23 de junho de 2008

A Soma de Todos os Medos

Há alguns meses atrás, quando eu escrevi esse post aqui, prometi que falaria sobre a coragem do porteiro da noite do prédio em que trabalho. Confesso que acabei deixando a idéia de lado por um tempo, com diversas outras coisas acontecendo no blog, mas, depois da semana passada, quando eu saí do trabalho de madrugada quase todos os dias – ou seja, tive demonstrações de coragem e bravura a semana inteira – o assunto voltou à minha cabeça com força total.

O problema do Seu Porteiro é que ele não encara São Paulo apenas como um local perigoso como qualquer outra cidade grande, mas, sim, como um antro de demônios, assassinos, guerreiros e criaturas das trevas que estão unidas com o único propósito de invadirem o prédio durante o turno dele.

E ele, que lembra o Cabeça de Batata com bigode branco e um óculos enormes, é a única pessoa que pode impedir o mal de alcançar seu triunfo.

O problema é que o empenho dele em impedir as invasões do edifício são tão elaboradas que fazem com que eu demore cerca de dez minutos para sair do prédio. E, para alguém que trabalhou das dez da manhã até o meio da madrugada sem almoçar, dez minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Mas ele já deixou claro que minha morte não é nada se comparada à segurança do prédio.

Enfim, não é difícil eu ir embora do trabalho às três da manhã, bêbado de sono e com meu estômago já começando a queimar uma parte do fígado para consumir energia. E sempre dou de cara com ele ali, em seu posto avançado de observação, olhando de soslaio para a rua, como se um exército de arqueiros hunos estivesse postado nos telhados do outro lado da rua e uma turba de vampiros esperasse pacientemente para atacar o edifício.

O curioso é que, se por um lado, ele mal se mexe, com medo de que seus movimentos chamem a atenção das tropas inimigas, por outro, ele está sempre escutando sertanejo no máximo. Claro que pode ser uma estratégia: afinal, se eu estivesse planejando uma invasão, jamais mandaria meus homens atacarem um lugar que toca Edson & Hudson no máximo, seria desumano demais.

Enfim, eu desço e cumprimento o valoroso general:

– Boa noite, Seu Porteiro.

– Oc ava hrxtabeando unhéora?

– Quê?

– Oc ava hrxtabeando unhéssaora?

– O senhor pode abaixar esse radio?

– Ó-ká.

– Agora eu estou ouvindo o senhor. Diga.

– Você estava trabalhando até a essa hora?

Toda noite, sem exceção, ele pergunta isso. E, toda noite, sem exceção, eu tenho que apelar para técnicas orientais de meditação para não dar uma resposta imbecil para ele. Porque ele sabe que eu estava trabalhando. Vocês podem me achar grosso, pensando “ah, ele tentou ser simpático”, mas o tom de voz dele nunca é de “nossa, como você é esforçado, o país precisa de mais gente como você”, mas sim de “por sua causa vou ter que abrir o portão! É a chance que eles precisam!”. Enfim, em nome da diplomacia, eu acabo sendo sincero:

– Sim, estava.

– Você sabe que horas são?

– Sei.

– E você está indo embora agora?

– Bem, eu tenho que descer para ir embora. E se eu desci, deve ser porque estou indo.

– Porque agora é perigoso.

– Obrigado pela preocupação, mas eu moro aqui do lad...

– Não, é perigoso abrir o portão.

– Ah. O portão.

– Só tem marginal aí fora.

– Seu Porteiro, é tão tarde que até os marginais estão dormindo. Eles já roubaram, já mataram, já jantaram e já foram dormir. E eu ainda não almocei. Eu preciso ir embora.

– E daqui você vai direto para casa?

Eu sei. Novamente, à primeira vista ele pode parecer simpático. Mas não é. Tudo o que ele quer saber é qual será o meu trajeto exato, apenas para estudar a possibilidade de eu cair em mãos inimigas – o que provavelmente me faria revelar a planta do prédio num interrogatório.

– Olhe, talvez eu vá para casa. Não sei ainda. Talvez eu vá direto para um hospital, porque se eu conseguir colocar as mãos num tubo de soro, posso comer ao mesmo tempo em que durmo. Porque eu também preciso dormir, já que daqui a cinco horas, eu tenho que voltar para cá. Eu realmente preciso ir embora.

Enquanto eu falo, ele fica me olhando atentamente, tentando identificar algum traço de mentira no que falo. Sim, ele está certo de que me vendi aos inimigos e tudo não passa de um esquema para eu fazer com que ele abra o portão. Nada como ser jornalista para inspirar confiança nas pessoas.

– Ó-ká, ele diz.

E fica olhando para mim, sem sair da cadeira.

– Não, não adianta falar “ó-ká” e ficar aí sentado! Você tem que dizer “ó-ká, eu vou abrir o portão!”. Eu preciso ir embora!

– Ó-ká.

Vendo que eu não vou parar de encher o saco até ir embora, decide arriscar a sorte e abrir o portão. Mas guerreiro experiente que é, sabe que ir desarmado até a beira da calçada seria demonstrar fraqueza aos olhos do inimigo, algo que poderia ser fatal. Sendo assim, ele agarra sua fiel vassoura piaçaba e sai da guarita, valorosamente liderando o caminho. Eu, já tonto de fome e sono, sigo seus passos.

Ele abre a porta do hall e, antes de colocar os pés na parte de fora do prédio, pára por alguns segundos. Seus sentidos aguçados atentos ao menor ruído ou odor que poderia identificar uma emboscada. Cautelosamente, ele avança alguns passos na área que separa a portaria do portão principal e sempre – sempre! – pára, dá meia-volta e olha para cima, observando o prédio. Provavelmente, certo de que um grupo de ninjas assassinos está descendo pela parte exterior do edifício.

– Seu Porteiro, eu já mencionei que preciso ir embora?

– É que essa hora é perigoso, ele diz, ainda olhando para cima.

Tentando me controlar para não sentar no chão e começar a chorar de fome e sono, eu olho para cima.

– Olhe, não sei se ajuda, mas eu só estou vendo uma nuvem.

– É.... Parece que sim.

– Então posso ir embora?

De vassoura em punho, ele caminha até o portão – que possui um cadeado do tamanho da minha mesa – e abre a tranca. Ainda com cuidado, ele puxa o portão, deixando uma abertura de oito centímetros.

– Eu não passo por aí.

– Vira de lado.

– Não, eu não passo por aí. Não dá para o senhor abrir um pouco mais?

Resignado, ele puxa mais alguns centímetros e olha para mim com aquela expressão de “se quiser ir embora, é por aí”. Eu encolho a barriga e passo correndo. Sim, correndo, porque uma vez eu mal estava na calçada e ele bateu o portão quase arrancando meu braço no processo.

– Obrigado, seu porteiro.

– Não fique aí na calçada, é perigoso! Eles vão ver você!

– Eles quem?

– Vai embora! É perigoso ficar aí!

– Ah, ok. Até amanhã.

Mas ele não me ouve, pois já entrou correndo na portaria, fechou as dez trancas do prédio, e está lá dentro de vassoura em punho, ouvindo sertanejo. E, claro, sempre atento a qualquer movimento ou ruído que aconteça na rua.

E eu, tonto de fome e sono, vou para casa, tranqüilo, sabendo que o mundo é um lugar mais seguro, graças ao nosso herói que, corajosamente, protege o sono dos justos. Mas, antes de dormir, deixo vocês com o Top 5 respostas que eu penso em dar sempre que ele pergunta: “estava trabalhando até agora?”:

1. “Não, eu instalei uma câmera secreta aqui na portaria e fiquei até agora lá em cima, admirando a graciosidade dos seus movimentos”.

2. “Não, eu me inscrevi no campeonato pan-americano de Campo Minado e estava treinando no computador”.

3. “Como assim, até agora? Eu cheguei faz 10 minutos. Eu entrei aqui pela portaria, o senhor não lembra?”

4. “Eu não sei o que aconteceu. Estava num bar conversando com a minha namorada e de repente acordei ao lado da minha mesa, dentro de uma banheira cheia de gelo e sem um rim. Eu tentei telefonar para ela, mas diz que o telefone não existe”.

5. “Não, eu ingressei numa seita satânica e estava sacrificando uma virgem em cima de um dos computadores. Mas acabou demorando mais do que eu imaginava porque foi difícil achar uma virgem aqui em Pinheiros”.

32 comentários:

Anônimo disse...

Porteiros são estranhos.
Um dos porteiros do meu prédio sempre espera eu chegar no portão,suspirar,olhar pra ele pra daí ele se tocar de que eu quero sair e assim,ele abre o portão.

O porteiro noturnto também.Se chegar de madrugada é certeza de que ele está dosrmindo em uma das cadeiras do hall e depois de tocar a campainha 3 vezes ele vem abrir com cara de bolacha Trakinas.

Perguntas idiotas e óbvias merecem respostas inteligentes e sarcásticas!


;D

Anônimo disse...

"– Seu Porteiro, é tão tarde que até os marginais estão dormindo. Eles já roubaram, já mataram, já jantaram e já foram dormir. E eu ainda não almocei. Eu preciso ir embora."


ahsuahsuahsuahsuashaushaushaushaushaus

ô dó.

Anônimo disse...

O porteiro daqui do meu prédio (também em Pinheiros...) me viu sendo assaltado em frente o prédio meia noite e meia voltando da Faculdade e deu risada! Quando eu entrei ele ainda encolheu os ombros em um sarcástico: "O que eu posso fazer?"

Gilmar Gomes disse...

Putz... Sacrificando uma virgem?? É algo tão raro, e você sacrifica? Sacanagem. Tanta coisa interessante para se fazer com uma virgem.
Top 5:

1-Perguntar como ela agüentou esse tempo todo (14 ou 15 anos).
2-Conversar com ela sobre assuntos inocentes, como gibis, CDs e bonecas infláveis.
3-Dizer pra ela que dá pra resolver logo essa situação, antes que alguém resolva sacrificá-la. (Por "resolver a situação", leia-se, mudar o estado em que ela se encontra)
4-Fazer uma piadinha super inteligente, tipo: "Você é virgem? Eu sou peixes."
5-Descobrir se dá pra sacrificá-la espetada. (Entenderam? Não? Droga...)

Perci Carvalho disse...

"– Seu Porteiro, é tão tarde que até os marginais estão dormindo. Eles já roubaram, já mataram, já jantaram e já foram dormir. E eu ainda não almocei. Eu preciso ir embora."


kkkkk

"Mas acabou demorando mais do que eu imaginava porque foi difícil achar uma virgem aqui em Pinheiros".

kkkkkkkkkkkk



by the way... acho q minha resposta seria: ' tá louco? eu moro aqui. Vou só comprar um pastel e já volto.' or something

nhaaaa. aki no trampo nem tem porteiro...e nem la em casa, mas o vizinho da frente me faz essa pergunta também: - Opa! trabalhando até essa hora? Fico com medo de responder mal e sofrer represália, pq ele eh quase que 'o dono da rua' sabe?

Silvinha disse...

O mais legal é mexer com a cabeça dele... a resposta "eu cheguei faz 10 minutos" é perfeita!

Vc ainda não pensou em no final de ano dar algo como um aparelho de choque, spray de pimenta, p/ ele??

Marcio Sarge disse...

EU fico com a resposta numero cinco, apesar que nem mesmo ele deve acreditar em virgens, mas deve pelo menos acreditar em sacrifícios

Pedro Dal Bó disse...

Realmente Pinheiros é um dos bairros mais perigosos de Sampa. Imagina se ele trabalhasse no Jd. Ângela, Grajaú ou algo assim...

Aqui no meu prédio, moro no Rio atualmente, meu porteiro é mais rápido. Estou chegando de noite, e ao me ver no portão da garagem já abre o portão. Mas claro que ele fica numa torre de vigia.
_______________________________________
Centralizando a vida digital.

Tyler Bazz disse...

Mas olha, que se metade do efetivo da polícia fosse como o Seu Porteiro, estaríamos num mundo bem mais seguro, Ó-ká? (MORRO com esse ó-ká...)

Seu Porteiro, empregado do mês.

E eu tava com saudade dos Top5's...
E o Gomex agora faz top5 SOBRE o Top5 aAuhaUHAuhaUHAHuauhuaauhUHAa

o/

Unlucky disse...

porteiros assutam... não mais do que sindicos(as)... vc sabe disso melhor do que ninguem.

melhor fazer, é se acostumar.

mas cuidado, porteiros paranóicos assasinam as pessoas com medo de que sejam espiãs prontos para dar um bote terminal. basta assistis SPTV :/


ateh mais!!! e cuidado! hehe

RockerZ disse...

Durante a Guerra de Secessão, quando as tropas voltavam para o quartel após uma batalha sem nenhuma baixa, escreviam numa placa imensa: “O Killed” (zero mortos).. Daí surgiu a expressão “O.K.”. Para indicar que tudo está bem.

Anônimo disse...

Ao menos ele não deve ser corinthiano (se fosse não teria medo dos marginais... hehe).
O porteiro do prédio onde trabalho é . Todo jogo do corintians ele vem me falar.. "e ai? viu o timão?"
Antes eu argumentava e tentava explicar q um "timão" não vai pra segunda divisão e coisa do tipo, mas agora me resumo a falar "não assisto desafio ao galo!"

Kel Sodré disse...

Yyeeeeeeeeeiiiiii
Post com cara de posto do Champ-Vinyl!!!

Me senti em janeiro, quando fui aplicada ao blog e li todas as prateleiras de uma vezada só!

Agora, lendo esse post (e alguns outros em que menciona peculiaridades da profissão) fico pensando se eu estou pronta para virar jornalista mesmo quando "crescer"... De repente, eu emagreço, né... e/ou infarto... enfim.

Kel Sodré disse...

posT do Champ-Vinyl

RockerZ disse...

Grande Rob!!

agora sim o Champ-Vinyl voltou a todo vapor!!

*depois daquele post emo..

xD

Climão Tahiti disse...

Pebso eu que as opção 4 e 5 te fazem apanhar da Sra. Gordon =p

Perguntas (antes da tortura):

"Eu? Traficante de orgãos... Você vai ver..."

ou

"Que história de virgens sacrificadas na mesa?"

Portanto, agora posto num 5.1, que seria:
5.1. "Estava apanhando da Sra. Gordon depois de um certo post e acabei aparecendo aqui por causa de um soco."

lmartins disse...

E um dia isso virou roteiro.
E virou série.

Varotto disse...

RockerZ, eu sei que é sempre difícil saber qual a versão certa para esses termos que remontam há muito tempo, mas a explicação que eu sempre escutei foi outra.

Parece que a explicação mais aceita, seria a de uma abreviação corrompida de all correct (Orl Korrect) e remontaria aos anos 1830, quando foi usada em um jornal de Boston. Essa tese é corroborada pelo Prof. Allen Walker Read, considerado um dos grandes gramáticos da língua inglesa.

Champ também é cultura!

RockerZ disse...

Varotto
não sabia dessa não..
mas é sempre bom aprender coisas novas xD

MaxReinert disse...

A máfia dos porteiros é a segunda maior organização do mundo, só perdendo, logiacmente, para a Máfia das Mães.. essa sim, completamente invencível!!!!

Thiago Apenas disse...

"como se um exército de arqueiros hunos estivesse postado nos telhados do outro lado da rua e uma turba de vampiros esperasse pacientemente para atacar o edifício." Lembrou o André Vianco.
Porteiros não são pessoas normais.
E o top 5 do Gomex foi ótimo!

Anônimo disse...

Vc devia lançar um livro com o título "O Fantástico Mundo de Rob".É sério, nunca conheci ninguém que tivesse em sua volta um universo tão rico, com personagens tão excêntricos. Parece até que Pinheiros faz parte de algum plano secreto de invasão alienígena, que aos poucos vão tomando os corpos dos humanos, ditos normais. Vc podia criar uma série estilo Twin Peaks, mas acho que se vc morasse em outra cidade como o Rio, por exemplo, não teria tanto material para se inspirar.

Otavio Cohen disse...

ué. não tinha um comentário meu aqui? jurei que já tinha escrito...
enfim...

*o porteiro realmente escuta edson e hudson no máximo às 3 DA MANHÃ??

Patileide disse...

Taí, todo mundo tem uma estória de porteiro pra contar... a minha:
Uma amiga veio me visitar e o porteiro (que não é nada discreto e super curioso) já foi logo falando: "Ô menina, pára a moto aqui mais na frente porque assim eu posso ficar olhando pra você" (Ele adoooora fazer uma média com as visitantes gatinhas)
Minha amiga: "Ah que bom, então se alguém vier mexer na moto o senhor interfona?" Ele: "Interfooono".
Uma hora depois toca o interfone: "Ó, aqui é o porteiro, fala aí pra sua amiga da motinha que passou um carro aqui, bateu na moto dela, parou e como não tinha ninguém ele foi embora, manda ela descer porque a moto tá lá caída"
Eu indignada:"Mas o senhor não anotou a placa do carro, nem nada?"
Ele, super tranquilo:"Eu hein... e se o cara tivesse armado?"

Lari Bohnenberger disse...

"Brava gente brasileira..."
Seu Porteiro é um grande exemplo de coragem, determinação (visto que ele não se deixa convencer facilmente com os teus apelos sofridos) e estratégia (Edson & Hudson). Levante as mãos para os céus, Rob Gordon, por ter um defensor desta 'catiguria'.
Eheheheheh!
Bjs!

P.S. Campeonato pan-americano de Campo Minado? Onde eu me inscrevo?

Bob Mussini disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thiago Neres disse...

Muito bom seu texto e melhor ainda seu top 5.

Li ele hoje na fono. Eu e ela morremos de rir! (eu, pela terceira vez)

:D

Anônimo disse...

tenho que adotar sua técnica oriental de meditação, porque ultimamente situações como essa eu tenho usado a tolerância zero.

Anônimo disse...

esse porteiro conseguiu me irritar!!!
eu daria uma resposta diferente por dia. ou apenas responderia "sim" a todas.

Vc viu a pesquisa que diz que o stress do Paulistano pode ser compardo ao de um soldado na faixa de Gaza? pois eh... seu porteiro é um desses...

Deise Rocha disse...

isso q dá ficar ouvindo edson e hudson, ainda mais as três da madrugada...
fica doidim pra dedéu...


rsrsr

Henrique Miné disse...

Deus me livre...sorte que nõ tenho porteiro,sabe...quando li Ó-ká fiquei imaginando como devia ser a figura, agora então...voce nem imagina

Pri disse...

Uahahahaha
Os porteiros do prédio do meu ex eram estranhos tb... Um deles sempre perguntava pra que apartamento eu ia msm eu frequentando o prédio por quase 2 anos, quando ele se acostumou a minha presença deixava eu entrar tranquilamente (e acho q se eu chegar lá hj tb entro, msm se eu estiver armada para matar o falecido)!
Tinha um outro q nem respondia quando eu flava boa tarde ou algo do gênero, ele me olhava cm se eu fosse um ninja invadindo o prédio...
Fora os outros q vez ou outra apareciam por lá!

Gostei do Top 5... acho q a melhor resposta seria a ultima, rsrsrs.