2006 foi o ano das decepções no cinema. Primeiro, as decepções com os grandes filmes: Superman – O Retorno, Piratas do Caribe – O Baú da Morte e X-Men – O Confronto Final são filmes que poderiam ter sido muito, muito melhores. E, segundo a decepção comigo mesmo: a falta de tempo me impediu de assistir preciosidades como Babel, O Céu de Suely, Volver, Pequena Miss Sunshine e Obrigado por Fumar, que possivelmente poderiam ter alterado a lista. Mas A Conquista da Honra, do Clint, não é culpa minha: o filme foi adiado para fevereiro.
Enfim, vamos à lista.
5 - A Dama na Água
Obviamente, ninguém gostou. Afinal, é Shyamalan, e ninguém vai com a cara dele, desde que ele deixou claro de que não vai fazer O Sexto Sentido 2, pelo menos, não tão cedo. Eu adorei. Me senti uma criança de nove anos saindo do cinema depois dessa fábula. Sim, o filme tem um ou outro personagem fraco e umas duas cenas que não fazem jus ao conjunto final – mas, até aí, desde quando uma criança de nove anos se importa com isso?
4 - 007 – Cassino Royale
Confesso que estava com medo, mas adorei o filme. Que me desculpem os puristas, mas Daniel Craig é um puta James Bond – antes que comecem a dizer que ele era loiro, lembrem-se que o Roger Moore não era exatamente moreno, e que, tirando 007 – O Espião que me Amava, todos seus filmes ficam entre as categorias “assistível” e “bosta”. Só não está algumas posições na lista acima porque a música tema é fraca demais – o que é um pecado mortal num filme de Bond.
3 - V de Vingança
A melhor adaptação de uma HQ de Alan Moore, que, normalmente, trata-se de algo inadaptável. Obviamente, ele destestou, mas, sinceramente, suas opiniões tem uma qualidade inversa a de seu trabalho. O filme atualiza a história sem nunca deixar de ser fiel à trama (tanto no roteiro como na arte) e aos seus personagens. Se você não assistiu, assista – e de preferência, leia o quadrinho também.
2 - Vôo United 93
Tudo bem que o terrorista que pilota o avião é a cara do Zidane: isso não impede que seja o filme mais tenso dos últimos anos. Escreva o que digo: o estilo de Paul Greengrass – câmera na mão, trilha sonora discreta –, que transforma o filme em semi-documentário vai fazer escola nos próximos anos. Mas tome cuidado: ao sair do cinema, você tem vontade de arrebentar o primeiro muçulmano que cruzar seu caminho.
1 - Os Infiltrados
Após aquela bobagem que foi O Aviador, Martin Scorsese (e não Scorcese, como muita gente teima) volta à boa forma justamente num filme sobre o crime organizado, onde ele é mestre. Reuniu um elenco acima da média, e, com uma trama baseada num fime asiático, arquitetou um dos grandes filmes do ano, com um roteiro repleto de reviravoltas que não se perde nunca, mostrando que, cinema, para ser bom, não precisa ser indie. Talvez seja a última chance da Academia lhe entregar o Oscar de Melhor Diretor. Assisti duas vezes e afirmo: ele melhora ainda mais na segunda. Filmaço.
Um comentário:
V de Vingança é muuuuito bom =)
Ah, apoveitando a conversa (?) sobre cinema, veja também O Grande Truque.
Não lembro se é 2006 ou 2007, mas é bem legal.
Postar um comentário