3 de janeiro de 2011

A Aurora do Homem

Não foi muito tempo. Somente quatro dias.

Este foi o período em que fiquei sem sequer chegar perto de um PC e mal usando o celular. Mas o suficiente para eu desaprender tudo.

Passei boa parte da manhã sentado na minha mesa estudando o teclado com a desenvoltura de um homem de Neandertal, maravilhado com aquele instrumento. Passava os dedos por ele, reconhecendo alguns dos símbolos em suas teclas, e maravilhado com um botão grande sem símbolo algum, localizado na parte inferior.

Passei boa parte da manhã também mexendo no mouse e encantado com o fato de que, na tela à minha frente, uma flechinha acompanhava todos os meus movimentos. Ainda limitado dentro da minha pré-história, cheguei até mesmo a olhar atrás da tela para ver se não tinha alguma outra pessoa (ou até mesmo uma divindade) mexendo a setinha. Não tinha ninguém. Era eu mesmo quem controlava aquela setinha na seta.

Sou o senhor da setinha!

Agora que dominei a setinha – um avanço tecnológico incrível para quem está apenas no terceiro dia do ano – é hora de começar a escrever.

Preciso fazer os tops 5 de 2010, e, claro, os posts da viagem.

Mas não consigo me concentrar. Fico apertando incansavelmente aquele botão comprido e sem símbolo algum, tentando entender porque ele faz um barulho diferente dos outros, menores.

Mas... Que barulho é esse? Parece um pássaro... Será que é o botão comprido? Não, não é. Parei de apertar e o barulho continuou.

Acho que vem dessa caixinha preta aqui ao lado. Eu me lembro disso. Como é mesmo o nome disso? Tem a ver com biologia... Ecossistema? Recessivo? Citoplasma?

Não... Não é isso. Mas é perto de citoplasma. Citoplasma... Núcleo... Célula!

Celular!

Lembrei! Isso é um telefone!

Observei a telinha. Um número que não conheço. Pelo tamanho, de outra cidade. Atendi.

– Alô?

– Já falei com ele e está tudo certo. Você vai pegar o Palio. Ele vai deixar a chave em cima da roda dianteira, da mesma forma que fez com o Golzinho. E vai estar no mesmo lugar. Resolve isso, por favor.

– Oi?

– Não tem o que errar. Só procurar a chave na roda e pegar o carro. Aí a gente vê o que faz. Abração.

– É... Ok. Abraços.

Suspirei. Finalmente, me lembrei de tudo.

Meu nome é Rob Gordon.

E, aparentemente, o ano promete.


11 comentários:

Letícia disse...

E feliz 2011.

Renata Santos disse...

Mudou de profissão, Rob? Virou "puxador" de carro?

Ana Savini disse...

Contemplem Rob Gordon, o senhor da setinha!

Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos disse...

Que isso rob, nem puxar carro você consegue direito? Gol e Palio, pff...

Anônimo disse...

E se 2011 não começasse assim não seria o Rob Gordon.

Lari Bohnenberger disse...

Ahahaahahahahahahaahhahahahahahaahahahahaahahahahahaahahahaahahahahaaahahaahahahahahahahahahah!

Estava faltando uma estréia de ano assim, tipicamente robgordoniana, por aqui!

Chorei imaginando a cena do Neandertal olhando pro teclado com a boca aberta e olhos abobadamente curiosos...

Bjs! E, como nunca é tarde, Feliz 2011!

Michele disse...

Feliz 2011, Rob!
Essas coisas só acontecem contigo mesmo, né?

Varotto disse...

Ah, Mr. Gordon!

Senhor de todos os sortilégios...

Tyler Bazz disse...

Feliz 2011. Ou "dois mil e ô fase?" (ai!)

Fernanda disse...

Eu pensei que era telemarketing. hahahaha

E aí, buscou o carro novo, o Palio, que deve ter sido objeto de furto?! ;D

Pri disse...

UAAUHAUAHUA... O Rob começa o ano em grande estilo já! rsrs