Ok, sei que vou mexer num vespeiro dessa vez. Paciência.
Sempre fui fã de quadrinhos, mas, pouco antes dos 15 anos, comecei a ler quadrinhos “de verdade”: Marvel, DC etc. Tive a sorte de isso acontecer ao mesmo tempo em que histórias como O Cavaleiro das Trevas e Watchmen estavam sendo lançadas pela primeira vez no Brasil. O conceito de graphic novel começava a chegar ao Terceiro Mundo, em edições luxuosas, numa série especial lançada pela editora Abril. Li muita coisa boa nessa época, como Demolidor (Frank Miller e Bill Sienkiewicz) e a clássica A Piada Mortal (Alan Moore e Brian Bolland).
Mas lembro também de O Edifício, de um sujeito chamado Will Eisner. Quando peguei pela primeira vez, não me senti muito atraído. Não era de super-heróis, e, para piorar, era preto & branco. Mesmo assim, eu tinha comprado todas as anteriores, e se tem algo que eu odeio é uma coleção incompleta. Comprei e li.
Mudou minha vida. Totalmente.
Fiquei encantado com tudo: desde os desenhos repletos de detalhes até a narrativa e os diálogos, tão completos, tão banais, tão humanos. Foi a primeira vez que eu chorei lendo uma história em quadrinhos.
Will Eisner.
Aprendi a ler com meu pai, perguntando a ele o que o Asterix ou o Fantasma estavam dizendo naquele determinado quadrinho. E, de repente, eu percebi que havia aprendido a ler apenas para poder ler Will Eisner (infelizmente, já falecido). Parti em busca de tudo o que ele tinha feito, e fui de Spirit para New York – A Grande Cidade, passando por todas as suas outras graphic novels.
Aos poucos, fui percebendo que Will Eisner era uma espécie de Beatles dos quadrinhos: ele não conseguiria fazer algo ruim nem se tentasse. Muito do que li, dele, inspirou (talvez nem de forma consciente) algumas das minhas crônicas, especialmente as que abordam os anônimos, como O Homem que Jantava Sozinho, O Espectador, Norte-Sul.
Agora, Will Eisner, que hoje é nome de prêmio nos Estados Unidos e sempre abordou, em suas histórias, o fim do sonho americano, seja para os ricos ou para os pobres, seja em forma de sexo, corrupção, racismo, mas que conseguia iluminar trechos com raios de esperança e benevolência de forma tão sincera, tornou-se mais uma vítima da ignorância. Aliás, de duas ignorâncias.
Tudo por causa de um de seus trabalhos mais exemplares: Um Contrato com Deus.
Primeiro, professores de São Paulo e do Paraná pediram para que a obra fosse retirada das bibliotecas por estar ao alcance das crianças e mostrar cenas de sexo e violência. Nada mais justo. Will Eisner não é – e nunca foi – para crianças. A maior prova disso é que Um Contrato com Deus foi uma das primeiras publicações a utilizar a expressão “graphic novel” (algo como romance gráfico) e destinada exclusivamente ao público adulto.
Mas isso não é culpa da obra, e sim da biblioteca, que arquiva o livro na área infantil simplesmente por se tratar de quadrinhos – lembro de ir reclamar na extinta locadora Real Video que Akira não deveria estar em na prateleira de infantis, e o gerente me respondeu “mas é um desenho!”. Ignorância total.
Mas a segunda ignorância é pior ainda. Alguns blogs religiosos lançaram mais lenha na fogueira, e começaram a pintar a obra de Will Eisner de “coisa do demônio”. Um blog em especial publicou a frase: “a sociedade brasileira tem deixado o Poder das Trevas colocar em execução tudo o que foi planejado nas profundezas do inferno e simplesmente, diante de tudo isto, tem dormitado em berços esplêndidos”.
Então, Will Eisner é o antiCristo e suas graphic novels são roteirizadas “nas profundezas do inferno”. Tudo, claro, com o objetivo de corromper o homem, estimulando nossas crianças ao pecado. Valor artístico (e não falo dos desenhos, mas sim do retrato de uma sociedade algo que toda obra de arte deveria almejar) é algo que não existe e nem é levado em consideração.
Sempre deixei claro que não tenho nada contra nenhuma religião. As pessoas que acreditem no que ou em quem elas quiserem, desde que faça bem para elas e que não ofendam os outros. Não vou entrar aqui em discussões sobre dízimos e outras práticas que não concordo, pois é apenas a minha opinião particular.
Mas, infelizmente, a ignorância nesse caso é gigantesca.
Aliás, a ignorância parece ser mais evoluída que muita gente que a pratica, já que ela não faz distinção de cor, raça ou credo. Ou seja, a ignorância é menos ignorante que os ignorantes.
Sou totalmente a favor de que a leitura das crianças seja vistoriada – e a editora responsável pelo livro deveria colocar um aviso na capa, que a leitura não é indicada para menores, já que, aparentemente, a bibliotecária não vai se dar ao trabalho de ler a obra para arquivá-la de forma correta – mas sou absolutamente a favor, também, da liberdade de expressão, em qualquer caso.
Mas, da mesma forma que os sites religiosos cobram uma suposta responsabilidade (do autor, já falecido), eles também deveriam ter responsabilidade ao postar certas informações. Afinal, Will Eisner, por mais que alguns fanáticos religiosos queiram provar o contrário, não propaga a violência infantil, o sexo adúltero e o alcoolismo pelo mundo. Ele apenas retrata o mundo como o enxerga – e é algo que ele entende, já que cresceu nas ruas e cortiços repletos de imigrantes. Sua obra raramente faz julgamento de caráter, mas, escolhe um caminho mais sábio e mostra a nós que certas coisas apenas existem.
E, sim, ele também mostra que pessoas boas existem.
E, desculpe derrubar o castelinho de cartas de vocês, mas a violência infantil é uma realidade, o sexo adúltero é real e pessoas amorais andam livremente pelas ruas, da mesma forma que as pessoas supostamente boas. Isso tudo sempre existiu e continuará existindo, independente do que seus filhos irão ler.
Não adianta esconder um livro que fala sobre o mal para o mal deixar de existir. O mal não existe por causa daquele livro, ele é apenas o tema da obra. Queime-se o livro, e o mal continuará. Aliás, queime-se o livro e o mal aumentará, por causa da intransigência e radicalismo de quem o queimou.
Sorte nossa que temos um punhado de artistas que dedicaram as vidas para nos lembrar que o mal é mais presente no nosso dia a dia do que acreditamos. E sorte nossa que temos um artista como Will Eisner para deixar claro que cabe a cada um de nós escolher ser bom ou ser mau, e pouco tem a ver com as condições em que vivemos – a desculpa preferida dos “maus”.
Afinal, não sei se “só Deus salva”. Mas, aqueles que Deus não salva – e que não são poucos – existem, sim. E não apenas nas páginas escritas e desenhadas por Will Eisner, mas no mundo real. Eisner apenas mostra que isso existe. Era a sua obrigação como artista.
Se vocês não gostam do mundo que enxergam nas suas páginas de Will Eisner, que mudem o mundo – de preferência, para melhor. Mas já aviso aqui que queimar livros (Alemanha, década de 30, alguém?) não é um bom começo.
37 comentários:
Rob, concordo com tudo o que você disse, por tudo. Qualquer um é livre para acreditar no que quiser, mas fanatismo é reprochável em qualquer circunstância.
Da minha parte, ignoro solenemente esses imbecis fanáticos que crêem ter para si o monopólio da salvação. Leio, ouço e faço tudo o que gosto (até onde posso) e, como diz aquela frase, deixo os cães latindo enquanto a minha caravana passa. Qualquer tipo de argumentação com pessoas assim é inútil.
Viva Eisner!
Excelente, cara! Animal mesmo. Nem tem muito o que comentar. Só um parabéns, vai!rs... Abraço!
Posso pela primeira vez, dizer que não concordo?
Principalmente com esta parte: 'Afinal, não sei se “só Deus salva”. Mas, aqueles que Deus não salva – e que não são poucos – existem, sim.'
Nunca deixou com que assuntos como a religião fossem banalizados aqui, e isso é apreciável num mundo virtual onde vários permanecem na ignorância.
Também não quero entrar na questão religiosa, pois como citou, cada um acredita no que bem entender, mas eu não poderia deixar de dizer que de quando disse que Deus não salva, acaba indo contra princípios bíblicos. Mas se isso foi escrito por alguém que não acredita neste livro inspirado, não julgo.
E já aviso aos próximos que por ventura queiram debater, que não passei aqui com esse intuito, visito o Champ diariamente e sempre espero ansiosamente cada post.
#defesantecipada =P
Abraço o/
Lady Dari
Artigo fantástico sobre o tema.
Gostei muito, foi o melhor editorial a respeito que li a respeito e a melhor matéria idem. =)
Puei saco mesmo... =)
Respondendo ao comentário acima: o assunto não foi banalizado, na verdade o blog citado que banalizou o tema ao incluir um autor - morto, diga-se de passagem. - em um plano maquiavélico do capeta sem bolas de dominação universal.
Quem vê chifre em ovo é porque conhece bem do chifre.
"Não adianta esconder um livro que fala sobre o mal para o mal deixar de existir."
Fico impressionada como as pessoas 1) ou não sabem História 20 ou não conseguem aprender nada com ela.
Durante a Revolução Industrial (corrijam-me se minha memória estiver falha) um grupo de trabalhadores ingleses praticaram o que foi chamado de Laborismo. Eles destruíam (ainda tem acento depois da reforma ortográfica?) as máquinas para que a revolução não chegasse e eles não perdessem seus empregos. O raciocínio que leva os religiosos fervorosos a condenarem certos tipos de arte - como a de Will Eisner, por exemplo - é exatamente o mesmo.
Como ficou claro pelo curso dos acontecimentos, os empregados das fábricas inglesas não deu em nada. O que lhes faz pensar que com os livros, as artes plásticas, o teatro, enfim, com as artes, daria?
Não sei se a falha é das escolas ou das pessoas que se recusam a aprender em suas passagens por lá...
Dari
A meu entender, Deus não salva a todos, porque muita gente hoje em dia não faz questão de "ser salvo".
Basta abrir os cadernos de política nos jornais para usar como exemplo.
Valeu pelo comentário!!
Retificando:
Fico impressionada como as pessoas 1) ou não sabem História 2) ou não conseguem aprender nada com ela.
Ih, gente, meu texto está todo truncado hoje! Fruto de uma manhã de prova chatíssima na faculdade (Prova de Habilitação --> UFMGenses, uni-vos!) e de uma tarde de trabalho massante.
Vou corrigir mais duas coisas:
um grupo de trabalhadores ingleses praticou o que foi chamado de Laborismo.
Como ficou claro pelo curso dos acontecimentos, esforços dos empregados das fábricas inglesas não deu em nada.
Pronto. Acho que agora tá quase decente...
Quando o texto começou e eu vi o nome "will Eisner", pensei "conheço esse autor de algum lugar", mas fui terminando de ler e vi que sim, eu realmente conhecia, mas não por ter lido suas histórias e sim pelos jornais.
Eu não acho certo deixar histórias que contenham sexo e violência ao alcance de crianças, mas não é necessário queimá-las. Aliás, o noticiário em que eu ouvi falar sobre o assunto não julgava o autor ou a história, e sim a incompetência de mantê-los ao alcance de crianças e pior, indicá-los a elas.
Mas se quadrinhos com violência e pessoas más fossem tão condenáveis, as fogueiras "inquisitórias" seriam enormes pois não sei de nenhum em que não haja pelo menos um vilão ou maldade.
É ridículo esse julgamento precoce sobre um autor. Aliás é apenas pra isso que servem grupos religiosos, julgar sem bases ou direitos para isso e tentar jogar a verdade para de baixo do tapete, manipulando os fatos de acordo com seus interesses.
Belo post, é uma pena que ainda existem tantos idiotas pelo mundo, mas é como dizem, idiotas você encontra em qualquer lugar.
Nossa, não me sinto capaz de comentar. Mas digo que, quando estudante do ginásio, eu lia muita coisa que não era próprio pra minha idade, e que fez com que eu amadurecesse minha visão de mundo mais cedo do que as outras crianças que preferiam as ilustrações aos textos. Não sei se foi certo ou não, mas pra mim funcionou.
Quanto ao fato de alguns sites e blogs religiosos colocarem a culpa no artista, isso é mais que normal, infelizmente. Vide alguns programas que passam de madrugada em algumas emissoras e conseguem ser mais sensacionalistas que programas informativos políciais (se é que pode ser possível). Pra eles tudo é culpa dos artistas, sejam eles do rock, metal, ou até mesmo um escritor que baseia suas obras no mundo em que vive.
Lamentável, mas dificilmente isso vai mudar. Vai da cabeça de cada um acreditar naquilo que uma pessoa que nem se deu o trabalho de conferir a obra com olhos de um apreciador da cultura diz, alguém que, se leu obras de Will Eisner ou qualquer um de seu estilo literário, já o fez com visão preconceituosa para comentar sobre algo que não foi analisado a fundo.
Outra coisa, pra mim, Jorge Amado e alguns outros autores brasileiros são pornográficos, e são leitura obrigatória nos colégios.
Espero que eu tenha me feito compreender.
No mais, como sempre, ótimo texto!
Retificando: é claro que nem todos grupos religiosos só servem para isso. Me equivoquei quando disse "todos". Mas é o que alguns tentam fazer.
É melhor eu me corrigir, ou logo eu serei lançada à fogueira junto com os livros do Will Eisner.
Não sei por que todo mundo fica procurando esse tal de anticristo. Hoje, li outro artigo acusando Phillip Pullman. Amanhã, vão dizer que é Obama, por matar moscas inocentes.
Eu acho extremamente engraçado que esses "religiosos" estão sempre sabendo de tudo que esses livros/filmes "malditos" pregam!!! Imagino que eles devam estar sempre pesquisando essa literatura "imoral"... Eles devem estar sempre chafurdando na lama para nos "proteger" dessas "imoralidades"!
Santos homens!!!
( ironia - mode off)
AAH, Rob, pensei que você falaria alguma coisa sobre os jornalistas não precisarem mais de diploma, já que você trabalha nesse meio. :)
Agora eu terminei hehe :D
Não saco mto de graphic novels pq tenho impressão que, se eu começar a ler profundamente, vou gastar dinheiro q eu não tenho comprando tudo. mas curto mto o que conheço, apesar de ser clichê, V de vingança e Sin City e similares.
Agora, sobre o tema real do seu post, só tenho a dizer que acho foda qdo vc escreve coisa séria.
O pecado dos fanáticos é o próprio fanatismo. e não é questão de fé, é questão de fé cega (faca amolada, como diriam os doces bárbaros)
e, aproveitando, compartilho da dor da Kel... (Prova de Habilitação na UFMG pra jornalismo justo em semana de... enfim, deixa essa discussão pra dposi)
Li o contrato com Deus faz algum tempo, e realmente, é uma obra que emociona.Ela e a sua ccontinuação "A Força da Vida" são as obras que eu nao me segurei e comprei, pois tinha que fazer parte da minha pratileira
O prooblema já foi identificado. É muito mais fácil falar mal do livro, arranjar motivos religiosos para o livro ser do mal, que realmente tentar fazer com que alguém que trabalha para nosso sensacional governo perder tempo lendo e classificando algum livro. Desistamos deste péssimo hábito de ler e pronto.
Rob, oderia escrever páginas sobre o que penso sobre o assunto, mas não vou porque:
1 - Eu ia ser mais malhado que o Wil Eisner; e
2 - Minhas opiniões sobre o assunto são incrivelmente similares às suas.
Então vou agilizar as coisas e só fazer um comentário.
Eu não devia, mas continuo me supreendendo com essa gente que vê o mal em tudo, menos naqueles que ficam milionários dizendo amém.
"Mas, da mesma forma que os sites religiosos cobram uma suposta responsabilidade (do autor, já falecido), eles também deveriam ter responsabilidade ao postar certas informações."
Capaz. Eles só vendem, rosas, água, espelhos , mel, e tudo que é espécie de bugigangas(claro que ungidas e abençoadas)e melhores posições no reino do Céu. Um exemplo para os filhos (coitados) dos Fiéis.
Minha sábia avozinha (que por sinal era evangélica) me ensinou que "quem muito disso cuida, muito disso faz..."
Acho de uma mediocridade sem fim aqueles que tanto propagam o bem ao próximo enxergarem tanto mal neles.
Parabéns pelas opiniões. Concordo com elas e espero que um dia possamos viver em um mundo livre de seres insanos.
Layla Barlavento
www.culpadowalter.blogspot.com
Baixinho nós encontramos o Eisner em 1994 na EPA quando ele assinou a sua cópia de "O Edifício" e a minha cópia de "Um Sinal do Espaço". Lembra? Eu tenho fotos da época...
Sabe... também ando preocupado com o que existe na biblioteca. Tem esse livro na biblioteca da escola pública aqui perto. É sobre um cara que pode ter sido traído pela mulher. Dom Casmurro, o autor é "alguma coisa de Assis". Tomara que retirem isso da mão dos alunos também.
Pelo que eu entendi do SPTV na Globo as crianças devem ver mais televisão e ler menos, o que é muito melhor. Mais televisão e menos leitura. Ah bom!
Afinal o que existe nestes livros desse tal de Assis e nos gibis do Will Eisner não aparece nas novelas, jornais e outras produções educativas a que as crianças estão expostas.
Ainda bem que a Globo e a televisão em geral estão aí para nos proteger.
Para que quiser ver o SPTV, o Serra e o resto da mídia batendo em gibis sugiro este link: http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/namidia/
Olá, Rob!
Primeiramente, muito obrigada pelo comentário no meu blog. É muito bom saber que alguém gostou do que eu escrevi. Espero que volte sempre!
Quanto ao post, também acho uma baita ignorância - sem falar em sacanagem - recriminar uma grande obra porque ela é mal enquadrada em uma biblioteca. Acho que quadrinhos são a melhor forma de colocar uma criança pra ler, e que certas graphic novels não são nem para adolescentes. Admito que nunca li uma, mas minha mãe, que é bibliotecária, trouxe para casa justamente Um Contrato com Deus, por causa da polêmica. Lerei assim que terminar de ler 'Cem Anos de Solidão".
Bom, também virei fã do seu blog e já estou linkando no meu bloroll. Apareça sempre!
Rob,
sinceramente, depois de encontrar por aí blogs tentando relacionar como Harry Potter tinha a ver com o demônio porque é capaz de falar com cobras, não me espanta que Eisner tenha sifo pego pela mesma galera.
eu apóio que os professores adotem quadrinhos em sala de aula, mas acho que, antes mesmo da bibliotecária, esses professores tem que conhecer as obras - sinceramente, acho que são poucos os que adotam sabendo o que estão fazendo.
e se cenas de sexo e violência fosse critério pra atacar tudo o que adolescentes podem ler, nossa, a lista não teria fim... livros, qadrinhos, filmes, séries... a grande sacada e é uasr tudo isso como forma de despertar o pensamento crítico, que esse sim, faz muita falta.
beijo
Como me dá raiva esta mania de recriminar a arte que retrata a realidade por ingenuamente achar que que esta arte vai incitar as pessoas a serem ou fazerem aquilo que querem. O que existe, existe. Pode não escrever-se, filmar-se, pintar-se, falar-se sobre o assunto, mas ele continuará existindo. E sim, não é toda leitura que deveria estar disponível às crianças, as bibliotecas devem ser responsáveis pela organização das mesmas, mas quer saber de uma coisa? Do jeito que as coisas andam hoje em dia, com as crianças vendo TV a hora que querem sem supervisão dos pais e tendo acesso irrestrito à internet, não há nada neste mundo que elas já não saibam, tenham visto ou lido em algum lugar.
Bjs!
Oremos...
Para exemplificar e resumir...
Divirtam-se ou, mais provável, choquem-se (depende de sua disposição no dia), com os links desta página:
http://macfly.multiply.com/photos/album/36
Triste é pensar que essas pessoas dizem acreditar nessa coisa toda de Deus e como ele criou a humanidade e o mundo para seu proveito, mas em vez de aproveitar esse mundo que teria sido criado para seu deleite, passam a vida toda tentando enxergar o mal em tudo. Parece algum tipo de tara.
"As pessoas que acreditem no que ou em quem elas quiserem, desde que faça bem para elas e que não ofendam os outros."
Concordo com tudo o que você disse.^^
Cara, preciso falar contigo. Mande um e-mail para otavio03@lide.com.br
Abs,
Otavio
Rbns:
Na verdade, uma pequena correção: ele assinou meu New York - A Grande Cidade, e não O Edifício.
Aliás, eu quase citei isso no post, mas desisti, pq iria ficar grande demais pra contar.
Mas deixo duas passagens aqui para os leitores (e para o Rbns, que como todo velho, é emotivo, chorar de saudade):
1) Atrás de nós, na fila para pegarmos o autógrafo do Will Eisner, tinha um moleque de uns 15 anos (não que a gente tinha muito mais que isso), com um X-Men na mão. Ele perguntou para nós se "será que o Will Eisner vai assinar isso pra mim?"
Eu respondi: Acho difícil, normalmente as pessoas autografam algo que elas escreveram. E o Will Eisner não faz X-Men.
E o Rbns emendou: E se você perguntar para ele, é capaz de ele dizer que nunca nem leu X-Men. É melhor você sair da fila.
E o moleque saiu.
2) Minutos depois, eu o Rbns, ainda na fila, começamos a pensar no que iríamos dizer para o Will Eisner. Até que o Rbns sugeriu algo como "Mr. Eisner, você não escreve quadrinhos, você escreve poesia".
Eu adorei a frase e roubei ela para mim. O Rbns ficou puto, mas eu aleguei que gostava mais de Will Eisner que ele e que, como eu sou mais velho (uns 6 meses), a frase deveria ser minha. Como nada disso funcionou, eu comprei a frase do Rbns por três das nossas unidades monetárias da época (churrasco com queijo da padaria ao lado de casa).
Enfim, eu disse a frase ao Will Eisner, que me olhou, sorriu, apertou minha mão e agradeceu.
O Rbns? Deve ter tido algo também, mas não lembro o que foi.
E, Rbns, manda as fotos por mail, seu viado!
E afinal, o que todos querem saber:
O Churrasco com queijo valeu a pena???
Religião é uma imbecilidade. Fala-se em amor e nunca se matou tanto como por motios religiosos. Há mais ódio do que amor nas religiões. Já a fé; é uma coisa completamente diferente.
A fé une as pessoas e a religião só separa.
Caramba!!!!Putz! Que memória!
O cenário era o seguinte:
Uma fila de 10Km para pegar autógrafos do bom velhinho (não, não era Natal) e eu precisei sair dela para ir ao banheiro.
Quando estava lavando as mãos, olho pro lado e vejo o Eisner lavando as mãos. (acho que eu NUNCA dei tanta sorte na vida).
Eu tive que falar com ele. Trocamos um aperto de mãos (limpas) e eu pude conversar uns segundos com ele (meu inglês era uma merda...)
O que aconteceu foi que conversando com ele eu acabei dizendo essa mesma frase.
Ele agradeceu, disse que era "so inspiring", e pareceu genuinamente feliz.
Esse foi mesmo um dia excelente (onde o Léo estava?)
Hoje eu tenho uns 6 mil gibis. Deles um monte são revistas e desenhos assinados pelos autores: incluindo aí o Maurício de Sousa, Flávio Colin, Neil Gaiman e o Angeli. Mas é o "Sinal do Espaço", do Will Eisner, que até hoje eu guardo como um tesouro.
Afinal é isso mesmo, um tesouro.
Bom Varotto... o churrasco era 10.
Dá saudades do Saddam (o chapeiro) e também dessa época tão mais simples.
Aliás, nessa moeda, desde que o Rob começou o Champ já está me devendo um boi e uns 300Kg de queijo. Pro Alê ele deve pelo menos uma ovelha. Pro Léo, no mínimo, um galeto, embora imagino, ele preferisse um Javali :-)
Aposto que o Rob pensa nesse pessoal como co-autores anônimos do Champ... ou melhor... matéria prima para os posts.
As piadas do Champ tem um DNA muito especial, por isso eu fico voltando, mesmo quando acho que o Rob tá falando um monte de bobagens (o que pra mim parece ser bem mais recorrente do que para a maioria dos leitores)
Esse DNA especial nasceu numa época mais simples, quando eu conheci o Gnomo da má Sorte, seu irmão o Ogro e seu companheiro, o Major Catástrofe.
Tenho certeza que o Rob ainda vai contar a maioria dessas histórias aqui.
Eu sempre leio esse Blog e me imagino com o Rob no balcão da padaria ou no fundo de um ônibus "entretendo os normais"...
Quem imaginaria que ia passar tanto tempo hein Rob?
Só queria dizer ao "rbns" e ao autor deste blog que eu tenho um certo ódio (leia-se: "inveja do caralho") dessa jogação de coisas nas nossas caras... Autógrafos dos caras mais phodásticos dos quadrinhos... É um saco morar no cu do mundo.
É a hipocrisia reinando na religião. Culpar coisas parece ser mais importante para alguns religiosos do que a própria busca pela fé e integridade de espírito.
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