7 de abril de 2007

O Último dos Moicanos - Parte I

Como algumas pessoas estão sabendo, eu e meu blog estamos passando pela nossa primeira grande crise. Estou sofrendo de bloqueio criativo crônico. Posts fresquinhos podem estar acontecendo ao meu redor, mas nenhum deles me motiva a sentar e escrever. Cheguei até a pensar em convidar o Jonas para escrever aqui, mas não confio nele a esse ponto. Ou seja, estou numa fase “tem dias que o post não vem”. Mas, em compensação, tem dias que o post cai do céu, na sua frente, prontinho para ser publicado. Como hoje.

Como faço todo ano, deixei para comprar os ovos de Páscoa no último minuto possível. Fui até o Pão de Açúcar e comecei a me aventurar no corredor dos ovos de Páscoa. Aliás, uma nota: eu odeio a Páscoa, e só vou gostar dela quando os supermercados colocarem os ovos de chocolate numa altura que eu alcance, e que não me obrigue a ficar pulando feito um imbecil na frente de todo mundo para tentar desenganchar o ovo daquela armação idiota que eles colocam (1.60m mode: on). E o primeiro que pensar em fazer um paralelo com meus pulos e o Coelhinho da Páscoa, aviso que já pensei nisso e, convenhamos, a piada é fácil demais. Nem percam tempo.

Posto isso, continuemos. Estava eu ali, pulando de um lado para o outro, tentando alcançar um ovo Sonho de Valsa, quando começo a ouvir uma gritaria na porta do mercado. Obviamente, chamou minha atenção, especialmente porque parecia ser mais agressivo que uma dona-de-casa reclamando do preço do óleo (cá entre nós, eu não consigo imaginar uma dona-de-casa gritando “Você vai morrer, filho da puta!” com o gerente do mercado). Na mesma hora fui até ali perto ver o que acontecia.

Estava começando a rolar uma briga. Uns 20 sujeitos vestidos com calça jeans, suspensórios e camiseta branca estavam espancando algo (ou alguém) no chão, dentro do mercado. Na verdade, só uns quatro estavam chutando e/ou socando. Os outros ficavam apenas por perto, tentando entender o que estava acontecendo (nenhum deles parecia muito brilhante).

De repente, o saco de pancadas se levanta, e finalmente revela-se ao mundo em todo seu esplendor: um punk gordinho, de 20 e poucos anos, trajando seus tradicionais jeans, jaqueta de couro e um cabelo moicano (roxo) que devia ter a altura de um prédio de três andares.

Já em pé, ele começou a distribuir porrada para todos os lados. A turminha de suspensórios tentou cercá-lo numa parede, mas o guerreiro solitário conseguiu escapar para dentro do mercado, derrubando uns ferros que separam a parte de revistas do resto da loja, sendo seguido por uns oito soldados do exército inimigo.

Claro que todos os clientes e caixas começaram a gritar apavorados, como se alguém tivesse soltado um tigre dentro do Pão de Açúcar. Menos eu, claro, que estava me divertindo com aquilo tudo, ao lado de um velho que observava a briga em silêncio. Subitamente, o velho vira para mim e pergunta:

– Você está com ele?

“Deus... por que é SEMPRE comigo?”, pensei

– O que faz você pensar isso?, respondi.

– Ah, não sei. Eu não te conheço, né?

– Bom, tem razão. Mas, por outro lado, se você não me conhece, você já parou para pensar que provavelmente eu também não te conheça?

– É, mas eu não estou com ele!, defendeu-se o velho.

Nem me dei ao trabalho de responder. Especialmente porque a briga estava chegando perto da prateleira de biscoitos e isso poderia colocar meu suprimento particular de Chocooky em risco, e aí, eu definitivamente teria que fazer alguma coisa. Ninguém mexe com meus Chocookys e sai impune!

Felizmente, os guerreiros de suspensórios resolveram se solidarizar com as pessoas que deixaram para comprar ovos de Páscoa de última hora (e também porque viram que começou a chover segurança de tudo que é lado) e resolveram montar acampamento na rua, onde ficaram esperando a hora do punk sair. Mas isso não ia acontecer tão cedo, já que ele foi agarrado pelo colarinho por uma velha, que começou a gritar com ele:

– Pensa na sua mãe! Pensa na sua mãe, menino!

– Me solta! Cês vai tu morrer, seus lha da puta!, gritou o punk para a rua, mostrando que ele estava pensando não na própria mãe, mas nas mães dos caras de suspensório. Não sei se era o sangue na boca dele ou algum costume punk, mas ele comia pelo menos uma sílaba de cada frase.

– Menino, me ouve, pensa na sua mãe!

– Beth, não se mete, deixa eles resolverem!, berrou a amiga da velha, com medo que o senso de justiça da companheira acabasse com a Páscoa das duas.

– Merda! Me solta, velha!, berrou o punk.

Não aguentei e comecei a gargalhar. O punk não me ouviu, mas a amiga da tal da Bete me fulminou com os olhos.

(continua aqui)

10 comentários:

Amelie disse...

Estou ansiosa para ler a continuação! =P

Anônimo disse...

oi massa seu blog

Anônimo disse...

Blog é horrivel, eu to passando por uma fase de falta do q escrever rss, termina essa historia logo q to curioso para saber o final !rs

Diego Moretto disse...

Brother, acho que este é um problema extremamente comum em blogueiros que se preocupam em deixar o blog sempre atualizado.. Mas sempre aparece algo, boa sorte... espero a continução tbm..abs!

Tarzan ® disse...

Putz eu tb as vezes fico sem assunto que eu ache que vale a pena ser dito.

Mas essa sua história ein.
Putz como vc disse caiu do seu. hehehe
Fiquei curioso tb pra saber a continuação.

Blog Esponja ®
www.blogesponja.net

Camarão 3
www.camarao3.net

Abel disse...

Historia interessante
to ansioso pra ver o top 5
Ah
e sempre passo por aqui ....

Breno Pessoa disse...

Cara, confesso que quando vi o link do seu blog achei que era mais um pretenso fã de Alta Fidelidade que escreveria besteiras. Mas gostei muito do que li. Acho que já está no top 5 dos blogs favoritos. Abraço.

Utopia Urbana disse...

Hehehe
Tá aí... quero saber logo o fim da história.

valeu pela visita lá no blog.
Abraço!

Elza disse...

Esse tipo de post pode render muita imaginação, continua assim o povo ta gostao.

pS; nunca vi uma briga no supermercado....qeria ver tbm.
rsrsrsrsrs

Anônimo disse...

Queria ver uma briga tambem,me chama na proxima?