17 de agosto de 2010

Rob Gordon X Telefônica - Round 2

Começou semana passada, quando o Speedy da minha casa faleceu. Causa mortis: desconhecida. Tentei fazer tudo o que o pessoal da Telefônica iria me pedir no telefone (basicamente, “desligue o modem por quarenta segundos e ligue novamente”, pois é apenas isso que eles sabem sugerir), mas não consegui ressuscitá-la.

Assim, peguei o telefone e disquei, já de má vontade, por ter que falar com aquela maldita prima do Hal 9000 que faz um frila para a Telefônica, filtrando as ligações (caso você não saiba do que estou falando, leia aqui).

Mas foi quando finalmente consegui falar com um atendente biológico que as coisas pioraram. Aparentemente, a Telefônica é incapaz de conseguir agendar a visita de um técnico para apenas um dia. Como o prazo fica entre 24 e 48 horas, eu teria que ficar em casa dois dias, esperando o sujeito chegar.

Expliquei isso para a atendente e ela me devolveu:

– Mas o senhor realmente não pode ficar em casa estes dois dias?

Pensei em dezenove respostas (que iam desde “eu tenho claustrofobia, não posso ficar em casa por mais de seis horas” até “eu e meu cachorro estamos brigados, então o clima está super chato aqui, ficar um dia inteiro com ele já vai ser difícil, imagine dois”), mas eu já estava tão irritado que, ao invés de ser sarcástico, fui grosso:

– Não, porque eu trabalho. E eu não posso falar dois dias no trabalho. Eu preciso daquele emprego porque uso o salário para pagar a conta do Speedy que não funciona.

Resumindo: consegui agendar a visita para apenas um dia.

Agora, o curioso foi quando a mulher me perguntou se eu tinha preferência pelo período da manhã ou da tarde. Parei por alguns instantes e pensei a respeito disso.

Eles não conseguem definir em qual dia acontecerá a visita do técnico, mas conseguem definir se ela será de manhã ou à tarde? Tentei ver qualquer resquício de lógica nessa estratégia, mas fracassei. Assim, soltei apenas um “de manhã” e dei o melhor de mim para ignorar isso.

Pronto. Isso foi na noite de sexta-feira. Os técnicos iriam à minha casa na segunda-feira, pela manhã – porque eu também fui obrigado a explicar duas vezes para a mulher que este tipo de serviço não pode ser realizado no meu prédio durante os finais de semana.

Doze horas depois. Sábado, perto da hora do almoço, toca o interfone do meu apartamento. Atendi.

– Seu Róbigórdu?

– Eu.

– O senhor chamou a Telefônica?

Porra, como ele sabe isso? Será que é possível ter o mínimo de privacidade nesse prédio?

– Chamei.

– Porque os técnicos estão aqui. E hoje é sábado, não pode entrar.

– Como assim, eles estão aqui?

– Estão aqui na porta.

– Me faz um favor?

– Sim.

– Não diga a eles que eles não podem entrar no prédio hoje. Aliás, joga a culpa em mim. Diga que eu estou em casa sim, e você falou comigo, mas eu não vou atender ninguém porque a visita está marcada para segunda-feira. E diga que eu vou ignorar o fato de que eles passaram aqui dois dias antes.

– Sim, Seu Róbigórdu.

– Valeu.

Imbecis.

Quatro horas depois – caso você trabalhe na Telefônica e tenha perdido a contagem do tempo enquanto lê o texto, fique sabendo que “quatro horas depois” significa que “ainda era sábado” toca meu celular.

– Sr. Rob Gordon?

– Sim.

– Aqui é Kronos, da Telefônica.

– E...?

– E estou ligando para confirmar a visita do técnico no seu apartamento, para o reparo do Speedy.

– Ok.

– A visita será amanhã na parte da manhã.

– Olhe, a visita está agendada para segunda-feira de manhã. Os técnicos já passaram hoje de manhã na minha casa, e eu ignorei isso. Vamos fazer o seguinte, Kronos? Da mesma forma que eu ignorei a visita hoje de manhã, eu vou desligar o telefone e fingir que você não me ligou. Assim, nada muda, e os técnicos vão até minha casa na segunda-feira de manhã. Fechado?

– Sim, senhor.

– Ótimo. Adeus.

Deu certo. Eles passaram ontem (segunda-feira) de manhã, na minha casa, e minha internet voltou a funcionar.

Mas claro que no sábado à noite, eu deixei instruções claras para o porteiro, pedindo a ele que caso alguém da Telefônica aparecesse no prédio procurando por mim no domingo, ele deveria apenas dizer que “ele deixou um bilhete aqui pedindo para vocês irem tomar no cu e voltarem amanhã de manhã”.

Aparentemente, não foi preciso. Aparentemente.

8 comentários:

Barlavento disse...

Acho que dessa vez eles falharam por excesso de eficiência.

Pri disse...

Ai, ai, ai... a telefônica ou é 8 ou 800, outro dia fiquei uns 2 dias sem internet tentando ligar pra eles, mas cada hora era um problema, acho q na 10ª tentativa demorou uns 10min. pra resolver... ¬¬

MarianaMSDias disse...

Rob Gordon nunca está contente. Nunca.

Ana Savini disse...

Rob, aprenda:
O Speedy é um lixo. Sempre. Ponto.

Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos disse...

Não sei o que é mais impressionante, eles terem vindo ANTES do dia marcado, ou eles terem vindo no período marcado...

Da última vez que marquei com a NET, eles iam vir na quinta a tarde, mas só vieram na sexta de manhã...

Bia Nascimento disse...

Poxa, que demais! Eu fico dias sem aparecer por aqui e quando volto tem um post com as tags mágicas: Telemarketing, Speedy, Ô Fase...
Sobre o Speedy, aproveito para desabafar: Passei pela mesma merda na sexta feira. (Deve ter sido uma cagada geral, não é possível!) Como sou educada (pelo menos tento ser) não vou comentar o que eu disse para o filha da puta que eles chamam de atendente. O pré requisito no RH da Telefonica deve ser "Seja um animal e ganhe um emprego!". odeio!

Natalia Máximo disse...

Comigo era mais ou menos assim. Aí eu tirei o Speedy e coloquei Vírtua. Acho o serviço um pouco melhor (o melhor é beeem de leve, mas mesmo assim)

Varotto disse...

Ah, os demoniozinhos do inferno...