fazer rolar de rir relatando os fatos engraçados que te acontecem, você tem igual capacidade de transparecer melancolia não-caricata através do seu texto. Apesar de gostar mais de rir (duh!), achei o texto muito bom.

2º - Realmente é muito estranho você perceber seus 'heróis'/ídolos ficando velhos, depois anciãos e, por fim, se dando conta de que estão morrendo. Os ícones do que achamos/achávamos o máximo desaparecendo e a gente aqui, (em muitos casos) longe de sua grandeza, e sem a válvula de escape que é focar em alguém.

_____________________
Espero que esse 'aperto' já tenha passado; a melancolia, quando vem, é muito mais intensa nas pessoas observadoras e que pensam muito de tudo.

:}

Helen disse...

Ah! Amei o título.
E, engraçado, 'pertence' a um 'herói' meu.
(Não, não é o Godzilla.)

MaxReinert disse...

Pois ... não sei se é nostalgia ou não, mas tbm sinto falta de novas referências!!!

Será que não existem mais heróis sendo produzidos ou nós que perdemos a inocência em algum beco por aí?

HUmpfff