Al Pacino, em O Sucesso a Qualquer Preço
Pronto. Finalmente o verdadeiro vilão da nova geração foi escolhido: o aquecimento global. E parece que a coisa decolou mesmo. Na televisão, no rádio, na internet só se fala nisso. Já vi notícias sobre isso até mesmo no Ig, o que mostra que a coisa séria, já que eles jamais tirariam o espaço de uma notícia sobre a Ivete Sangalo com algo que não fosse realmente importante. Até mesmo o Al Gore – aquele que seria presidente dos Estados Unidos se não tivesse sido derrotado no tapetão – resolveu mergulhar de cabeça na coisa: lançou uma palestra que virou DVD e está cotado para o Prêmio Nobel. Ou seja, aquecimento global é o assunto quente do momento, com o perdão do trocadilho.
Na verdade – por mais que eu saiba que o assunto é sério – parece que a humanidade tem a necessidade de arranjar vilões apocalípticos. Nos anos 60, era o risco de o mundo acabar numa guerra atômica. Nos anos 80, foi a vez da poluição (e todos os males derivados dela, como os monstros toscos de Spectreman que ameaçavam Tóquio toda semana). E, agora, é o tal do aquecimento global. Esqueça o El Niño e Efeito Estufa, eles eram apenas free-lancers contratados para trabalharem enquanto um problema de verdade não fosse criado. Mas, agora, é oficial: por volta de 2080, todos nós vamos assar no fogo do inferno (ah sim, tenha em mente que o inferno vai ser aqui mesmo).
Não sei se a conta está certa, e, na dúvida, já comprei três bermudas e avisei ao meu chefe que me recuso a trabalhar de calça no meio do aquecimento global. Sim, porque muita coisa vai mudar com isso, já que os dias mais frescos do ano lembrarão qualquer cena de Lawrence da Arábia ou de Faça a Coisa Certa. Ninguém vai sair de casa sem passar seu Sundown 600 no corpo. Isso, claro, sem falar no que vai se vender de cerveja e ventiladores. Aposto que a Brahma e a Kaiser já estão brigando para ver quem será a patrocinadora oficial do aquecimento global.
Mas o legal mesmo é que o aquecimento global faz jus ao “global” do nome. Sim, porque enquanto os culpados da ameaça nuclear eram os russos (ao menos, de acordo com o cinema) e os responsáveis pela poluição eram os industriais gananciosos (ou o Capitão Feio, de acordo com as historinhas da Turma da Mônica), o aquecimento global, pelo que dizem por aí, é culpa de todos nós. É culpa sua, pois você é um alienado que está com o computador ligado e derretendo um pedaço da calota polar; e é culpa minha, já que eu sou um irresponsável que fumou dois cigarros enquanto digitava esse texto, esquentando um pouco mais o planeta. Aliás, finalmente entendi o ódio que a temível Gordinha do Greenpeace desenvolveu por mim. Tenho certeza de que, quando a coisa esquentar de vez, ela vai vir me procurar na porta da Fnac para tirar satisfações.
Eu, porém, acho que tudo isso nada mais é que uma vingança do Sol. Não, não vou cair naquele discurso partidoverdiano (neologismo mode: on) de que a natureza está se vingando do jeito que a humanidade cuida do planeta. Em minha opinião, o Sol, um dia, estava zappeando a TV num domingo a tarde e deu de cara com alguma reprise dos Teletubbies e aquele maldito Sol-Bebê deles (será que só eu tenho pavor daquele programa, que mostra aquele mundo apocalíptico e aquele desgraçado daquele Sol macabro?). Na mesma hora, o Astro-Rei se emputeceu – e com razão – e decidiu: “vou acabar com essa merda toda agora mesmo”. Colocou o Msn no ocupado, aumentou o termostato e colocou a tarefa “destruir a merda do planeta azul” como prioridade na sua lista de coisas a fazer.
Agora, agüenta. Chupa mundo. Vou comprar uma espingarda hoje mesmo, porque, a hora que a coisa esquentar de verdade, o homem irá retornar ao estado de barbárie pura. Não existirão mais leis, apenas calor e sede. E, quando os saques começarem, preciso estar pronto para defender o meu estoque de Coca-Cola e meu precioso ventilador com opção de três velocidades. Maldito calor. Maldito Sol-Bebê.
5 filmes indispensáveis para assistir durante o aquecimento global:
1. Mad Max – para estudar as estratégias dos saqueadores
2. Faça a Coisa Certa – como objeto de estudo social
3. Lawrence da Arábia – para aprender a como se vestir no deserto
4. Guerra nas Estrelas – para vermos que Tatooine tem dois sóis (caso clássico do “podia ser pior”)
5. Waterworld – para ter certeza que, mesmo prevendo o derretimento das calotas polares, o filme continua sendo uma bosta.
5 comentários:
Vou dá um jeito de abrir uma portinha, para vender ventilador que vou ficar rica!!! Pra você eu vendo com desconto!
Beijão e some não nesse calorão
Mariliza
Meu Deus que calor!!!
Faz tempo que não tem inverno por aqui em Marília...
o pior é que é assim... de manhã é um frio tremendo, de tarde você derrete, e de noite chove...
todos os dias...
afff...
é.. o sol foi bem vingativo... huahauhau
mas... morte aos teletubbies... e não a nós...
hauha
falow
Pourra, eu quero aquele protetor solar azul que passava em uma das propagandas do Robocop, lembra! Aquilo era luxo!
Uma tia minha proibiu minhas primas pequenas de assistirem Teletubbies na época que passava mais, elas já estavam começando a ficar meio bobas, falando as coisas com aquela voz de Teletubbies mesmo.
Malditos Teletubbies...
Teletubbies me dava dor de cabeça, quando eu tentava assistir com a minha priminha.
E eu gosto de Waterworld! Mas realmente prefiro Mad Max. E por falar em ficção, recomendo aquele episódio do aquecimento global do South Park.
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