26 de outubro de 2011
A Doce Ausência de Lembranças
Dia desses, estava conversando sobre meus dois avôs e o quão pouco me lembro deles.
Explico melhor: nasci em São Paulo, mas, quando eu tinha cinco anos, fui morar em Manaus, pois meu pai foi trabalhar lá. E como todos os meus parentes moravam aqui, eu fiquei praticamente dois anos sem ver minha família. As exceções foram as (poucas) visitas que recebemos e os Natais, época na qual vínhamos para a casa de uma tia e matávamos a saudade de todo mundo.
Essa fase “região Norte” na minha vida durou até o final de 1982 (sim, eu sou velho e não quero falar sobre isso). Contudo, o ano de 1982 foi muito triste. No primeiro semestre, perdi meu avô paterno. Menos de seis meses depois, o avô materno. Os dois faleceram vítimas de câncer, o que me deixou sem avô algum e sem um pedaço de infância. No final do ano, voltamos para São Paulo, e eu descobri que a cidade em que nasci havia se tornado um pouco mais sem graça.
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