1 de outubro de 2010

Sonhos de Kurosawa Gordon VII

Eu estava no quintal de um sobrado enorme. Era uma espécie de rampa, coberta por grama e com tufos de mato, indicando que ninguém cuidava daquilo há tempos.

Ao meu lado direito, ficava a casa em si: um sobrado branco e envelhecido, mal conservado e precisando ser pintado urgentemente, que ia até o final da propriedade, acompanhando a subida da rampa. Ao meu lado esquerdo, o oceano ou um lago, com um pequeno cais.

Eu não estava sozinho, mas sim com meu irmão, procurando pela minha cunhada e pela minha sobrinha (sim, eu sei que no mundo real minha sobrinha é, na verdade, meu sobrinho), que haviam sido seqüestradas.

E nós também não estávamos sozinhos: diversos homens armados corriam pelo local, como se a casa estivesse sendo atacada por policiais, ou estivesse no meio de uma cidade em guerra. Tínhamos apenas alguns minutos.

Meu irmão correu para dentro da casa. Eu deveria esperar ali, no quintal, caso sua família aparecesse. Não sei como ele entrou na sala, por qual porta, mas logo eu estava sozinho ali, em meio às pessoas que corriam armadas aparentemente para todos os lados.

Não demorou muito para que tudo mudasse. Minha cunhada, carregando no colo um bebê embrulhado num pano brancos e incrivelmente limpo, surgiu no alto da rampa, acompanhada de alguém que eu conhecia, mas não me recordo agora quem era.

Eu corri até eles, e a pessoa que me não lembro quem era gritou:

– Vocês precisam ir embora! Peguem aquele bote e sumam daqui!

– A Priscila está bem?, perguntei apontando para minha cunhada e o bebê.

(Lembro claramente de ter usado este nome: Priscila. Minha cunhada não se chama Priscila. Evidentemente, meu sobrinho também não. Mas isso não fez diferença no sonho).

O sujeito respondeu:

– Sim, mas vocês precisam ir embora daqui agora!

– Porra nenhuma, meu irmão ainda está lá dentro. Nós vamos esperar por ele!

– Seu irmão está morto.

– Não, não está! Ele acabou de entrar na casa!

– Eles pegaram seu irmão! Vocês precisam ir embora!

– Eu não vou embora sem meu irmão!

– Seu irmão já está morto. Nem no país mais ele está!

– Como assim?

– Eles mataram seu irmão e o levaram para XYZ (Europa? África? Não lembro.). Ele vai ser usado como alimento, em algum ritual.

Tive um flash – quase uma visão – do corpo do meu irmão deitado, sem camisa, num local escuro, com sangue ao seu redor. O sangue escorria pelo chão sujo, feito de pedra e cinza escuro, em direção a um ralo. Mas foi um flash rápido. Logo eu estava de volta ao quintal.

– Então você tire a minha cunhada e a minha sobrinha daqui. Eu vou atrás do cara que pegou meu irmão.

– Você não vai entrar naquela casa!

– Eu vou matar o filho da puta.

– Eles são muitos!

– Não faz diferença quantos eles são, porque eu quero apenas um. Eu quero o cara que matou meu irmão.

– Você vai morrer.

– Pode ser, mas antes eu vou matar esse filho da puta. Tire minha cunhada e minha sobrinha daqui, e eu encontro vocês depois.

– Você não tem arma nenhuma!

– Eu não preciso de arma. Eu tenho meu ódio.

Ele começou a correr em direção ao bote, com elas, gritando que iriam me esperar do outro lado. Acredito o “outro lado” era o outro lado do lago, rio, o que quer que fosse aquela água ali ao meu lado. Mas não fazia diferença, porque eu não estava preocupado com isso agora. Eu conseguia sentir ódio, apenas isso.

O céu estava totalmente cinza, não sei se nublado ou por causa da poeira que explosões ali perto tinham levantado. Ou ambos.

Olhei para a casa, em meio aos homens correndo e sons de tiros e me concentrei em uma porta na parte inferior da rampa. Era por ali que eu iria entrar.

Acordei. Para sorte do desgraçado, acordei.

10 comentários:

Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos disse...

"Eu não preciso de arma. Eu tenho meu ódio"

Típica frase Robniana.

Eu sonhei que estava em um outbreak zumbi, meu irmão foi morto também, coincidência?

Anônimo disse...

A pessoa que você não se lembra era eu. De nada.

Irmão do Rob disse...

Rob, com certeza vão falar q nossa família é freak... Mas

Adorei seu sonho... Mate-o por mim...

MaxReinert disse...

E eu que achava que era o único doente!!!! hauhauhauhauhuahuaha

Ana Savini disse...

Max, somos todos doentes aqui!
O.O

"– Eu não preciso de arma. Eu tenho meu ódio."
Isso foi muito Clint Eastwood. Culpa do seu avatar no Twitter.

Ana Savini disse...

Esqueci de falar que o comentário do Irmão do Rob foi sensacional!

Rafael disse...

"– Não faz diferença quantos eles são, porque eu quero apenas um. Eu quero o cara que matou meu irmão.
– Eu não preciso de arma. Eu tenho meu ódio."
UAU, essas duas frases parecem tiradas de um filme de bang-bang.
tem certeza q esse é o mesmo irmao q vc disse quase "detestar" alguns posts atrás?

Varotto disse...

"tem certeza q esse é o mesmo irmao q vc disse quase "detestar" alguns posts atrás?"

Provavelmente o killer Gordon vai responder algo como:

"Ninguem pode matar o meu irmão além de mim!"

Kel Sodré disse...

Ai, credo, que sonho horrível. Tá ligado que isso é fruto das horas que você passa jogando videogame, né?

Ricardo disse...

deixa eu ver pela descrição que você geralmente da de si(baixinho e gordo), você devia estar de macacão vermelho, enquanto seu irmão estava de macacão verde, muito provavelmente os tiros que cortavam o ceu tinha uma cara de tubarão pintada neles, o cara que falou com vocês devia estar de colete azul e um chapéu de cogumelo e você provavelmente entendeu errado não era Priscila era Peach.


Ah não me julguem se os sonhos do Rob não fazem sentido por que meus comentários tem de fazer?