Sábado, último dia do horário de verão. O computador de Rob Gordon falece, aparentemente sem motivo e qualquer tentativa para ressuscitá-lo é inútil. Após passar praticamente uma noite em claro, Gordon já começa o dia pesquisando preços de computador, mas um fiapo de esperança surge quando consegue a ajuda do Rei Escarlate, mercenário especializado nesse tipo de atividade. Juntos, vão ao Stand Center, onde conseguem equipamentos com a máfia coreana e, após trocarem a fonte do computador – que não já não mostra sinais de sinais de vida há 17 horas – os dois preparam-se para testar a CPU.
Os eventos a seguir acontecem em tempo real.
17:00 – 18:00
Pinheiros
Gordon e Escarlate levam o computador até uma tomada e plugam o dispositivo. Gordon coloca o dedo no botão e o pressiona. Uma gota de suor desce pela sua testa. Escarlate aguarda apreensivo. O computador liga. O mundo – e as matérias sobre o Oscar – estão a salvo! Os dois levam, então, o computador para a mesa e começam a ligar os periféricos, sendo atrapalhados pela Besta-fera, que insiste em ficar no caminho. Com tudo instalado, ligam o computador definitivamente. Tudo parece perfeito. Ou não. O monitor não liga. “Puta que pariu, ô fase”, pensa Gordon.
18:00 – 19:00
Pinheiros
Gordon joga Escarlate numa parede e coloca a arma em sua testa: “O que você fez? Quero uma resposta, agora!”, grita. Escarlate, frio, responde que não sabe o que está acontecendo, mas pode tentar resolver. Desmonta a máquina inteira e monta novamente. Nada. A única saída é testar outro monitor, para identificar onde está o problema. Gordon e Escarlate consideram as alternativas e descobrem que a única saída é extremamente arriscada: terão que bater na porta de Jasmim (vizinho (a) de Gordon que faz questão de não disfarçar a estranheza de suas preferências sexuais) e pedir seu monitor emprestado. Após buscar desesperadamente (e em vão) uma alternativa, Gordon entrega os pontos: “Ok, eu vou lá pedir. Mas você vai comigo, não vou sozinho lá”, afirma ao mercenário. Escarlate, resignado, concorda.
19:00 – 20:00
Pinheiros / Moema
Gordon bate na porta do vizinho. “Agente federal! Precisamos do seu monitor! Agora!” O (a) vizinho (a) abre a porta e convida-os, (gentilmente, como sempre) a entrar. Gordon explica a situação e Jasmim (gentilmente, como sempre) decide ajudá-lo – aparentemente, sem pedir nada em troca. Pegam o monitor e voltam para a casa de Gordon, onde ligam tudo. Nada. “Deve ser a placa de vídeo que está fudida. Vou para casa e pego a minha”, afirma Escarlate. “Se você não voltar logo, eu irei atrás de você!”, grita Gordon. Escarlate parte e Gordon bate na porta de Jasmim, gritando: “Agente federal! Vim devolver seu monitor!”. Entrega o aparelho e volta para casa, sob os olhos de Jasmim, que sorri (gentilmente, como sempre).
20:00 – 21:00
Pinheiros / Moema
Enquanto Escarlate não retorna, Gordon assiste mais um pouco de Supernatural. Obviamente, o mercenário retorna com a placa na melhor parte do episódio. Fazem a troca e ligam o computador. O monitor permanece desligado. Gordon saca sua arma e grita para o monitor: “Agente federal! Liga, filho da puta! Agora!” Como o monitor não responde, ele dá um soco na parte lateral do aparelho. Dói para caralho, mas Gordon acha que não ficaria bem revelar isso a Escarlate. Fingindo que está com sede, diz que vai beber água e caminha até a cozinha, onde fica pulando de dor alguns minutos, mais emputecido ainda. Ao sair, diz a Escarlate: “Chega. Vamos até a porra do Extra, vou comprar um computador novo”.
21:00 – 22:00
Itaim
Chegam ao Extra e dirigem-se à área de eletrônicos. Assim que avistam um vendedor, Gordon pula na frente do homem, de arma em punho. “Agente federal! Precisamos de um computador! Agora!”. O homem responde que “é ali, naquele corredor ali, ó”. Gordon caminha até lá com Escarlate, escolhendo um modelo. Chama o vendedor e diz: “Agente federal! Se eu levar um monitor junto, você dá desconto?” O homem responde que sim e Gordon afirma: “vou levar esse micro e esse monitor”. O vendedor faz a nota e diz que é só pagar no caixa. Gordon e Escarlate vão ao caixa, enquanto o vendedor embala os produtos. “Agente federal! Faz em 6 parcelas!”, grita Gordon ao rapaz do caixa, entregando o cartão. O homem pega o cartão e, segundos depois, o devolve, dizendo: “Sr. Gordon? Seu cartão não está passando”.
22:00 – 23:00
Itaim
“Como assim? Para quem você trabalha? Quero uma resposta! Agora!”, grita Gordon. O caixa explica que o Visa está fora do ar. Gordon pede para passar novamente. Nada. Gordon pede para passar no débito. Nada. Escarlate afirma para Gordon: “nunca vi alguém tão cagado como você”, mas Gordon ignora. O agente está fazendo contas, pensando na possibilidade de pagar à vista, em dinheiro. Iria ficar apertado, mas a vida de milhões de pessoas – e as matérias sobre o Oscar – dependem da sua decisão. Decide que irá pagar em dinheiro. Pega o cartão e vai até o banco 24 Horas. Digita sua senha. A mensagem surge na tela: "O sistema está sem comunicação".
23:00 – 24:00
Itaim
Indignado, Gordon liga para a central de relacionamento do cartão. “Agente federal! Preciso do sistema no ar! Agora!” A atendente explica que não há previsão de volta. Gordon começa a bater boca com ela. “Manda tomar no cu”, sugere Escarlate. Gordon tem uma idéia melhor: vai vencê-los pelo cansaço. Começa a percorrer os corredores do Extra, ligando incessantemente para o maldito 0800, afirmando que, além de ser agente federal, é cliente dessa merda, não irá pagar esse mico sozinho e que irá importunar todos os funcionários dali até o sistema voltar. Repete o procedimento a cada 30 segundos, falando com todos atendentes disponíveis. Na oitava vez que faz isso, desligam o telefone na sua cara. Antes que ele partisse em busca de vingança, o rapaz do caixa diz: “o senhor pode pagar em cheque”. Aliviado, Gordon tateia o bolso de sua calça. Mas, obviamente, percebe que o talão ficou em casa.
23:00 – 24:00 (final do horário de verão mode: on)
Itaim / Pinheiros
“CTU? Rob! Preciso que um helicóptero entregue meu talão de cheques no Extra do Itaim! Agora!”, ele diz, no celular. Enquanto o helicóptero não chega, Gordon gasta seu tempo no telefone, batendo boca com todos os atendentes da central de relacionamento dos cartões (para deleite dos funcionários do Extra, que já tomaram seu partido). Subitamente, uma outra ligação entra no celular de Gordon. O talão de cheques havia chegado. Escarlate vai até a porta do supermercado e recebe a encomenda, levando o talão para Gordon. Finalmente, com o cheque em mãos, Gordon consegue efetuar a compra, sendo ovacionado pelos funcionários do Extra. Levou o computador para casa e, sob os olhares da Besta-fera, ele e Escarlate ligaram o aparelho. A CPU liga. O monitor liga. A musiquinha cafona do Windows preenche o aposento.
As matérias do Oscar estavam a salvo.
Pinheiros
Gordon e Escarlate levam o computador até uma tomada e plugam o dispositivo. Gordon coloca o dedo no botão e o pressiona. Uma gota de suor desce pela sua testa. Escarlate aguarda apreensivo. O computador liga. O mundo – e as matérias sobre o Oscar – estão a salvo! Os dois levam, então, o computador para a mesa e começam a ligar os periféricos, sendo atrapalhados pela Besta-fera, que insiste em ficar no caminho. Com tudo instalado, ligam o computador definitivamente. Tudo parece perfeito. Ou não. O monitor não liga. “Puta que pariu, ô fase”, pensa Gordon.
18:00 – 19:00
Pinheiros
Gordon joga Escarlate numa parede e coloca a arma em sua testa: “O que você fez? Quero uma resposta, agora!”, grita. Escarlate, frio, responde que não sabe o que está acontecendo, mas pode tentar resolver. Desmonta a máquina inteira e monta novamente. Nada. A única saída é testar outro monitor, para identificar onde está o problema. Gordon e Escarlate consideram as alternativas e descobrem que a única saída é extremamente arriscada: terão que bater na porta de Jasmim (vizinho (a) de Gordon que faz questão de não disfarçar a estranheza de suas preferências sexuais) e pedir seu monitor emprestado. Após buscar desesperadamente (e em vão) uma alternativa, Gordon entrega os pontos: “Ok, eu vou lá pedir. Mas você vai comigo, não vou sozinho lá”, afirma ao mercenário. Escarlate, resignado, concorda.
19:00 – 20:00
Pinheiros / Moema
Gordon bate na porta do vizinho. “Agente federal! Precisamos do seu monitor! Agora!” O (a) vizinho (a) abre a porta e convida-os, (gentilmente, como sempre) a entrar. Gordon explica a situação e Jasmim (gentilmente, como sempre) decide ajudá-lo – aparentemente, sem pedir nada em troca. Pegam o monitor e voltam para a casa de Gordon, onde ligam tudo. Nada. “Deve ser a placa de vídeo que está fudida. Vou para casa e pego a minha”, afirma Escarlate. “Se você não voltar logo, eu irei atrás de você!”, grita Gordon. Escarlate parte e Gordon bate na porta de Jasmim, gritando: “Agente federal! Vim devolver seu monitor!”. Entrega o aparelho e volta para casa, sob os olhos de Jasmim, que sorri (gentilmente, como sempre).
20:00 – 21:00
Pinheiros / Moema
Enquanto Escarlate não retorna, Gordon assiste mais um pouco de Supernatural. Obviamente, o mercenário retorna com a placa na melhor parte do episódio. Fazem a troca e ligam o computador. O monitor permanece desligado. Gordon saca sua arma e grita para o monitor: “Agente federal! Liga, filho da puta! Agora!” Como o monitor não responde, ele dá um soco na parte lateral do aparelho. Dói para caralho, mas Gordon acha que não ficaria bem revelar isso a Escarlate. Fingindo que está com sede, diz que vai beber água e caminha até a cozinha, onde fica pulando de dor alguns minutos, mais emputecido ainda. Ao sair, diz a Escarlate: “Chega. Vamos até a porra do Extra, vou comprar um computador novo”.
21:00 – 22:00
Itaim
Chegam ao Extra e dirigem-se à área de eletrônicos. Assim que avistam um vendedor, Gordon pula na frente do homem, de arma em punho. “Agente federal! Precisamos de um computador! Agora!”. O homem responde que “é ali, naquele corredor ali, ó”. Gordon caminha até lá com Escarlate, escolhendo um modelo. Chama o vendedor e diz: “Agente federal! Se eu levar um monitor junto, você dá desconto?” O homem responde que sim e Gordon afirma: “vou levar esse micro e esse monitor”. O vendedor faz a nota e diz que é só pagar no caixa. Gordon e Escarlate vão ao caixa, enquanto o vendedor embala os produtos. “Agente federal! Faz em 6 parcelas!”, grita Gordon ao rapaz do caixa, entregando o cartão. O homem pega o cartão e, segundos depois, o devolve, dizendo: “Sr. Gordon? Seu cartão não está passando”.
22:00 – 23:00
Itaim
“Como assim? Para quem você trabalha? Quero uma resposta! Agora!”, grita Gordon. O caixa explica que o Visa está fora do ar. Gordon pede para passar novamente. Nada. Gordon pede para passar no débito. Nada. Escarlate afirma para Gordon: “nunca vi alguém tão cagado como você”, mas Gordon ignora. O agente está fazendo contas, pensando na possibilidade de pagar à vista, em dinheiro. Iria ficar apertado, mas a vida de milhões de pessoas – e as matérias sobre o Oscar – dependem da sua decisão. Decide que irá pagar em dinheiro. Pega o cartão e vai até o banco 24 Horas. Digita sua senha. A mensagem surge na tela: "O sistema está sem comunicação".
23:00 – 24:00
Itaim
Indignado, Gordon liga para a central de relacionamento do cartão. “Agente federal! Preciso do sistema no ar! Agora!” A atendente explica que não há previsão de volta. Gordon começa a bater boca com ela. “Manda tomar no cu”, sugere Escarlate. Gordon tem uma idéia melhor: vai vencê-los pelo cansaço. Começa a percorrer os corredores do Extra, ligando incessantemente para o maldito 0800, afirmando que, além de ser agente federal, é cliente dessa merda, não irá pagar esse mico sozinho e que irá importunar todos os funcionários dali até o sistema voltar. Repete o procedimento a cada 30 segundos, falando com todos atendentes disponíveis. Na oitava vez que faz isso, desligam o telefone na sua cara. Antes que ele partisse em busca de vingança, o rapaz do caixa diz: “o senhor pode pagar em cheque”. Aliviado, Gordon tateia o bolso de sua calça. Mas, obviamente, percebe que o talão ficou em casa.
23:00 – 24:00 (final do horário de verão mode: on)
Itaim / Pinheiros
“CTU? Rob! Preciso que um helicóptero entregue meu talão de cheques no Extra do Itaim! Agora!”, ele diz, no celular. Enquanto o helicóptero não chega, Gordon gasta seu tempo no telefone, batendo boca com todos os atendentes da central de relacionamento dos cartões (para deleite dos funcionários do Extra, que já tomaram seu partido). Subitamente, uma outra ligação entra no celular de Gordon. O talão de cheques havia chegado. Escarlate vai até a porta do supermercado e recebe a encomenda, levando o talão para Gordon. Finalmente, com o cheque em mãos, Gordon consegue efetuar a compra, sendo ovacionado pelos funcionários do Extra. Levou o computador para casa e, sob os olhares da Besta-fera, ele e Escarlate ligaram o aparelho. A CPU liga. O monitor liga. A musiquinha cafona do Windows preenche o aposento.
As matérias do Oscar estavam a salvo.
11 comentários:
Guarde com carinho os direitos autorais dos textos que vc posta aqui: quem sabe um dia não reesolvem fazer uma adaptação cinematográfica dessa epopéia? :P
Concordo com o Rodrigo (comentário acima). Muito bom e já estou atualizando aquele post que fiz linkando a 3a parte.
Confesso que fiquei desesperado, doido pra rolar e ler até o final de uma vez. :-D
Pourra, banho de sal grosso e pétalas de rosa pra tirar a urucubaca! huaheuaheuae
"Agente federal Rob Gordon? Aqui quem fala é um dos terroristas responsáveis pela morte do seu computador. Você ja percebeu q não estamos para brincadeiras. Queremos o CD da DANÇA DOS VAMPIROS intacto, por que temos a revista dos MORTOS VIVOS como refém.
Se o CD não for entregue a nós, iremos enviar uma página por dia com bigodes desenhados em todos os personagens."
Terrorista,
vc é tapado demais.
Além de se identificar, propõe a seguinte troca: "queremos o objeto que vale 10x intacto, ou estragaremos o que vale x e está em nosso poder".
Você é o típico sujeito que se estivesse envolvido no 11 de setembro, teria usaria o avião para destruir uma pista de pouso e não os prédios.
HUAUAHUAH....
eu sei aonde vc mora... eu conheço seus pais.... e etc...
é q eu não vou ficar fazendo bigodes na sua mãe... "né rrrrrob gorrrrdon."
HUAHUAHAUHAUAH.....
(eu adoro essa risada do Bafo-de-Onça)
"quando urubu está com azar, o de baixo c*** no de cima"
Tás brincando?!
Você tem certeza que tentou mesmo aquele botão, como chama mesmo... Power?
adrenalina pura.
nunca senti tanta emoção na vida.
Que boa historia!
Tem isso num livro para que possa fazer delivery em itaim dele?
Gostei muito da leitura!
Postar um comentário