Eu não me lembro do primeiro episódio de Jornada nas
Estrelas que assisti na vida.
A franquia completa 50 anos hoje. Mas a Série Clássica ainda
devia ter menos de quinze anos quando eu caminhei pelos corredores da
Enterprise pela primeira vez. Foi no final dos anos 70. Alguns anos depois,
quando eu estava entrando na adolescência, esses passeios viraram paixão. Logo,
essa paixão se transformou em amor.
Nas últimas décadas, eu voltei sempre para aquela
Enterprise. Mas também conheci outras naves, outros tripulantes, outras
civilizações.
Lutei ao lado de Kirk, debati com Picard, jantei com Sisko, explorei
com Janeway, mapeei com Archer. Nas últimas décadas, a aventura humana aconteceu
diante dos meus olhos. E dos olhos dos meus amigos que moram nas estrelas.
Já adulto, eu enxergo em Star Trek boa parte do que vivi.
Ainda menino, eu enxergo em Star Trek muito do que quero
ser.
Como eu disse, eu não lembro qual foi o primeiro episódio de
Jornada nas Estrelas que assisti na vida. Mas sei qual foi o último. E, na
última cena desse episódio, a capitã Janeway, da USS Voyager, dá uma ordem:
– Trace um curso... Para casa.
Foi assim que, com uma única frase, ela resumiu tudo o que
eu sinto quando me sento no sofá para assistir a um episódio de Jornada nas
Estrelas. Faz décadas que o espaço é minha casa. Faz mais de trinta anos que
Jornada nas Estrelas é meu lar.
Hoje, Jornada nas Estrelas completa cinquenta anos.
IH PRONTO! Agora não vai poder mais usar vermelho!
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