11 de outubro de 2010

O Príncipe e o Mendigo

Foi sábado, voltando de ônibus para casa depois de passar o dia com a Sra. Gordon.

No banco ao meu lado, do outro lado do corredor, o Príncipe; atrás de mim, o Mendigo. Ambos haviam embarcado junto comigo, no primeiro ponto, conversando. Quando se sentaram, continuaram conversando, a despeito de nem estarem mais no mesmo banco – e eu fiquei exatamente entre eles, como o mediador de um debate.

Mas, aparentemente, eles não perceberam que aquele personagem-de-novela-das-seis-cuja-história-se-passa-no-começo-do-século (também conhecido como “Rob Gordon de boina”) estava apenas fingindo que dormia, mas, na verdade, estava ouvindo a conversa de forma atenta, estudando a crônica que nascia bem à sua frente.

Porque os personagens da tal crônica já haviam sido observados enquanto eu esperava pelo ônibus. O Príncipe era loiro, alto e com um cabelo que demandava umas quatro ou cinco aplicações diárias de condicionador. Carregava uma bolsa de viagem. Já o Mendigo não era tão mendigo assim, como o nome indica. Era uma pessoa comum, das ruas, daquelas que sempre que precisa comprar algo maior (e mais caro) que uma pizza, corre para as Casas Bahia e abre um crediário. Mas, ao lado do Príncipe, era definitivamente um mendigo.

Faltava apenas saber sobre o que era a conversa entre eles. Enquanto esperavam pelo ônibus, já estavam conversando – O Príncipe sempre falando muito mais, e gesticulando muito, como se tentasse vender algo – mas, a cada vinte segundos, ele arrumava o topete, quando o cabelo caía sobre seus olhos; o Mendigo passava a maior parte do tempo ouvindo atentamente e concordando. Mas se portavam como se fossem conhecidos de anos.

Quando o ônibus partiu, eu descobri que não era bem assim. O assunto era o trabalho do Príncipe, que eles conversavam animadamente enquanto eu, de olhos fechados, fingia cochilar.

Príncipe: Eles são milionários, mas, se você tiver carisma, eles te tratam bem, entendeu?

Mendigo: Sim, sim.

Príncipe: Eles são gente de carne e osso. Agora, o legal é que casa noturna igual a esta só existe outra no mundo. Sabe onde fica?

Mendigo: Não.

Príncipe: Em Barcelona. Na Espanha.

Eu sei onde fica Barcelona, animal.

Príncipe: Na Europa.

Eu sei onde fica a Espanha, animal.

Príncipe: Você tem que ir lá, é legal demais!

Mendigo: Eu vou sim. Conheço umas meninas que gostam de uma bagunça, vou colar lá com elas, respondeu o Mendigo.

Príncipe: E o som é muito louco. Só música eletrônica, dá para dançar a noite inteira. Eu toco nesses lugares assim há 20 anos, sempre fiz isso da vida.

Ah, ele é DJ.

Mendigo: Legal! Deve ser bem louco!

Príncipe: Anota meu telefone, quando você colar lá, me liga.

Espere! Vocês acabaram de se conhecer aqui no ônibus? E estão trocando telefone? Depois eu que sou estranho. Ah, eles estão pedindo. Vou decorar o telefone do Príncipe, e usar de alguma forma na próxima vez que ligarem para mim atrás do Cicilho.

Príncipe: Anota aí, 6675-whatever.

6675 o quê?

Mendigo: Beleza, depois eu ligo para você e você fica com o meu.

Repete, merda! Eu não consegui entender o resto!

Príncipe: Faz 20 anos que estou na noite. Mas, olha, nunca bebi, nunca fumei e não sei o que é droga. Não posso misturar as coisas assim.

Repete o telefone!

Mendigo: Senão atrapalha, né?

Príncipe: Isso mesmo. Não fumo e não bebo.

Ah tá. Trabalha na noite faz 20 anos e não fuma nem bebe. Aham. E eu tenho 1.90m.

Mendigo: Mas a tentação deve ser bem forte. Assim, na noite...

Príncipe: É sim, porque eu gosto de uísque. Eu bebo um copo, só. Metade uísque, metade energético.

O que aconteceu com o “não bebo”?

Mendigo: Uísque é bom demais. Eu gosto.

Ao menos, o Mendigo é mais sincero.

Príncipe: Cara, e aí saio da balada e vou fumar um cigarro na calçada.

O que aconteceu com o “não fumo”?

Príncipe: E é legal fumar com o uisquinho, dá uma relaxada

Ele se contradiz a cada frase. Aposto que em menos de dez minutos, ele vai abrir a bolsa, pegar uma seringa e injetar aqui no ônibus mesmo, dizendo que não usa drogas.

Mendigo: Eu fumo também.

Príncipe: Mas olha, quando você for, não vai de quarta-feira. Só tem bandido lá, de quarta-feira. E não é ladrão de galinha, não. É bandido grande. Do PCC.

Oi? Do PCC? É O Salve Geral Night Club?

Mendigo: Pô, aí complica.

Príncipe: E o problema nem são eles, são as mulheres. Eles vão com as namoradas, e mulher de bandido é foda. Elas se atiram em cima dos outros, se você olhar, você leva um tiro. Eu nem colo lá de quarta-feira.

Sei. E também não fumava e não bebia. Aposto que ele é o primeiro a chegar lá de quarta-feira. E já deve ter mexido com a mulher do Marcola.

Mendigo: Não, mas eu vou de sábado, é minha folga.

Príncipe: Isso, de sábado é legal. Dá para dançar a noite inteira. Com quem você vai?

Mendigo: Uma menina que eu estou saindo, ela está lá na praia hoje. Amanhã vou descer lá, ela está sozinha na casa dela.

Príncipe: Aí é esquema, hein? Eu estou sozinho esse feriado, tem uma mina que eu saio, mas nunca rolou nada além de uns beijos. E ela está em Curitiba agora. Cara! Eu falei com ela pela internet, e ela disse que se eu estivesse lá, iria rolar mais que beijo.

Mendigo: Sério?

Príncipe: Nossa! Velho! Fiquei instigado demais!

Ele deve ter aberto a calça. Que nojo. Não quero pensar nisso.

Príncipe: Quase entrei no computador! Fiquei maluco!

Meu Deus do céu... Com uma mão arrumando o topete, e com a outra... Meu Deus, que nojo! Pense nos discos do Iron Maiden. Rápido. Iron Maiden, 1980. Killers, 1981. The Number of the...

Mendigo: Mulher que instiga é foda.

Príncipe: É, mas eu sou sossegado.

Como sossegado? Você estava quase copulando com o monitor!

Príncipe: Mas, velho... Trabalhar à noite é foda. Muita tentação. Só orgia. Orgia atrás de orgia atrás de orgia.

Mendigo: Caralho!

Príncipe: Uma vez eu dei som numa balada em Ilha Bela. A balada era na praia. Cara, toda noite depois das baladas juntava eu, o pessoal da balada e as meninas do Tic Tac.

Tic Tac? Tic Tac não era um palhaço da televisão? Do que ele está falando?

Mendigo: Tic Tac?

Obrigado.

Príncipe: É, Tic Tac. As balinhas! Sabe? Tinha umas modelos deles promovendo a balada. A gente saía todas as noites. Eu, elas e o pessoal da balada. Cara, era suruba toda noite. Toda noite!

Esse cara não comia ninguém. Tenho certeza! Ganhava um caixa de balinha e olhe lá. Aposto que ia para casa sozinho e ficava chupando Tic Tac e falando putaria no computad... Ah não! Aquela cena dantesca, de novo não! The Number of the Beast, 1982! Piece of Mind, 1983!

Príncipe: Cara, a noite é muita putaria. Vê aquelas casas de swing que tem por aí.

Mendigo: É, eu já fui uma. Fui com uma garota que conheço, mas não comi ninguém. Só fiquei olhando.

Eu gosto da honestidade desse cara.

Príncipe: Mas, cara, isso é coisa velha. É que hoje está na moda. Mas é antigo, esse negócio de swing. Sabe quem lançou isso?

Mendigo: Quem?

Se ele falar " fui eu, em Ilha Bela", eu desço do ônibus aqui mesmo.

Príncipe: Foram os caras lá da... Da... Da...

Os cara de onde?

Príncipe: ...da Grécia.

Não ria. Não ria. Não ria.

Mendigo: Ah é?

Príncipe: É sim. Lá na Grécia. Sodoma e Gomorra. Tinha putaria demais ali.

Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria. Não ria.

Príncipe: Cara, mas a putaria rola na cidade. E aquelas festas dos maçons?

Não ria. Não ria. Não ria. Não r... Oi? Maçons?

Mendigo: Oi?

Príncipe: É. Tá cheio aí na cidade, mas os caras não divulgam. Só milionário. Dono de banco, dono de supermercado. Os caras se reúnem na mansão de um deles. Todo mundo usando máscaras. E a putaria rola solta! Todo mundo se comendo, de máscara.

Sim, eu vi esse filme também. É o De Olhos Bem Fechados, do Kubrick.

Mendigo: Caralho.

Príncipe: E você não pode tirar a máscara!

Sim, senão vão ver que um deles é o Tom Cruise, e ele não deveria estar ali. Eu vi esse filme no cinema e tenho em DVD.

Mendigo: Nossa, que demais!

Príncipe: É bem louco! Cara, eu vou descer já! Você trabalha ainda hoje?

Mendigo: Trabalho. Vou levar um ônibus até a praia. Estaciono o ônibus, desço lá na rodoviária e vou encontrar a menina.

O DJ Deslumbrado e o Motorista da Viação Cometa. Que duplinha.

Príncipe: Mas cola lá na balada!

Mendigo: E quanto morre ali?

Príncipe: 60 reais. Mas você consome lá dentro.

Mendigo: Oi?

É, cara. 60 reais. E nem leva seu comprovante de residência que eles não abrem crediário. E outra coisa, esse lugar deve ser um inferno. Eu não iria.

Príncipe: Você paga para entrar, mas bebe lá dentro. Então, você paga, mas consome.

Mendigo: Entendi. Beleza!

Príncipe: Você paga, e o dinheiro que você pagou você usa lá dentro.

Todo mundo já entendeu!

Príncipe: Assim, o dinheiro que você usou para entrar, você vai beber.

Chega!

Mendigo: E o uísque é caro lá?

Príncipe: Uns 15 reais. Eu acho caro. Mas o cara não vende a bebida, né?

Oi?

Mendigo: Oi?

Príncipe: Ele vende o momento.

O momento? Isso tem cara de livro de auto-ajuda. Compre dois uísques e ganhe desconto na palestra de liderança que vai ter na pista de dança as 2:30 da manhã.

Príncipe: Você está ali, se divertindo, curtindo, dançando... Aí você bebe um uísque, ele não está vendendo a bebida, está vendendo o momento.

Sei. Quer dizer então que se eu for ali, pedir um uísque e avisar que só vou beber num outro momento, em que eu estiver triste, eu pago mais barato?

Mendigo: Beleza, cara! Eu te ligo!

Príncipe: Liga sim! Eu coloco seu nome na lista. Você vai curtir!

Mendigo: Beleza!

Príncipe: Cara, vou descer aqui. Até mais!

Mendigo: Eu te ligo até sábado!

Príncipe: Beleza! Se cuida aí!

E desceu, carregando a mala com uma mão, e arrumando o topete com a outra. O Mendigo, atrás de mim, ficou todo agitado, provavelmente imaginando que sábado ele terá a noite da vida dele, com a tal da menininha que está na praia.

Eu, por outro lado, apostaria todo meu dinheiro que ele vai acordar no domingo numa banheira cheia de gelo e sem um rim. E aí vai ter que dar um jeito de comprar outro rim, e vai descobrir que as Casas Bahia não vendem isso, e vai ter que pagar à vista.

Mas não era problema meu. Abaixei a boina e cochilei dez minutos.


33 comentários:

Anônimo disse...

1ª, Gilgomex e agora vou ler o post, Pedro. muáhahahaha

Anônimo disse...

Cara, você desenterrou o Tic-Tac. Aposto que metade dos seus leitores não vai lembrar disso, rs...

Hydrachan disse...

"Não ria. Não ria. Não ria. Não r... Oi? Maçons?"

Você quase deslocou meu maxilar com essa frase, Rob! huahuahua
Muito bom!

Eu também não iria nessa balada não... Só porque eles não parcelam no crediário! hehehehe

MaxReinert disse...

Não sei se é pq eu moro em Floripa, mas balada de 60pila eu até já acostumei.... e nem sempre é consumação.....

Mas falando do post...... passei mal.... adoro esses comentários podr... quero dizer, irônicos!

Mari Hauer disse...

Aiiiindaa bem que meu chefe não veio trabalhar hj pq eu fiquei gargalhando aqui! Muito bom as coisas que passam pela sua cabeça no meio de uma conversa que vc estava escutando.

Bom, eu não iria nessa balada nem se me pagassem o 60 pila mais o meu whisky falsificado, ahahaha... Coitada da moça! Nessas hrs eu vejo que, mendiga ou princesa, grazadeus eu nasci anti-social e velha! Música eletrônica é coisa do capeta!

Varotto disse...

Estou achando que esse príncipe, está mais para Casas Bahia...

Unknown disse...

Confesso que sempre gostei de escutar conversas de ônibus. E também já "dormi" pra conseguir mais detalhes. heheh
Quase morri de rir com o "Não ria. Não ria. Não ria. Não r... Oi? Maçons?"

Emerson disse...

HAHHAHAHAHAHAHAHA....

Não aguentei cara, quando vc colocou o:

Não ria, não ria, não ria....

EU fiquei me segurando aqui; Rob

vc é foda.

Abraço.

Gilmar Gomes disse...

po... sacanagem... perdi o pulo... hueheuheuhuee

Yole disse...

Quando ele descreveu a festa dos maçons, eu tbm lembrei do filme na hora, mas nao iria lembrar o nome nunca e ficaria umas 2 semanas tentando lembrar... rs
Obrigada por dizer... hehehe
Como sempre, mto bom o texto!!!

Isadora disse...

Vindo de SBC, né? Loiro, grande, forte, né? Bota grande, né?

Tá: http://bbb.globo.com/BBB7/Internas/0,,7805,00.html

Gilmar Gomes disse...

ih cacete... eu ri na hora que vc não queria rir...

taqueospariu...

Letícia disse...

Chorei de rir

Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos disse...

A parte mais engraçada do texto é o "não ria. não ria. não ria. não ria"

Ri muito hahahahaha.

Mas que principe mais fajuto cara, 20 anos e ainda DJ de boate controlada pelo tráfico as quartas... Tem mais é que ir ora grécia participar de umas orgias em Sodoma e Gmorra com os maçons!

Camila disse...

"É sim. Lá na Grécia. Sodoma e Gomorra." Hahahhahahahahahahhaha

Eu não conseguiria não rir!

Unknown disse...

Esse Principe é a personificação perfeita dos nossos politicos; Bom de lábia, mentiroso, vive caindo em contradição mas não pega nada e ainda por cima um ignorante metido a sábio. Já o mendigo representa o povo: ingênuo,sem cultura e sempre na esperança de conseguir alguma coisa vinda de cima(ou seja os politicos)

Depois dessa eu vou precisar ouvi Peace of Mind.

George Marques disse...

#miraxei
Só o Rob Gordon mesmo para presenciar tais cenas. E o melhor: compartilhá-las conosco.

Ana Savini disse...

Oi? Boina?
Deixa eu adivinhar... Xadrez?
Personagem-de-novela-das-seis-cuja-história-se-passa-no-começo-do-século. É, você definiu bem.

Uma vez eu ouvi uma conversa muito parecida entre o cobrador e um passageiro, mas a balada era em Heliópolis, não devia ser muito diferente dessa daí.

Unknown disse...

Rob... Boina??? É oficial, nós fomos separados ao nascer!!! Eu perco o ar de tanto rir! Demais!

Hong Kong Fu disse...

“É uma verdade da condição do ser humano que todos mentem.
A única variável é sobre o quê.”

“As pessoas mentem por milhares de razões. Sempre existe uma razão.”

“Os tratamentos nem sempre funcionam.
Sintomas nunca mentem.”

— Gregory House

MarianaMSDias disse...

Ow, mas... Príncipe anda de ônibus?

E da-lhe Tic Tac! hahahahahah

K o n S a m a disse...

Sodoma e Gomorra foi o melhor, tu atrai gente esdrúxula o tempo todo assim? É uma habilidade e tanto! XD

Unknown disse...

Hahahahaha!
Me vi nessa situação (de ouvinte de conversas alheias sem noção) diversas vezes, realmente é muito difícil conter o riso!
Belo texto!
Abraços

ps: não teria coragem de ir a essa boate também não! Se é que o tal "príncipe" trabalha lá mesmo, né?! hehe

Anônimo disse...

HAAHAHAHAHAHAHA! Ri muito, Rob!
Sinceramente não sei como você consegue não rir... xD

Anônimo disse...

E a gente leva a vida inteira sonhando com o príncipe encantado, alto, lindo, loiro, cortês e 'entenddido'. Aí vem o Rob e destrói todo nosso sonho.
Ôôôhhh maladade!

Sil disse...

Eu estragaria tudo na primeira bobagem que ele falasse.

Morri de rir imaginando você se controlando para não rir e pior, para não "acordar" e dar uma resposta digna de Rob Gordon para o Príncipe :D

Alessandra Costa disse...

... O cara não vende a bebida, né?... Ele vende o momento." Isso é que é Marketing :)
Não ria. Não ria. Não ria.
Eu teria rido, haha.

PinkPaulaS disse...

To tentando nao rir até agora.

Tyler Bazz disse...

O bonito da vida é descobrir, dentro de um ônibus, num sábado à noite, que em Sodoma e Gomorra os gregos já faziam orgias com o Tom Cruise.

AHH!!

Amanda Ullmann disse...

Cara, ri como não ria há muito tempo com um texto, passando mal aqui HAHAHAHAH

Sério, muito foda.
As always.

Tharik disse...

Ele nao vende a bebida, vende o momento!

WHAAT???
aheuahuehauehahhea

Tharik disse...

Ah, isso me lembrou uma vez, que ouvi 2 mulheres conversando no metro, e uma delas jurava que saia uma metro da barra funda que ia direto pra Curitiba
ahahahhaha

Kel Sodré disse...

De "Mendigo: Tic Tac?" a "Eu vi esse filme no cinema e tenho em DVD" estive gargalhando e tentando ler o texto enquanto as lágrimas de riso embaçavam a minha visão. Do outro cômodo, namorado que está vendo televisão e insiste em não ser leitor deste blog pergunta: "Cê tá lendo o Champ, né?".