12 de novembro de 2011

Hoje, Amanhã e Sempre

Daqui a muitos e muitos anos, você estará com cabelos brancos, com a vista um pouco cansada e um punhado de memórias.

Você será um avô.

Seus netos, pequenos e graciosos como todos os netos, correrão pela casa, fugindo de você e atrás de você, presenteando sua esposa com pequenas flores colhidas no jardim, investigando a prateleira mais alta do armário e preenchendo todo o seu entardecer com cores alegres e sons de risadas.

Antes disso, você verá seus filhos se casando. Cada um em seu caminho, cada um com a felicidade que escolheu. Ao lado do altar, você perceberá que fez o melhor possível por cada um deles, ensinando-os, junto com sua esposa, a ser pessoas melhores a cada dia de suas vidas.

E as lembranças de muitos destes dias se confundirão com as palavras do padre. Lembranças da vontade de proteger sua filha de todos os perigos e tristezas do mundo; lembranças da primeira vez que seu filho andou, ali, no corredor da sua casa; lembranças da queda da bicicleta, do primeiro gol no campeonato da escola, lembranças de tardes e mais tardes jogando videogame com eles no chão da sala. Você e eles, todos da mesma idade.

Não serão apenas lembranças infantis, como o primeiro banho ou as primeiras palavras. Mas também lembranças mais adultas, como o diploma de faculdade, o primeiro coração partido, o primeiro porre, o primeiro show juntos. Lembrança de cada aniversário com amigos espalhados pela casa, de cada natal com papeis de presentes espalhados pelo chão, lembranças de almoços de domingo com você sentado à cabeceira da mesa.

Algumas lembranças ainda são preocupantes, como a febre que ela teve com nove anos, ou aquele ano em que ele quase repetiu de quatro matérias. Mas mesmo estas lembranças, ali no altar, se tornarão doces, com sabor de missão cumprida. Com sabor de uma vida feliz.

Mas ainda é muito cedo para isso. Pois hoje, quem estará à frente do altar é você, e sua noiva. Hoje, vocês começarão a construir não apenas uma vida juntos, mas sim a vida de seus filhos e netos, que ainda nem sonham em existir, mas já amam vocês dois incondicionalmente.

Hoje tem início tudo o que eu escrevi aqui. E, mesmo sem nunca ter olhado nos seus olhos, tenho certeza de que este “tudo” será muito, muito mais feliz que este simples texto.

A cada dia, a cada hora, a cada minuto.

Para sempre.


Este texto é um humilde presente deste blog a um de seus leitores mais especiais, Nelson, que se casa hoje.

12 comentários:

Varotto disse...

Coincidentemente, hoje estava olhando para o meu filho e pensando como, num piscar de olhos, ele vai deixar a infância para trás, e no grande intervalo de tempo entre isso e eu ter uma outra criança correndo pela casa para eu poder estragar, assim como meu pai faz com o neto...

Mary Farah disse...

Caramba, Rob.
Mesmo sendo especial para o Nelson (Aliás, felicidades, Nelson, não importa o que digam, casar é legal, com as coisas boas e ruins que o casamento traz! Desfrute delas!), Eu ontem estava olhando minha afilhada, de quem sou "Babá-madrinha" (licença poética de Fada-madrinha) e cuido todos os dias. E me peguei pensando tudo isso, vislumbrei várias coisas que ainda estão por vir e... Puxa. O tempo passa rápido. Mas temos que curtir cada minuto!
Como você já deve ter aprendido, UM DIA DE CADA VEZ.
Um bom feriado pra ti, rapaz.

Mari Hauer disse...

Pois é, o começo de uma vida a dois é também o começo de uma vida inteira, né?
Li seu texto e fiquei pensando na minha infância, em como é ser filha, em como será ser mãe e em tudo que meus pais fizeram por mim e viveram comigo!
E acho que tá na hora de eu dar um neto pra eles! haha...
Nelson, toda a felicidade do mundo! Tenho certeza que vai valer cada minuto!

Silvia disse...

Arrepiei (literalmente). E, claro, a gente se identifica, pensando nos nossos pequenos e em nós mesmos. :-)

Nelson disse...

Rob, me desculpe a demora em entrar aqui. As coisas tavam bem corridas, e dia 12 e 13 eu não tive tempo de sentar 5 minutinhos no pc.

Cara, muito obrigado, muito obrigado mesmo. Lendo o post ontem a noite, eu fiquei com os olhos marejados (tenho que manter minha fama de malvado), e a Aline chorou. Realmente nos tocou, foi um dos melhores presentes que ganhamos, pode ter certeza disso. To parecendo um pavão aqui de tão orgulhoso de ter recebido um texto seu de casamento, hehe.

Muito obrigado também à Mary e a Mari aí de cima que nos desejaram felicidades e tudo mais. É maravilhoso saber que as vezes a gente nem conhece as pessoas que querem o bem pra gente :-)

Natalia Máximo disse...

Parabéns, menino Nelson! Não sei quem é, mas toda a alegria do mundo para vocês! \o/

Rob Gordon disse...

Varotto:

Mas aí que começará a parte legal mesmo, que você poderá estragar sem precisar educar. É o direito constitucional de qualquer avô!

Abraços

Rob

Rob Gordon disse...

Mary Farah:

Um dia de cada vez, sempre. E tentando aproveitar ao máximo, sempre.

Beijos

Rob

Rob Gordon disse...

Mari Hauer:

Sempre pensei sobre isso que você disse: o começo de uma vida a dois é o começo de uma vida. Acho essa definição sensacional. Nunca me casei, mas sei que o começo de todos os relacionamentos que tive foram espécies de renascimentos. Gosto muito de pensar assim.

Beijos

Rob

Rob Gordon disse...

Silvia:

Obrigado pelos elogios! Obrigado de verdade!

Beijos

Rob

Rob Gordon disse...

Nelson:

A honra foi minha. E este blog torce demais pela felicidade de vocês dois, apesar de saber, desde o primeiro comentário que você mencionou a Aline, que esta torcida nem é tão necessária assim - suas palavras sempre deixaram claro que vocês foram feitos um para o outro.

Muitas, muitas felicidades!

Rob

Rob Gordon disse...

Natália:

Engraçado isso, não? Desejar felicidade a quem não conhecemos. Acho isso uma das coisas mais nobres do mundo, por ser um pensamento positivo totalmente desinteressado.

Beijos

Rob