13 de fevereiro de 2008

Mario? Que Mario?

Finalmente criei coragem e entrei na nova geração de videogames. Comprei um Wii. Agora, sou uma criança de 32 anos totalmente realizada – para desespero dos meus vizinhos, já que eu liguei o console no home theater 5.1, o que faz com que o prédio inteiro saiba quando estou jogando tênis.

Na verdade, eu já estava namorando um videogame novo há meses. Sempre fui louco por isso, desde que ganhei meu primeiro Atari, no longínquo início da década de 80 a. C. De lá para cá, passei por Master System, Mega Drive, PlayStation 2. Ou seja, além de entrar na nova geração, estou colocando os pés também na Nintendo, já que o único contato que eu tive com o tal do Mario na vida foi jogando Donkey Kong, no Atari, quando ele ainda se chamava Jumperman.

Então, de uns meses para cá, eu ia até às lojas e ficava, com aquela cara de gordo na Ofner, olhando o PlayStation3, o XBox360, o Wii e pensava: “um de vocês será meu um dia”. Mas, aí, eu fazia a cagada de olhar para os preços e o meu conceito de “um dia” se tornava bastante elástico, podendo ser até mesmo “um dia em 2014”. Uma duas vezes eu tive vontade de agarrar o controle das crianças que ficam jogando na Fnac e sair correndo para a rua. Mas como o segurança que fica na porta da loja tem a altura do pico do Jaraguá, decidi que o melhor mesmo seria comprar o console.

E, entre os três modelos, acabei optando pelo Wii, por diversos motivos. Primeiro, obviamente, o preço: é o mais barato dos três. Segundo, por ser da Nintendo. Afinal, a empresa está ainda lançando consoles e jogos há décadas. Já cansei de ver empresas de videogames nascerem, crescerem e morrerem e a Nintendo está sempre aí, disputando palmo a palmo o mercado há anos. A Nintendo é a empresa mais roots de todas que estão aí.

E, claro, optei pelo Wii pela inovação da jogabilidade. Claro, sempre terão os jogadores hardcore que vão vir encher meu saco. São aqueles gordinhos que já estão na faculdade e nunca beijaram na boca, mas, por outro lado, terminaram todos os Half-Life no modo hard, e passaram horas cumprindo uma missão dificílima no GTA apenas para trocar a cor do tênis do personagem. Eles vão falar que eu fiz bobagem, dizendo que “os gráficos do XBox360 e do PS3 são mó da hora, cara, tudo com shade e engine turbo quântica poligonal atravessada inversa”. Ah, me poupe. Gordinho besta.

Não tenho mais saco (ou idade, tanto faz) para aqueles jogos que parecem filmes, mas que não tem graça nenhuma, e que depois da segunda ou terceira fase você começa a perceber que está fazendo a mesma coisa desde o começo do jogo. Pelo pouco que eu pude ver, a Microsoft e a Sony decidiram apostar uma corrida para ver quem tem o console com os melhores gráficos, e a Nintendo optou por outro caminho, preferindo inovar todo o conceito de videogame, o que é muito mais interessante. Além disso, se eu quiser ver gráficos grandiosos e assustadores, prefiro comprar um livro de matemática aplicada, que sai bem mais barato.

Claro que tanto o XBox360 e o PlayStation3 devem ter jogos sensacionais, mas, sinceramente, eu deixei de pensar nisso a partir do momento em que eu liguei aquele maldito Wii Sports e comecei a jogar tênis. No começo, eu rebatia com o controle de forma tímida, até meio encabulado, com a Besta-fera me olhando de longe. Uns 10 minutos depois, eu já corria pela sala para rebater a bola, urrando a cada ponto que marcava. Mesma coisa no baseball. Já o boxe estabeleceu uma nova rotina na minha vida: a cada três lutas, preciso entrar no chuveiro, porque eu começo a pingar suor.


No pain, no gain. Literalmente.

E, obviamente, meu braço não direito não funciona mais. Tanto que estou digitando esse post desde domingo, com apenas uma das mãos (exagero mode:on), porque meu braço direito está totalmente inutilizado. Nos primeiros dias, ele latejava de dor sem parar – o que não me impedia de continuar jogando (gemendo, mas jogando). Todo o receio que eu tinha de não conseguir me entender com esse controle novo desapareceu após minutos jogando. Sem sacanagem, o negócio é inovador demais, chega a ser apaixonante.

Mas nem só de Wii Sports vive o meu Wii. Me aventurei também por Super Mario Galaxy que prova que o que faz com que um jogo seja lindo, visualmente falando, não são gráficos poderosos, mas apenas bom gosto. Claro que, como eu sou totalmente virgem no mundo do Mário, perco metade das piadas internas e referências a outros jogos, como o lance do crocodilo ser o vilão do jogo e do encanador ter uma transa mal resolvida com uma princesa loirinha. A única coisa que eu sabia sobre Mario é que ele ganha superpoderes por causa de cogumelos, mais ou menos como os caras do Pink Floyd nos anos 70. Mais nada. Mas isso não impediu que o jogo me deixasse impressionado, pelo fato de quase todas as fases serem esféricas – sim, ele anda em planetas, o que faz com que às vezes ele esteja de ponta-cabeça, às vezes de lado, e por aí vai. Difícil? Sim, eu também achava. Acredite, é a coisa mais intuitiva do mundo.

Pronto. Adeus, vida social.

Mas, claro, guardei o melhor para o final: Medal of Honor. Em PC ou no PlayStation2, eu zerei todos os jogos da série, e devo ter matado, até hoje, mais alemães que o Barry Pepper em O Resgate do Soldado Ryan. Mas no Wii a coisa chega a outro nível (e, como o console continua ligado no home theater, os vizinhos irão concordar comigo). Para atirar granadas, é necessário fazer, com o braço, o movimento de arremessar algo. E, em determinado momento, eu tive que pegar uma bazuca para explodir uma parede. Para isso, eu tive que posicionar o controle no meu ombro, como uma bazuca de verdade. Errei o primeiro tiro, porque estava quase chorando de tão emocionado que fiquei. Eu sei, eu tenho meus momentos nerds também.

A escopeta dispensa apresentações.

Ainda vou me arriscar com Zelda e, provavelmente, Metroid Prime. E aceito indicações de jogos aqui nos comentários. Mas, claro, vou comprar aquele zapper, uma pistola que você acopla o controle, feita especialmente para jogos de tiro, como Medal of Honor. Aí, meu amigo, basta você me colocar num telhado com um rifle sniper e 100 balas que eu acabo com essa guerra em menos de meia hora. E, enquanto isso não acontece, deixo vocês com o Top 5 jogos que mais marcaram em cada console até hoje (incluindo o PC, para contar 5 – ainda não quero colocar o Wii na lista):

1. Atari – Raiders of the Lost Ark: apesar de viciado mesmo em H. E. R. O., a adaptação do primeiro filme de Indiana Jones, foi, talvez, a primeira obra-prima que eu vi para videogames.

2. Master System – Phantasy Star: O RPG mais tesudo da história, precisei de quatro meses para acabar. Foi a única coisa que eu e meu irmão conseguimos fazer juntos, sem um enfiar a mão na cara do outro a cada 10 minutos.

3. Mega Drive – Sonic: Sim, eu joguei (muitos) jogos melhores para Mega. Mas não me esqueço do momento em que liguei o jogo pela primeira vez e minha mãe, do meu lado, perguntou: “realmente existem tantas cores assim no mundo?”

4. PlayStation2 – Medal of Honor: Todos os críticos falam que a série é repetitiva, e que nada muda de jogo para jogo. Eu, na verdade, acho que ela não muda porque simplesmente não tem como melhorar mais.

5. PC – Civilization: Fico com a série toda, mas o melhor ainda é o II. É o jogo de estratégia mais completo que existe. É, basicamente, o Age of Empires de gente grande.

20 comentários:

Anônimo disse...

haha!!

agora jogar Wii virou um esporte!

eu ainda não tenho.. mas racho o bico vendo meu primo jogar tenis e quebrando a sala inteira huashuas

Anônimo disse...

OBS: daqui uns 4 meses.. o pessoal vai te encontrar na rua e vão perguntar: nossa gordon! anda fazendo academia!?

vc: não não... é que eu comprei um Wii

Gilmar Gomes disse...

Cara, fiquei todo felizão na hora que vi esse post grandão...
Aí quando fui ler (e acho que sou o único ser no mundo que nunca curtiu videogames), vi que estava escrito numa linguagem pior que o grego... Primeiro post que eu não consigo ler por aqui.

PS: chupa, eu!

Amelie disse...

Queria um dia jogar wii, parece ser mto bacana. Sonic, pra mim, eh um dos jogos mais emocionantes de todos. Zerei algumas vezes e eh taaaaao legal. (o que eu gostava era aquele que tinha a raposinha). De atari, pra mim o melhor era river raid. Num top 5 tb colocaria super mario world, do super nintendo (acho que esse seria o primeiro), crash bandcoot do playstation 1 e 007 contra golden eye do nintendo 64.

Hashahaha fiquei com vontade de jogar videogame agora!!!! =P

Bjos

Fábio Melo disse...

E eu cai na besteira de comprar um PSP ¬¬ Saudade do Super Mario 64... Enfim, meu top 5 (se é que importa =] )

1 - Atari: Enduro (quem nunca jogou enduro???)
2 - Master System: (Alex Kidd, vinha na memória =D )
3 - Mega Drive: Killer Instinct (o primeiro Jogo de luta que joguei)
4 - Playstation 2: Guitar Hero (todos! dispensa comentários)
5 - PC: Starcraft (eu sei que é mais um dos milhões de jogos de estratégia, mas nenhum desses funcionava no meu PC =] )

___________________________________
TemPraQuemQuer <<< Entra!

Otavio Cohen disse...

já fazia tempo q eu não lia um post tão bom por aqui. Claro, vc nunca perdeu a qualidade, mas esse tá fora de série de tão legal, com pérolas ótimas.

eu nunca fui nerd (nem gordinho nem magrelo) a ponto de ter passado a vida em frente a um videogame. eu costumava ler livros em vez disso. só tive um mega drive e depois um Nintendo 64. aí então brochei com aquelas coisas realistas demais da era PS. pra mim videogame tinha q ser desenho animado, tipo o sonic (sim, eu zerei todos os sonics).

depois disso só joguei mesmo no computador. e ainda assim SÓ gta, tomb raider e the sims eheheh. Fora isso não sei mais quase nada. quando me falam sobre winning eleven eu nem sei direito o que é.

mas que ótimo, parabens pela aquisição e pelo post!

Thiago Neres disse...

Porra, Sonic marcou o Mega Drive mesmo. Muuuito bom, eu tinha todos os cartuchos originais!

Sil disse...

Eu sou uma negação em videogame(shame on me) mas, em compensação, minhas clonezinhas são experts em Nintendo. Elas ganharam um PS2 mas venderam para o professor de japonês sem que a gente soubesse e guardaram a grana ^^, preferindo continuar com o N64.
Agora temos um Wii em casa e até o Sr.H ficou impressionado com o jogo, principalmente porque ele descobriu que ele entra no canal do tempo pela rede wireless :D
As meninas estão adorando e sim, não dá para ignorar quando elas e os namorados estão jogando, isso porque não está ligado no home ^^
Vou pedir para elas recomendações de jogos para você atormentar os vizinhos.
Ah, A Sam teve tendinite no braço depois da primeira semana jogando tênis :P
Um beijão
Sil

Anônimo disse...

Eu não sabia que tinha "Medal" pra wii... vc acaba de receber reforços pro seu pelotão... Pegue o rádio (ou controle), ponha na orelha e me chame já pra ver isso (se não chamar eu acabo aparecendo).
Ainda bem que na época que subiamos "a ladeira" não existia wii, pq sua cara la no alto era como se vc tivesse conquistado o aconcagua!

Unknown disse...

Isso Cu
Fica fazendo propaganda desse negócio aí que o seu irmão está doidinho pra comprar um tb.
Homens.........

Anônimo disse...

huuuuuuuuuu

mario é bom d+

Anônimo disse...

Tu ainda tens apenas 32 anos. E eu com 10 anos a mais do que tu, não deixava minha filha se aproximar do vídeo game dela (só eu queria jogar) e o mesmo acontece com o pc,o pessoal quase me bate para que eu de a vez a eles. Sou muito criancinha.

Anônimo disse...

Ixi, já era. Nunca mais vou conseguir nem pensar em tomar uma cerveja com você. Saco.

By the way, estive na apresentação dos jogos da Disney pra Wii e me emocionei até com Disney Princesas, imitando uma varinha de condão de verdade, soltando faisquinhas e feitiços. (Chupa, Sininho, rsrsrs).

Beijos!

Anônimo disse...

quem me dera se eu pudesse ter um wii e comprar os jogos.... são caros pra cacete aqui em Manaus, em média r$250,00. Melhor ficar sem o wii e tirar a poeira do meu ps2.

Climão Tahiti disse...

Não aconselho jogo, mas sim um outro joystick completo (o modo "tchaco"), pois senão sua companheira vai fugir com a besta fera. =p

Tyler Bazz disse...

Sempre amei video games.. ironicamente, meu pai sempre os considerou "nada". O que faz com que o mais moderno console que já tive foi um lindo Super Nintendo, trazido pela minha tia, direto da Bolívia.

O Wii eu nem joguei ainda, deve ser fantástico!!!


E Civilization é o melhor jogo messsmo! Tive o II por um tempo, mas o dono pediu de volta. ://
O mais legal é que se você cansar e quiser roubar, não precisa ficar se matando em códigos e coisas do tipo.. é só habilitar o menu de trapaça e ser feliz \o/

Lari Bohnenberger disse...

Ah, que saudade do meu atari! Não adianta! A modernidade nunca vai me convencer neste sentido. Atari forever. Se o meu não tivesse estragado há milênios atrás, eu ainda estaria jogando todo os dias, garanto!
Bjs!

Maps disse...

Wii rullez!

Uma das partes mais divertidas é criar os Miis. Já tenho até o Michael Jackson e o presidente da minha empresa - jogar usando um contra o outro é extremamente relaxante!

Beijocas!

Arielle disse...

Vim parar aqui através de um link num blog que estava linkado no blog de um amigo meu, porque fiquei curiosa com o nome (E Nick Hornby rula tudo, então eu tive que vir dar uma olhada).

Enfim. O Wii é coisa linda de deus e quem já teve a oportunidade de jogar nem se preocupa mais com esses videogames de boy da bugosoft e da sony. =P

Sugestãozinha de jogo: Wario Ware Smooth Moves. O mínimo que você vai achar, quando jogar, é que alguém na Big N tava muito chapado quando teve a idéia de fazer esse jogo. E é horrorosamente divertido o.o

teodorO disse...

"... minha mãe, do meu lado, perguntou: “realmente existem tantas cores assim no mundo?” hauhauhuahuahuhauhauhauhuahuahuhauhau
hauhauha!!! sem palavras.