5 de novembro de 2009

Marcha para Vitória - Parte V

(leia a parte IV aqui)

Passamos o sábado passeando pela cidade.

Ou, ao menos, tentando passear, já que não parava de chover. E não estou falando de garoa, estou falando de chuva. Água mesmo, de verdade. Vocês se lembram daquilo que as professoras de ciências falavam no primário, que a água evapora dos rios e volta para a Terra em forma de chuva? Em Vitória, ela aparentemente levou para o lado pessoal essa coisa de ser obrigada a evaporar, porque resolveu voltar com reforços.

Resumindo, o mundo caía ininterruptamente.

Independente disso, às 19:00, lá estou eu, belo e pimpão, na porta da igreja. Terno e gravata, como manda o figurino.

A cerimônia? Foi linda. Aliás, eu tenho um ponto fraco: sempre me emociono quando a noiva entra. Se bem que é compreensível, já que tudo conspira para isso: a música, as pessoas se levantando... Não adianta, é o momento dela. E eu me emociono demais, acho tudo muito lindo. Provavelmente, no dia em que eu me casar, vou esperar a noiva de costas no altar, para não dar vexame logo aos 2 minutos do primeiro tempo.

Mas claro que eu não preciso estar no altar para dar vexame.

Missas – sejam elas de casamento ou não – têm códigos de conduta que eu nunca consegui aprender. Eu nunca sei quando é para sentar, quando é para levantar. Ou seja, eu faço sempre o que os outros fazem. Obviamente, por último. Claro que isso não me atrapalha na hora de levantar, mas, como eu sou sempre o último a me sentar, todos na igreja percebem isso.

Mas o pior mesmo é quando é preciso falar algo.

O padre diz uma coisa, e todo mundo responde algo como "Ele está no meio de nós". Eu tenho certeza de que todo mundo está seguindo um roteiro, menos eu, porque ninguém me deu uma cópia na entrada. E, claro, fico com a sensação de que todos os presentes (ou, ao menos, todas as mulheres de 60 anos ou mais, aquelas que comparecem à missa todos os domingos) estão olhando fixamente para mim e analisando meu desempenho.

Assim, eu tento disfarçar, para não dar bandeira. Quando o padre fala algo que todo mundo responde um “Ele está no meio de nós” ou um “Seja feita a Sua vontade”, eu disfarço soltando um “mum mum mum mum”. Ou seja, é só para mexer a boca mesmo. Mas Deus sabe que meu mum mum mum mum é sincero e de coração, tenho certeza.

Enfim, alguns “senta e levanta” e um punhado de mum mum mum mum depois, a cerimônia acabou. Partimos em direção ao buffet, onde seria realizada a festa. Eu, numa van, junto com a família da amiga-noiva.

E a chuva não parava. Pelo contrário, ela ia piorando a cada minuto.

Conforme a van percorria a cidade, eu comecei a perceber que as poças de água nas ruas eram maiores do que deveriam ser. Na verdade, elas não eram poças, mas sim pequenos lagos. Tinham metros. Mesmo assim, achei que era algo normal, pelo volume de água que caía.

Entretanto, aos poucos, as poças começaram a se unir. Ao invés de uma rua ter, por exemplo, dezenove poças, ela não tinha poça nenhuma. Porque não existia rua. Havia apenas água.

Mas comecei a me impressionar quando percebi que a água estava começando a cobri as rodas dos carros ao lado da van.

Minutos depois, o motorista parou a van e resmungou algo "como não dá para ir por aqui". Estiquei o pescoço e olhei à frente. Cerca de 50m à nossa frente, havia um mar. Me senti como um hebreu fugindo do Egito e dando de cara com o Mar Vermelho – a diferença é que, desta vez, não tinha nenhum Moisés na van. Olhei no chão do carro, procurei entre os bancos: nem um cajado nós tínhamos.

A solução foi tentar buscar outro caminho. Mas não conseguimos: Vira aqui? Água. Vamos tentar por trás da praça? Água. E se pegarmos aquela rua de trás? Água. E não estou mais falando de 30 ou 40 cm. Estou falando de um metro de água – em alguns lugares, mais que isso.

E a água não parava de subir.

Comecei a ficar assustado de verdade. Eu sou totalmente inexperiente com enchentes, o mais perto que cheguei delas foi via Jornal Nacional – e, mesmo assim, nunca era de perto, somente em filmagens feitas de helicóptero.

Não sei o que me assustava mais: a altura da água ou a velocidade que ela subia. Não, minto. O que mais me assustava era que ela não parava de subir. Olhei para trás: na van, estavam a avó da noiva, uma mulher com um bebê de colo... E a água subindo. Implacavelmente. Carros começaram a enguiçar ao nosso lado. Tudo o que eu conseguia pensar era "fodeu". E a água subindo.

E, novamente, tenta aqui, vira ali, e aquela outra rua? Água. Muita água. E a chuva apertando. Pessoas começaram a subir em pontos de ônibus, objetos boiavam pelas ruas. Objetos! Não eram sacos de pão e garrafas de plástico, eram lixeiras.

A única alternativa foi estacionar num lugar um pouco mais alto para esperar a chuva passar. A ironia é que estávamos a menos de um quilômetro do buffet, mas era impossível chegar lá.

E eu, evidentemente, desesperado para fumar.

Claro que se acendesse um cigarro ali, iniciaria um motim na van-barco. E tudo o que eu não precisava era aparecer no Jornal Nacional, no meio de uma matéria sobre as enchentes do Espírito Santo, andando vendado sobre uma prancha colocada na janela da van e sendo obrigado a pular na água - e, como eu sou eu, evidente que haveria tubarões naquela região.

Aparentemente, um dos tios da noiva estava com o mesmo problema que eu, e, assim que a van estacionou, saltou para fora e correu (já fumando) para baixo de uma marquise.

Não tive dúvidas. Fui atrás. Logo em seguida, o pai da noiva se juntou a nós. Assim, voltamos à uma época onde o mundo era mais fácil, com os papéis mais definidos: os machos olhavam o perigo de perto, e, na ausência de uma caverna, as fêmeas e crianças ficavam abrigadas dentro da van para se proteger. Ou para não desmanchar o cabelo com a chuva.

O motorista da van, para evitar confusões sobre sua sexualidade, logo se juntou a nós.

E foi ali, em pé, olhando uma antiga rua, agora rio, que eu vi cenas assustadoras a poucos metros de mim.

Uma delas foi uma pessoa andando com água na cintura. Fiquei assustado de verdade, porque se a água está na cintura das pessoas normais, é sinal de que ela estaria no meu pescoço. Foi aí que eu percebi que, numa enchente, eu sempre serei o primeiro homem adulto a morrer. Ô fase.

Mas o mais assustador de tudo foi quando um casal simplesmente emergiu da água, ele de terno e gravata, ela de vestido fino, como se fossem o Sr. e Sra. Monstro da Lagoa Negra.

Não sei se eles haviam chegado até ali nadando, ou de submarino. Sei apenas que, quando eu vi, a dupla estava tentando desesperadamente sair da água antes de serem carregados pela correnteza. E nós não podíamos fazer nada.

Felizmente, o casal escapou e veio em nossa direção. E foi aí que o sujeito explicou que eles também estavam tentando chegar à festa, mas o carro havia quebrado. Assim, haviam decidido, então, esperar dentro do veículo, mas mudaram de idéia quando o carro, nas palavras dele, "começou a boiar e ser levado pela correnteza".

Era o apocalipse. Literalmente falando. Se vocês viram o que aconteceu no Espírito Santo em algum outro noticiário, acredite em mim: o que você viu não faz jus. E não porque essa foi a maior enchente da história, mas porque agora eu sei que ver este tipo de coisa pela TV é absolutamente ridículo e insignificante em comparação a ver ali, in loco, com os pés na lama, e preparando-se para subir num muro ao menos sinal de perigo.

Juro que eu esperava, em algum momento, começar a ouvir a maldita música do Titanic ecoando pela cidade e dar de cara com o Leonardo Di Caprio boiando em alguma rua. Porque a cidade não estava alagada, ela estava naufragando. Faltava apenas o iceberg.

Entretanto, é evidente que eu também presenciei cenas que demonstram que, mesmo durante uma tragédia, a humanidade não deu certo. O que leva uma pessoa a andar no meio de uma enchente, com a água batendo na cintura, e ainda assim usar um guarda-chuva para se proteger da chuva? Aposto que esse é o tipo de pessoa que, quando começa a chover, mergulha numa piscina para não se molhar.

Aliás, Vitória enfrentava o Apocalipse literalmente falando. Como era noite de Halloween, algumas pessoas haviam se aventurado pela cidade, fantasiados de criaturas sobrenaturais. Acreditem em mim: estar numa cidade alagada, com vários trechos sem luz e árvores caídas, e ainda por cima dar de cara com três sujeitos vestidos de zumbi é algo que coloca qualquer filme do George Romero no chinelo.

Mas o melhor da noite foi um cara que havia saído vestido de Jesus Cristo. Sim, Jesus Cristo, versão A Paixão de Cristo, com coroa de espinhos e marcas de chicotadas nas costas. Faltava apenas a cruz. No momento em que eu o vi, quase fui pedir ajuda, gritando algo como

– Você anda em cima das águas, eu me lembro de ter lido isso na Bíblia! Ajude a gente a chegar à festa do casamento, é logo ali!

Mas fiquei quieto, claro. Afinal, não sei o que quanto o pessoal que estava na van comigo era religioso, poderia dar confusão. Eu já havia escapado de andar na prancha por causa do cigarro, não iria querer começar uma guerra santa ali e ter que andar na prancha por heresia.

Bobagens à parte? Ficamos parados cerca de uma hora ali.

Logo em seguida, chegou outro carro – mais alto e resistente – para buscar os pais da noiva.

A promessa era que ele os levaria lá e voltaria para nos buscar. Eu, obviamente, me comportei e decidi esperar minha vez. Por segurança, eu deveria estar na primeira viagem, já que eu era o mais baixinho – acho que eu só perdia para o bebê – o que é relativamente importante quando você está num lugar onde a água está subindo.

Na verdade, eu tive o impulso de fazer como o Billy Zane em Titanic: arrancaria o bebê das mãos da mãe, e gritaria que era o meu filho para conseguir um lugar no outro carro. Mas não daria certo, porque todo mundo conhecia o bebê. Ou seja, eu escaparia da prancha pelo cigarro e pela heresia, mas seria obrigado a andar na prancha por falsidade ideológica.

Achei melhor ficar quieto e esperar o carro voltar.

O carro não voltou. Esperamos, esperamos e nada.

Fiquei sabendo, depois, ao deixar a porta do buffet, a água já fazia ondas por cima do capô.

Assim, decidimos voltar ao hotel, para esperar a água baixar. Tentamos várias vezes voltar lá, com a van mesmo, mas não conseguíamos de jeito nenhum. Aos poucos, as pessoas foram desistindo.

Menos eu. Tentei, com o sujeito do van, até as 2:30 da manhã. E eu olhando para as casas, procurando por um colchão de ar ou uma daquelas bóias de braços que as crianças usam – ou mesmo aquela de patinho. Nada. Malditos infláveis Lídice, nunca aparecem quando você precisa deles.

Entreguei os pontos.

– Vamos dar mais meia hora e tentar?, o motorista perguntou.

– Não. Não vai dar. Daqui a pouco eles estão fazendo bodas de prata e nós ainda estamos aqui.

Foi uma piada (ele riu) mas foi amarga. O gosto na minha boca era bastante amargo.

Muita gente não conseguiu ir à festa. Os pais do amigo-noivo não chegaram à festa, e isso é algo que, provavelmente, jamais será esquecido.

E eu não tenho aqui a pretensão de comparar a minha frustração com a deles.

Mas a minha frustração foi muito grande. Eu brincava com as pessoas ("vim pensando no uísque a viagem inteira"), mas era tudo muito amargo.

Outro dia alguém me disse, ou comentou aqui no blog, não lembro: “eu gosto da maneira que você encara as coisas”, se referindo à minha capacidade de fazer piada de tudo. Desta vez, eu estava fazendo piada porque liguei no modo automático, e é assim que ele funciona. Em algum momento, em alguma tentativa frustrada de chegar à festa, eu pedi arrego.

A cidade estava alagada, mas quem transbordava era eu. Eu transbordava frustração.

Foram quinze horas de ônibus. Quase 24 horas em jejum. Dor nas costas, sono atrasado. Eu, literalmente, me fodi para chegar àquela festa.

E não consegui. Atravessei dois estados e parei a 500 metros dela, sem conseguir chegar.

Acho que só segurei o choro porque tudo o que aquela cidade não precisava era de mais água.

Mas voltei ao hotel certo de que, naquele momento, a vida estava me ensinando algo que eu jamais conseguiria entender. Ou, ao menos, que eu ainda não estava pronto para entender.

Entrei no meu quarto e comecei a tirar o terno, me sentindo como um garoto da 1ª série, sentado numa sala da aula, observando a Vida, vestida de professora escrevendo na lousa, tentando me ensinar a resolver equações do segundo grau. Eu jamais entenderia aquilo.

Fiquei quase quinze minutos sentado no sofá do quarto, com a camisa aberta e sem sapatos, pensando em qual seria a lição de tudo isso – porque eu sei que deve ter uma – e não consegui nem começar a entendê-la.

Os noivos sabem que fiz de tudo para chegar. Eu sei que eu fiz de tudo para chegar.

Não importa.

Por tudo o que essas duas pessoas significam para mim, toda vez que eu me lembrar disso, vou me perguntar se eu não deveria ter tentado mais uma vez, lá pelas 3 da manhã.

Daria certo? Eu conseguiria? Evidente que não. Mas eu vou passar o resto da vida me perguntando se eu não poderia ter feito um pouco mais, se eu não poderia ter tentado uma última vez, sempre que me lembrar dessa história.

Porque eu devia isso a mim. E, mais importante ainda, eu devia isso a eles.

Aos noivos: o casamento de vocês é muito abençoado. Porque um casamento que nasce com uma história dessas precisa ser diferente, especial. E eu vou fazer uma promessa pública aqui: mesmo sem ter conseguido ir à festa de vocês (ou melhor, justamente por causa disso), prometo que, sempre que algo ameaçar fazer água por aí (seja literal ou metaforicamente), eu prometo que ajudarei a colocar as cadeiras em cima da mesa e a arrastar os móveis. Prometo.

É o mínimo que vocês dois merecem de mim, "beachos".

Aos demais leitores, prometo que conclui no próximo texto.

Update: Ah, sim. Para dar um refresco à saga, tem texto novo no Chronicles: Anos Depois.

22 comentários:

MaxReinert disse...

Pois... uma coisa sou obrigado a concordar: essas enchentes (e eu já passei por três) são muito mais impactantes ao vivo do que pela TV... ou mesmo quando vc está em um bairro que não foi tão atingido.

Ver a força da água (por mais que essa imagem literária seja clichê) agindo é algo impressionante e apavorante.

De uma certa forma compreendo pelo que vc passou... e sobre frustração... bom, quem lê meu blog sabe que eu entendo bastante disso!

MaxReinert disse...

PS: Eu devia ter dito "first", "primeiro" ou alguma outra coisa dessas?

Garota Marota disse...

Ai... que lindo!
Eu ri tanto nos outros posts... Nesse eu chorei! Mas é porque eu tô grávida, sabe?! Humor alterado, essas coisas! rs
Lindo lindo lindo.
Parabéns!

Garota Marota.

Dudu Tamborim/futeboldorio.wordpress.com disse...

"Atravessei dois estados e parei a 500 metros dela, sem conseguir chegar."

Sei que não foi a intenção, mas acho que se tivesse que haver uma frase no dicionário para "ô fase" seria essa.

Eu já passei por algo parecido, em termos de enchente, em Cabo Frio. Eu tava em Saquarema, cidade do lado, ambas do litoral do Rio, e fui conehcer uma menina da internet. Começou a chover, decidi ir embora e é realmente apavorante pensar "ok, aqui tá alagado, vamos (fui eu e um amigo) por ali." e estar alagado tb. E a terceira e a quarta opção também. E vc num poder fazer nada.

Aí que vc imagina que tem gente que trabalha anos pra ter uma parada, e vem uma chuva e destrói tudo.

Foda.

Dudu disse...

Ficou meio estúpido esse /futeboldorio, tentei editar, mas foi mal =/

Gilmar Gomes disse...

"Eu tenho certeza de que todo mundo está seguindo um roteiro, menos eu, porque ninguém me deu uma cópia na entrada."

Er... Não sou muito de ir em missas... Mas sim... Geralmente tem um roteiro lá na entrada... Eu sempre (que fui... umas 5 vezes "all life") pego um, pq não sei 4% do que acontece lá dentro...

Unknown disse...

kkkk

Essa chuva caiu pq vc estava lá! Hehehe

Varotto disse...

Em relação a missas e igrejas, como nunca estou lá por vontade minha, não tenho o menor pudor em não estar por dentro da liturgia.

Por isso que levanto e sento com a massa, por uma questão de respeito, mas não faço a menor questão de disfarçar que não entendo o que se passa.

Quanto à frustração, entendo perfeitamente mas, enfim, pelo menos essa noite vai ser inesquecível para todos.

E só para não perder o costume: vai ser pé frio assim lá na PQP! :o)

Varotto disse...

P.S.: ainda não acabou?!

Unknown disse...

nas missas a hora q quase dou um nó é quando começam a fazer sinais da cruz em varios locais diferentes, ali nunca nem tento acompanhar e as velhinhas q sabem de cor olham mesmo, quando vejo q é essa parte fecho os olhos e finjo uma concentraçao e espero uns 2 minutos pro ritual acabar e reabro os olhos

Claudia Iarossi disse...

Não estou grávida como "Garota Marota", mas ri muito até determinado momento...depois chorei feito criança de imaginar a frustração dos noivos, dos pais dos noivos e principalmente A SUA.
E fica claro neste texto o amor que vc tem pelo casal "beachos".

Kel Sodré disse...

Uai, Rob? Você foi a Vitória pela festa??? Achei que tivesse sido pelo casamento. Tudo bem que os noivos-beachos devem ter gastado uma baba pra pagar a festa - porque sempre se gasta - e queriam que todos os convidados pudessem estar presentes. Tudo bem também que, depois de tanto esforço, era justo você querer aproveitar da festa. Porém, na minha opinião, ao que era realmente importante você esteve presente: o casamento. A gente costuma se esquecer, mas o casamento não é a festa, é a cerimônia. E olha que eu nem sou religiosa. Como o Gil Gomex, devo ter ido a umas 5 missas em toda a minha vida, mas acho que é uma coisa de rito de passagem. Acredito muito também na energia que as pessoas passam umas pras outras, por isso, acho que o importante no casamento é estar todo mundo reunido pensando e passando coisas boas pros noivos. E isso, tenho certeza que você fez.

Não é porque a festa deu errado que o casamento deu errado. Ao contrário: como você disse que a cerimônia foi linda, imagino que o casamento tenha dado certíssimo!

Anônimo disse...

Kel

Eu fui por tudo. Pela festa, pela cerimônia. Aliás, na verdade, eu fui por eles.

Num mundo ideal, eu teria chegado (de avião) um dia antes, teríamos jantado na véspera do casamento. Isso, num mundo ideal. Como eu cheguei só na madrugada do dia do casamento, a responsabilidade de matarmos a saudade ficou com a festa.

A cerimônia foi linda e talvez o momento mais importante na vida dos dois. Mas a festa - mesmo sem a importância "conceitual" - seria onde ficaríamos todos juntos neste momento, onde mataríamos a saudade, o que, ao menos, teve uma palhinha no dia seguinte, na varanda da casa dos pais da amiga-noiva.

Aliás, acabou de me ocorrer que se eu não tivesse conseguido ir nem à cerimônia, esta saga teria virado um post único, curto e extremamente azedo.

Rob

Ando disse...

Rob,

Eu tenho um problema sério: eu gosto de histórias Walt Disney. Gosto de finais felizes e, às vezes, por melhor que um filme seja, se o final não é feliz, eu nem topo muito assisti-lo novamente. Sei lá, acho que é mecanismo de defesa.

Acompanhei esta saga com um certo atraso, mas posso te dizer que fiquei esperando ansiosamente pela Parte V.

E o final não foi feliz. Por que, como você mesmo disse, num mundo ideal isto nem seria uma saga. Você pegaria o avião, jantaria com seus amigos, iria à cerimônia, depois à festa, teria mais algum momento com seus amigos, pegaria um avião de volta e pronto. Esse foi o casamento de seus amigos em Vitória.

Mas sabe de uma coisa? Assim como eu me diverti ao ler a sua saga. Eu acredito que você deve ter se divertido ao vivenciá-la. Pq são essas experiências que ficam cravadas em nossas mentes. Que fazem cada dia vivido valer mais a pena.

Então, de todos os casamentos que você já foi, de todas as viagens que você já fez, de todas as interpéries que vc já teve que enfrentar estas, sem dúvida, vão estar bem guardadas em sua memória. E não importa se o final não foi exatamente como se esperava, todo o caminho que você trilhou, na minha opinão, valeu a pena.

Continue fazendo este blog cada vez melhor.

Abraços,
Ando.

Gilmar Gomes disse...

ontem quando comentei eu não tinha terminado de ler o texto... só posso dizer q realmente foi phoda este ocorrido...

aliás, toda essa chuva tb foi muito mal...

ficamos na torcida para que tudo d ebom aconteça para o casal e também para o povo do espírito santo...

Hally disse...

Puxa vida... comecei o texto rindo da sua falta de familiaridade com as missas (que também tenho) e acabo chorando, até mesmo compartilhando da sua frustração (se é que isso é possível).

Nunca estive em uma enchente brava, as que passaram na minha vida eram causadas por tempestades e chuvas de granizo (uma vez vi um chevette ser coberto por granizo e serragem, o motorista e uma criança subiram no teto do carro para se proteger, foi uma das cenas mais chocantes da minha infância), então não tenho noção do estrago e pânico vivido por quem está no "olho do furacão" (analogia FAIL).

Como o Gilgomex disse, que tudo dê certo pro casal e pro povo do ES.

Carol disse...

Fiquei esperando por um final feliz também. Apesar de a gente se divertir com seu azar, sempre torcemos pra que dê certo (e acho que posso sim, falar pelos outros leitores). Espero que seu azar te dê uma trégua, depois desse fim de semana.

E eu sei que você tem alguns milhares de leitores, algumas centenas dos quais têm um blog e que gostariam de que você os lesse. E sei que você não deve ter tempo nem de ler os blogs que você tem na sua lista (e que não são poucos). Mas eu estou escrevendo uma saga agora e queria muito que você lesse.
Tô até falando de você nela...

Abraço

Crisolda disse...

Putz, lindo..

Kel Sodre disse...

Rob,

esse sábado fui a um casamento e não conseguia parar de pensar em você confessando que se emociona com a entrada da noiva na igreja. Comigo a coisa foi "pior": na hora em que entrou a comitiva do noivo com os padrinhos, eu já fiquei lutando contra aquela lágrima gorda e insistente que teimava em querer descer, ameaçando a maquiagem que eu fiquei quarenta minutos fazendo, após assistir a uns três tutoriais no Youtube.

Quanto à sua ida a Vitória: eu compreendo perfeitamente a sua frustração por não ter conseguido ir à festa. Realmente, depois de tudo o que deu errado, era o mínimo você ter conseguido curtir os beachos na festa do casamento. O ponto é que você estava lá. Mesmo com o aeroporto de Vitória fechado, mesmo com o dia inteiro de fome, mesmo tendo entrado errado em dois ônibus, mesmo... Enfim, você estava lá pra comemorar com eles o casamento! Sinto muito por vocês não terem podido se curtir na festa e matar as saudades, mas vocês ainda terão muitas outras oportunidades de fazer isso daqui pra frente. E sem chuva! ;-)

Renata Schmitd disse...

beacho, sem palavras pra todo o texto... todo dia da lua de mel tínhamos de conectar pra ler a saga. nossa saga. (dá licença, mas é minha e de otávio também né). e quanto à promessa: farei com que vc a cumpra ao menor sinal de umidade por aqui. :)

Luzia Magnoni disse...

Com certeza o dia pós-acontecimentos matrimoniais, na varanda da casa dos pais da amiga-noiva, foi pra fechar com chave de ouro! Nesse ponto, por ironia ou não, eu devo agradecer à água que Deus mandou...teremos história pra contar até a 5ª geração!
E se te serve de consolo, Mumm-Ra também estava na mesma cidade...ele e o filho dentista também devem ter passado por maus bocados!! =)

May. disse...

Sobre se emocionar com noivas entrando na igreja... Eu me emociono com qualquer coisa, que dirá com noivas. Golpe baixo foi ver minha irmã de noiva.