28 de setembro de 2010

O Casal

Eu estava na Avenida Paulista, no domingo.

Chovia e eu esperava o ônibus que iria me trazer de volta a Pinheiros. Como uma das coisas mais difíceis de fazer em São Paulo é ir da Paulista para Pinheiros de ônibus (existem apenas duas linhas que fazem isso, mas elas circulam com a freqüência do cometa Halley) e chovia o suficiente para me impedir de comprar uma revista para ficar folheando no ponto, comecei a observar as pessoas ao meu redor.

A poucos metros de mim, um casal namorava. Se você conhece a Avenida Paulista, eu estava naquele ponto em frente ao Bob’s e o casal se protegia da chuva sob a cobertura de um dos prédios.

Não demorou muito para eu perceber que eles estavam no começo do namoro. Sorrisos escapavam do nada, beijos ardentes eram trocados – aqueles beijos que já começam no meio, de tão ardentes e apaixonados, e parecem não ter final com selinhos e mais selinhos – e alternados com abraços silenciosos.

Isso sem falar, claro, nas brincadeiras, que, mais que os beijos, são os que constroem um casal: bobagens, piadas internas, tapas carinhosos entre risadas.

E mais abraços. E mais beijos. E mais risadas que escapam.

Fazia tempo que eu não via um casal tão feliz na rua. A sintonia entre eles parecia perfeita. Aliás, era mais que sintonia. Usando um termo que se usa muito em casamentos, na igreja, não era sintonia, era comunhão. Estavam em comunhão total. Mesmo de longe, sob a chuva, percebi que não apenas se completavam totalmente – o que os dava o direito de namorarem ali, construindo um mundo próprio, alheio a tudo – como compreendiam isso. Viviam isso.

Não eram um casal, eram quase uma pessoa só. E uma pessoa feliz.

Mas de repente, devem ter se lembrado que existia um mundo lá fora. Um mundo que não era deles. E, com esse conhecimento, veio o medo de se perderem. Isso porque se abraçaram com força, cada um escondendo o rosto no cabelo do outro, em busca de proteção e abrigo. E se abraçaram para nunca mais se soltar, e ficaram em silêncio, apenas sentindo a presença do outro não somente ali, na Avenida Paulista chuvosa de domingo à tarde, mas sim nas suas próprias vidas.

E mesmo com o medo, estavam felizes. Talvez o medo de perder alguém, afinal de contas, seja mais gostoso que não sentir medo algum por não ter ninguém.

E, assim, baseados nessa felicidade, resolveram enfrentar o mundo. Com um beijo de boa sorte, entrelaçaram os dedos e saíram andando em direção a qualquer lugar: um cinema, um café, um sonho. Tanto faz.

O que importa é que ali, de mãos dadas, sorridentes, estavam seguros do que sentiam e, acima de tudo, sentiam-se amados.Eu fiquei observando enquanto os dois, de costas para mim, se afastavam. Um casal absurdamente feliz.

Realmente faz alguma diferença para você – ou para esta história – o fato de que eram dois homens?


69 comentários:

Dianna Montenegro disse...

Putz, quase chorei aqui.

Eu fico encantada quando vejo um casal tão nitidamente feliz na rua, independente dos gêneros envolvidos. Mas fico ainda mais encantada quando fica na cara que são pessoas que não têm medo de dar a cara a tapa, porque sabem que não estão fazendo nada de errado.

Lindo, lindo texto Rob. =)

Bia Nascimento disse...

Para mim não faz diferença alguma. É amor de qualquer forma e isso é o que importa.

Otavio Oliveira disse...

confesso q o final pegou de surpresa. acho que a surpresa ainda é o jeito com que as pessoas encaram esse tipo de relação, que é tão antigo quanto as relações ditas normais, heterossexuais. estranho é perceber que se o texto não tivesse sido tão bonito, provavelmente a surpresa do final pudesse se transformar facilmente em uma coisa bem pior, dependendo de quem lesse.

Camis disse...

Mto bom o texto, vc que é bom demais nisso! =)
E, realmente, não faz diferença nenhuma. O importante é que eles têm algo que anda bem raro ultimamente.

Nathalia Alvarez disse...

Texto bem bacana! Situação bonita e bem difícil de se ver por aí. E como já dizia Caetano e Milton "Qualquer maneira de amor vale a pena."

Patrícia disse...

Incrível.
Eu realmente espero que um dia as pessoas realmente só observem isso: a felicidade, o amor, a certeza, essa comunhão que você conseguiu enxergar e retratar e achem que é isso que importa.

Juliana Canoura disse...

A única diferença que faz, é que as vezes tenho a impressão de que casais do mesmo sexo, dão mais certo, são mais felizes, se completam mais, do que quem nasceu pra gostar do sexo oposto.

Mas é bonito de ver casais felizes e despreocupados com a opinião alheia,seja qual for a opção sexual.

=)

Climão Tahiti disse...

Faz.

Pra eles. =p

Natalia Máximo disse...

Mandou benzaço, Rob. Não faz diferença pra mim e fico feliz por eles, mesmo sem nem saber quem sejam.

Heitor disse...

Pô, sei lá. Pra mim faz. Desculpa se soa preconceituoso. Aliás, soa não. É. Eu tenho amigos gays e os trato tão bem qt qq um, como deve ser, aliás. Só que não acho normal essas manifestações públicas de carinho. Não quero que meu filho com 5, 6 anos, fale que quer beijar o coleguinha na escola pq viu alguém fazer isso na rua.

Ok, qd ele crescer, se ele quiser se envolver com alguém do mesmo sexo, é coisa dele, vou ter que respeitar, mas sou meio quadrado, confesso.

Deixando claro que, beijos ardentes no meio da rua, não acho adequado mesmo em casal hétero.

Jefferson Almeida disse...

Vamos lá...

Em primeiro lugar, a que se valorizar a riqueza poética de muito bom gosto do texto. E aqui já seria suficiente para receber meus parabéns.
Porém, foi além. O texto soube extrair de uma imagem, tão cruelmente estereotipada, sua verdadeira essência. E, ao fazê-lo, acabou soltando no colo dos leitores um "dilema" do cotidiano.
Como bem diria uma amiga minha: "Que mal há em se apaixonar? Que mal há em correr riscos" E estes personagens VIVEM essas situações. Palmas!

Finalizando, cito aqui Leo Buscaglia (que em sua vida propagou o Amor) como lição aos que ainda se sentem "ofendidos" com a realidade da vida:
"Mude. Isto tem o poder de enobrecer, curar, estimular, supreender, abrir novas portas, trazer experiência nova e criar excitação na vida. Certamente vale o risco."

MarianaMSDias disse...

Nenhuma. Aliás, um dos casais mais equilibrados e sensatos, cuja relação é das mais sinceras e maduras que conheço, é justamente a de dois homens.

Eu sou uma apreciadora do gênero masculino de longa data! rsrs São muito mais equilibrados que as mulheres (menos eu, logicamente, que sou suuuuper normal...)

Afeto é afeto, amor é amor. Eu sou romântica o suficiente para acreditar que não há barreiras, seja de idade, seja de sexo, seja de cor, para alterar isso. e que o encontro de duas pessoas é sempre um evento único!

Linda história, Rob, vc sempre me surpreende (positivamente!) ;)

MarianaMSDias disse...

PS.: palmas para o comentário MARAVILHOSO do Jefferson Almeida aí em cima. De tirar o chapéu!

Anônimo disse...

Você tá se superando esta semana, hein, Rob. O texto sobre o cinema e este aqui já poderiam entrar no rol de melhores do Championship.

Selise disse...

Sério.. estou boquiaberta..... sabe... embora eu tenha certa tendência a não apreciar manifestações exageradas de casais na rua, sejam hetero ou homossexuais, acho que é mais por recato meu. Porque pra mim, de verdade, TANTO FAZ! Poxa, com que direito alguém pode usar a justificativa que for para coibir o amor de alguém? Se meu filho passasse na rua e visse, e dai? Tanta coisa péssima acontece no mundo e eu vou recriminar alguém porque quero protecer meu filho do amor e do respeito? Tenha dó... quero mais é que meu filho saiba respeitar todo mundo mesmo... e amar, seja como for. Lindo.. e como eu disse no Twitter: merece ser lido.

Selise disse...

Cara.. e digo mais.... tenho orgulho e muita esperança cresce em mim pela humanidade ao ver que você, um homem do sexo masculino (hehe), tem a noção, a sensibilidade e o coração e mente aberta para não ser ridículo e limitado às ideias alheias a ponto de escreverr um texto desses sobre este tema. Parabéns MESMO.

Kika disse...

Claro que faz diferença. Por ser um texto, apenas. Mas quantos aqui realmente não se surpreendem, apontam ou criticam ao presenciar a cena?

Por ter uma irmã homossexual vivo essa realidade e não posso ser hipócrita a ponto de achar que a humanidade deu certo nesse ponto e que estamos evoluindo.

Não estamos.

Um casal de mulheres se beijando, desde que sejam ninfetas, capas de revista ou estejam no mesmo quarto com outro cara, é perfeitamente aceitável e até encorajado. Mas dois homens? Lamento, duvido que a maioria aqui leve tão de boa.

E não estou recriminando. Apenas estou dizendo que não é simples e entendo isso. Na minha casa foi preciso um grande exercício entre o discurso moderno e as atitudes propriamente ditas, para que pudéssemos, finalmente, encarar com a tranquilidade que muitos aqui dizem ter.

Espero que essa evolução chegue. E logo.

Grande texto, Rob.

Heitor disse...

Kika, é exatamente o que eu disse. Nem vou, óbvio, entrar no mérito das ninfetas, pq não cabe. Concordo no sentido de sim, algumas coisas ainda estão enraizadas no século passado, e eu assumo aqui numa boa, sem vir com uma hipocrisia de "ah, aceito numa boa" ou muito menos a opinião oposta homofóbica.

Tive um amigaço que namorou 4 anos uma menina, ela o largou, ele ficou mal por muito tempo, e dps descobrimos que ele virou gay. Por acaso, o namorado dele tb é meu amigo, e eu me amarro nos dois.

Com relação à Selise, por favor, sem esse papo generalista de "tanta coisa ruim no mundo pra se preocupar". Eu me preocupo (muito mais) com elas, pra falar a verdade. Só não ignoro isso.

E me sinto à vontade de expor minha opinião contrária, mesmo assumindo que é sim preconceito da minha parte e sabendo que posso ter essa discordância aqui, pois sei que o público aqui é de um nível alto.

E parabéns ao Rob, pois foi um post corajoso pra caramba.

Heitor disse...

E aliás, o assunto é ainda mais complexo. Conheço homossexual que vc simplesmente não diz, pois se comporta como homem (não pq tem vergonha ou é enrustido, simplesmente pq a vida pessoal dele não diz respeito a ngm) e conheço aqueles que querem ser mais femininos que a Gisele Bundchen.

Tendo a achar "aceitável" (muitas aspas nessa palavra) os primeiros.

Gui disse...

Por mais que a humanidade não tenha dado certo, existem coisas que valem a pena lutar, independente de genero

Tiago Germano disse...

Faz sim: torna o texto ainda mais interessante.

Selise disse...

Heitor... só para esclarecer, caso eu tenha me expressado mal. Não estou falando do que você acha.. estou falando do que eu acho... não é generalismo, é MINHA opinião. Não se sinta ofendido.
Você se preocupa com certas coisas com relação ao seu filho e eu me preocupo com as que acho que devo. Você cria seu filho, não tem nada que eu possa fazer quanto à isto e vice e versa. Só usei o exemplo do filho para dar suporte à minha opinião, não estou aqui falando do SEU filho assim como não estou aqui para apontar o dedo na sua cara. Até porque não acho certo criticar a opinião de ninguém. Você tem o direito de se sentir do jeito que quiser até o limite do direito de outra pessoa. Se você tivesse dito que agrediu alguém com base nisto, eu teria o direito de criticar. No mais, pense como quiser, então não se sinta criticado, por favor.

Rafael Oliveira disse...

Ótimo texto, parabéns por ele e parabéns pelos seus leitores.
Parece que eles não são da mesma internet que eu.

Letícia disse...

Romantico... voce é um romantico!

Renata Santos disse...

Lindo texto Rob, "qualquer maneira de amor vale a pena". E falando em pena tenho muita "daqueles que não sabem amar, ficam esperando alguém que caiba nos seus sonhos"; também tenho de quem acredita que "o amor não tem pressa ele pode esperar" isso foi uma ironia do Chico.
Este casal estava ali "no meio da rua, no meio da chuva, no meio do mundo" se entregando apenas ao sentimento, como quem diz: "acho que é bobagem a mania de fingir, negando a intenção".
Tem coisa melhor que o começo do amor quando se sente que "ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela?"
Se são gays ou não, não importa.
Parabéns!

Ana Savini disse...

Não faz a menor diferença serem dois homens.

"Sorrisos escapavam do nada, beijos ardentes eram trocados – aqueles beijos que já começam no meio, de tão ardentes e apaixonados, e parecem não ter final com selinhos e mais selinhos – e alternados com abraços silenciosos.

Isso sem falar, claro, nas brincadeiras, que, mais que os beijos, são os que constroem um casal: bobagens, piadas internas, tapas carinhosos entre risadas."

Isso sim faz muita diferença.

Barbarella disse...

Eu também presenciei um começo de namoro entre dois rapazes no parque enquanto fazia meu alongamento.

Era nítido a felicidade dos dois.

Não tenho preconceito e tenho ótimos amigos homossexuais... mas se eu disser que ver uma cena dessas é uma coisa natural para mim, estaria mentido.

é tenso...

**

Anônimo disse...

Depois de ler alguns posts, sinto muita vontade de comentar. Outros, nem me sinto no direito de escrever alguma coisa...
Mas este... Ah, não sei explicar.
Sinto uma mistura de emoção e agradecimento por sua escrita.

Vou ler de novo, não preciso comentar... Só refletir... E mais uma vez te dar os parabéns.

Obrigada por escrever, Rob!

@quenemchiclete

Thiago Neres disse...

Eu fiquei balançado com o texto e lembrando de algumas coisas que vivi e senti.

Mas isso tudo foi embora quando cheguei no último parágrafo. Não por preconceito, mas eu interrompi tudo o que estava sentindo para admirar você, que é genial.

Achei muito legal e muito ousado o post. Parabéns, mesmo.

Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos disse...

Engraçado, como eu li o texto todo esperando o "pulo do gato", e quando chegou no final, abri um sorriso se orelha a orelha.

Acho que tenho tempo de casa suficiente pra você dar credibilidade ao que digo, então se você ainda pensa em escrever um livro do champ, esse sem dúvida, é o último conto do livro.

Hydra disse...

Eu acho que faz diferença, sim, o fato de que eram dois homens.

Até o penúltimo parágrafo do texto, eu já estava aqui com meus pensamentos excessivamente racionais imaginando que esse casal logo não estaria mais trocando carinhos, que logo o encantamento acabaria e eles terminariam por brigar mais do que beijar.

Mas aí você fez uma última colocação e eu pensei "Que maneiro!". E com apenas algumas palavras, o casal potencialmente infeliz, se tornou um exemplo de pessoas merecedoras de respeito.

Excelente texto, Rob! =)
Está de parabéns, como sempre.

Thiago Neres disse...

Eu estava twitando para o Rob e acho que outro mérito que eu vou apostar minhas fichas como foi intencional foi o lance da comunhão e da igreja.

Acho que foram palavras e termos que dão um toque ainda maior de genialidade ao texto, depois que você o lê. Sabemos como homossexualidade é uma coisa espinhosa na religão católica. Na verdade, na maioria das religiões.

MaxReinert disse...

Fui intimado pela @anasavini para vir comentar o texto! Oi???

É incrível como um texto tão aparentemente simples possa me levantar tantas questões... talvez escreva sobre isso mais detalhadamente ainda!

Se por um lado fico extremamente feliz com o texto e algumas manifestações que leio aqui nos comentários (como o comentário do Jefferson Almeida, por exemplo), por outro ainda me ressinto da necessidade de certas "discussões".

Infelizmente, como foi dito pelo Rafael Oliveira, seus leitores não são da mesma internet que eu (mérito seu, obviamente!).

Eu ainda sonho com um lugar em que duas pessoas se beijando serão isso, apenas duas pessoas se beijando... e não perderemos tempo nos perguntando se elas são homens, mulheres, se tem uma postura mais masculinizada ou afeminada... Se eles/elas serão vistas por nossos filhos, vizinhos, amigos, inimigos, skin heads... etc!

Mas eu sou um ser utópico.... sempre!

Nelson disse...

Lindo texto Rob, lindo mesmo. E é uma pena que o homossexualismo ainda gere discussões, e que - pasmem - ainda existam opiniões preconceituosas. Creio que quando meus filhos estiverem adultos uma pessoa preconceituosa vai ser difícil de achar... pelo menos o que eu vejo por aí me leva a crer nisso.

E só um comentário, do real motivo do texto: um dos meus maiores orgulhos é quando alguém acha que eu e minha namorada estamos no começo do namoro, mesmo depois de 7 anos. Não sou idiota pra achar que isso vai ser eterno, mas que dá orgulho, isso dá.

Steh disse...

Caramba, Rob, quase me fez chorar aqui! Texto sensacional e desfecho surpreendente. É difícil ver alguém descrever com tanta naturalidade um casal homossexual. É como se as pessoas não vissem essa relação com naturalidade. Certeza que outros espectadores de uma cena assim na Paulista ficariam horrorizados! Horror sinto eu ao pensar que ainda existem pessoas que simplesmente não conseguem aceitar que o amor tá aí pra quem quiser viver e pra ser vivido com quem se quiser.
Achei esse texto espetacular, sem brincadeira. Muito envolvente, muito bonito! Parabéns mais uma vez!

Dri Pepper disse...

Não faz diferença nenhuma. Belo texto, deixou minha tarde mais feliz, ontem, e a manhã de hoje agora que reli.
Namoro há muito tempo e tenho esse mesmo olhar de admiração e felicidade pros casais jovens. A euforia do recém-amor se normalmente se transforma numa felicidade mais tranquila, mas acho que é um final bonito, também.

Gwyddyon disse...

wow... eu fiquei surpreso lendo esse texto. O que chega a ser engraçado. Estamos tão acostumados a se referirem a casais gays principalmente formados por dois homens) de forma pejorativa, que quando alguém escreve algo tão delicado e tocante, acabamos por pensar que é um casal hétero.

faz alguma diferença? sem dúvida faz diferença sim Rob. Não pela sexualidade do casal, mas por deixar de forma bastante clara que casais gays são formados por amor, tanto quanto qualquer outro casal. Faz diferença pr mostra que, ao contrário do que dizem pastores evangélicos entre outras pessoas, gays, lésbicas etc são tão humanos quanto qualquer outra pessoa hétero, sentem os mesmos medos, amam com a mesma intensidade, só que de uma forma diferente ^^

Natan Mestrinelli disse...

Já estava bem desenhado na minha mente, um rapaz e uma garota felizes e apaixonados... Realmente, o final surpreendeu!
Não vou falar que não faz diferença pra mim, apesar de eu não discriminar e ter amigos gays, ainda não me acostumei com a imagem de um casal de homens. Não acho feio, até admiro e fico feliz com a coragem de assumir isso em meio a tanto preconceito, mas acho esquisito ver.

A propósito, belo texto. =D

Vinícius disse...

Achei a história linda. Realmente não faz diferença. Amor é sempre amor né!

Anônimo disse...

Eu não me sinto confortável com manifestações públicas de afeto, homossexuais ou não. Sei que soa careta, mas é como me sinto.

Concordo com o Natan: eu ainda acho estranho ver casais homossexuais juntos. Mas eu não recrimino. Eles são humanos e tem os mesmos direitos que nós. Inclusive de amar e manifestar seu amor.

Unknown disse...

Não faz diferença... mas é estranho né? Estranho não pelo fato de ser 2 homens, mas pela manifestação de amor em público.
Deve ser bom e louco amar desta forma...

Dani Cavalheiro disse...

Tive um professor que dizia que deveríamos abolir a expressão "opção sexual", porque uma pessoa, quando é homossexual, não se refere apenas ao sexo em si, mas a toda uma vida: com quem vai sair, o que vai fazer, como as pessoas vão tratá-la na rua, com quem ela vai tomar sorvete na esquina. Não é apenas sobre fazer sexo com homens ou com mulheres, mas sim escolher viver com o sexo oposto ou com o mesmo sexo. Seria, assim, uma opção de vida, e não opção sexual. E eu concordo plenamente. O assunto "homossexualidade" é tratado como uma questão apenas de preconceito, mas é muito mais do que isso (e veja bem, não estou negando o preconceito). Tratar apensa do preconceito é marginalizar os próprios homossexuais: é ver o oprimido sob a ótica do opressor, usando uma analogia da história. Mas deixa eu parar por aqui, já estou me alongando demais. =)

-E fico feliz de ter me visto neste texto, em meus dias com meu namorado. Somos bastante assim, felizes até demais da conta, como se estivesse começando, mesmo com um bom tempo de estrada.-

Enfim, não importa, para mim, qual o sexo dos personagens do seu texto (perfeito, diga-se de passagem). O que realmente importa são as reações que temos ao lê-lo. Eu, por exemplo, senti meu estômago dar uma volta completa. Sabe quando descemos dois degraus de uma só vez, sem querer? Então. A surpresa foi o ponto mais alto de tudo. Não por serem dois homens, mas por ser um homem escrevendo.
Parabéns, Rob, por ser tão sensível quando é necessário. É por esse tipo de coisa que você tem tantos fãs aqui nesse diário virtual.

Besos.

Dani Cavalheiro disse...

Deculpe pelo comentário enorme, só depois de postar é que percebi. ^^

Fã número 1 disse...

Magnifique.

Bissexual e leitor assíduo do champs q sou, me encantei com a sutileza e a magia do seu texto. Pelo jeito sou o único q mais se enquadrou no texto pelo fato de ser bi, ao menos o único que veio deixar um comentário!

Eu e meu namorado, namoravamos na estação de metrô quando tinhamos 16 anos e todo mundo olhava para nós. Ninguem jamais nos recriminou. Pelo contrário, ganhamos sorrisos, acenos, e até uma senhora bem velhinha mesmo, veio nos parabenizar por sermos um casal tão lindo e apaixonado. Continuamos juntos até hoje e cada dia mais apaixonados.

Abçs.

Rafael RFP disse...

Texto ótimo! Sempre bom passar por aqui...

No fundo, não faz diferença. Mas foi engraçado ler o final do texto, porque eu estava com a minha namorada em mente e o final desafiou a minha imaginação... heheheheh

Lígia disse...

Faz uma diferença: saber que o amor está aí pra ser vivido, por quem quiser, onde quiser, sem medo e sem vergonha, e que ninguém tem nada a ver com isso.

Uma vez uma colega minha de trabalho comentou que era absurdo o número de casais gays andando pela Paulista. Eu me ative a responder: "Que bom, né?"

Bjinhos

Layla Barlavento disse...

Confesso que me surpreendi com o final e isso me preocupou um pouco. Sempre me auto intitulo livre de preconceitos mas passei o tempo todo lendo o texto e imaginando um casal diferente desse, que independente da composição ama de verdade.
Preciso rever meus conceitos...

Layla Barlavento
culpadowalter.blogspot.com

Gilmar Gomes disse...

Não vejo nenhuma diferença... Mas mesmo assim me veio a pergunta à mente... Qual dos 3 torce pro São Paulo????

(Brincadeira, brincadeira, brincadeira... Gente (e Rob), é brincadeira...)

Isabele de Paula disse...

Eu ja estava a me perguntar o que tinha de "anormal" na história.

Sinto a justiça, segundo a lei de Lynch, se aproximando de mim...

Pra variar, você é O cara.

Caio Ranieri disse...

Diferença faz...










... Mas não pra pior.

Varotto disse...

Não deveria fazer diferença, no mundo ideal, onde cada um tomasse conta da sua vida e não se incomodasse com a felicidade alheia.

Pena que o mundo real não veja desta forma.

P.S.: Texto duca! Mas eu já vinha pensando ao longo: pô. tá com a maior cara de Champ Chronicles, apesar de ser uma história verídica. Mas aí eu entendi o porquê quando chegou ao final.

Bruno Ribeiro disse...

Se nao estavam incomodando ninguem (sim, tem alguns casais homo que "brincam" com as pessoas na rua, e isso incomoda) não tem problema. MINHA opinião.

Carolina Lara disse...

não sei o que se sobressaiu mais nesse texto: o seu amor pela observação das minúcias ou esse amor grande dois homens que prova que o amor é uma entidade além dos rótulos dos humanos!

Da leitora sempre escondida
=)

Gabe disse...

Texto simplesmente maravilhoso.

Kel Sodré disse...

Ai, Rob, estou eu aqui de plantão pra ver se não envenenaram o Otelo pela terceira vez este ano e leio este texto. Que surpresa boa! Obrigada.

The New Me disse...

Oi, Rob!
Não faz diferença alguma pra mim serem dois homens. Já faz algum tempo que eu percebi que não há diferença entre um casal formado por dois homens ou duas mulheres e meu marido e eu. Não ouso nem ao menos dizer que somos diferentes, aliás diferentes nós somos, da mesma forma que eu sou diferente do meu marido. Já faz algum tempo que eu "julgo" as pessoas apenas em legais ou não, independente de cor, credo, orientação sexual.
É uma questão meio complexa pra uma católica como eu, mas eu realmente creio que Deus deve estar mais preocupado com a violência e tantas outras coisas ruins do que com dois homens que se amam.

Desculpe se ficou meio sem sentido, acho que estou febril. rsrsrs

Edek disse...

meu, você destruiu em seu texto não tenho nada mais a comentar.
Parabêns mesmo

Anônimo disse...

faz diferença! São 2 viados da porra :P

Molly disse...

Já seria um texto lindo sem o final surpreendente. O que só prova que não faz diferença nenhuma =)

Bel Lucyk disse...

Diferença nenhuma, Rob!
Nenhuma! =)

Bonaldi disse...

Muito bom post, cara!
São manifestações assim que dão força pra lutar contra a homofobia e a intolerância!

@kathyselden disse...

Faz diferença sim, porque eu fiquei com inveja deles e eu nem sou homem :(

Unknown disse...

Faz. Muita diferença.
A redação é belíssima, ninguém em sã consciência poderia dizer o contrário. Parabéns pela sensibilidade ao “brincar” com as palavras.

E, até onde a intenção do texto é ser contrária ao preconceito e manifestações bárbaras e violentas contra homossexuais, concordo plenamente. Nada justifica hostilizar, maltratar, violentar qualquer pessoa por qualquer motivo: cor, raça, sexo e também opção sexual. É realmente de uma falta de humanidade sem tamanho. Por isso sim, sou radicalmente contra a homofobia

Essa opinião não me impede, no entanto, de ser também contra o homossexualismo. Desculpem se minha posição é contrária acredito que a todos os comentários e o próprio post. Não peço que concordem, apenas que respeitem.

Somos homens e mulheres. Macho e fêmea. Como um cientista me explicou certa vez: XX é mulher e XY é homem. Não existe uma terceira “opção”. Já tentaram juntar YY, ou fazer união entre três gametas, mas, de fato não deu em nada. É isso o que cientificamente a espécie humana é.

O que é o homossexualismo, então? Não encontrei uma definição ainda, que pudesse expor aqui, mas para mim é muito claro que é algo contrário à natureza humana. Algo diferente do que biologicamente somos e é por isso que não aceito.

Volto a repetir, isso não me dá o direito de maltratar ou agredir ninguém. Tenho amigos homossexuais, que trato como todos os outros. Mas, se os respeito como são, creio que a recíproca deve ser verdadeira em relação à minha postura.

Enfim... há muito a ser dito a esse respeito, mas confesso que me entristece a maneira como a “sociedade moderna” encara com tanta naturalidade algo tão controverso, um distorção da nossa natureza.

Unknown disse...

Faz. Muita diferença.
A redação é belíssima, ninguém em sã consciência poderia dizer o contrário. Parabéns pela sensibilidade ao “brincar” com as palavras.

E, até onde a intenção do texto é ser contrária ao preconceito e manifestações bárbaras e violentas contra homossexuais, concordo plenamente. Nada justifica hostilizar, maltratar, violentar qualquer pessoa por qualquer motivo: cor, raça, sexo e também opção sexual. É realmente de uma falta de humanidade sem tamanho. Por isso sim, sou radicalmente contra a homofobia

Essa opinião não me impede, no entanto, de ser também contra o homossexualismo. Desculpem se minha posição é contrária acredito que a todos os comentários e o próprio post. Não peço que concordem, apenas que respeitem.

Somos homens e mulheres. Macho e fêmea. Como um cientista me explicou certa vez: XX é mulher e XY é homem. Não existe uma terceira “opção”. Já tentaram juntar YY, ou fazer união entre três gametas, mas, de fato não deu em nada. É isso o que cientificamente a espécie humana é.

O que é o homossexualismo, então? Não encontrei uma definição ainda, que pudesse expor aqui, mas para mim é muito claro que é algo contrário à natureza humana. Algo diferente do que biologicamente somos e é por isso que não aceito.

Volto a repetir, isso não me dá o direito de maltratar ou agredir ninguém. Tenho amigos homossexuais, que trato como todos os outros. Mas, se os respeito como são, creio que a recíproca deve ser verdadeira em relação à minha postura.

Enfim... há muito a ser dito a esse respeito, mas confesso que me entristece a maneira como a “sociedade moderna” encara com tanta naturalidade algo tão controverso, um distorção da nossa natureza.

Unknown disse...

Obrigado pelo texto Rob, quase nunca comento, quase nunca falo nada - mas esse texto me fez mais uma vez lembrar porque te sigo no Twitter, e pq apesar do meu silêncio nunca deixei de ler seus textos nem de me sentir como se te conhecesse.

Obrigado pela sensibilidade do texto. Pra alguém como eu, que já viu e sentiu agressões por que era um personagem como os que vc descreveu, textos assim fazem toda a diferença.

@kathyselden disse...

Fernanda, voce tem direito de achar homossexualismo errado, imoral ou qualquer outra coisa, mas como bióloga estou chocada com sua postagem. A orientação sexual de um indivíduo não é o que o torno homem ou mulher, logo ser hétero ou homo não influi. O fato de um homem pegar mulher não o torna mais homem e o fato de um homem pegar homem não o torna mesno homem. Como você mesma disse, isso é definido pelos cromossomos, XY para mulheres e XX para homens. E a homossexualidade não é só comum na espécie humana. Muitas populações animais mantém essa prática, especialmente para a manutenção no número de indívidos da população, que para ter equílibrio, nunca pode ser muito grande ou muitp pequena (muita gente acha que uma população grande está "indo bem" a julgar pelo número de indivíduos mas isso é uma inverdade). Por exemplo, algumas aves passam a vidade com o mesmo parceiro. Mesmo após a morte dele, a parceira não procura outro. E é comum haver casais, formado por dois machos ou duas fêmeas. Esses casais não se reproduzem, logo a população não aumenta. Em compensação, também é normal que eles "adotem" ovos ou filhotes de casais que morreram, ou seja, a população também não diminui. Não sei se fica claro para quem não é biólogo entender, mas casais homossexuais na ciência tem uma importâcia enorme.

Como disse, você pode não gostar, não querer por perto, o que seja. Mas não use a ciência como desculpa para isso.

@kathyselden disse...

Escrevo tão depressa que errei os cromossomos, hehe
XX = mulheres
XY = homens
;)

Lucas disse...

Adorei o relato. Tanto que tomei a liberdade de traduzí-lo para o inglês e postá-lo no meu tumblr (com os devidos créditos, obviamente). Espero que não se importe. Eu simplesmente precisava compartilhar essa história com o máximo de pessoas que eu puder...
Talvez assim eu possa fazer alguma diferença, fazer alguém pensar diferente...

Muito obrigado pelo excelente texto...

(minha tradução/adaptação: http://dreamistt.tumblr.com/post/3097261318/a-true-story - Se quiser que eu a remova é só entrar em contato...)

Lulu disse...

Não li esse texto em 2010 mas vc acabou de repostar no twitter. E talvez eu tenha chorado um pouco.